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Sánchez pede ajuda a Tsipras para chegar a primeiro-ministro de Espanha

O líder dos socialistas espanhóis terá pedido esta quinta-feira que o primeiro-ministro grego medeie um entendimento com Pablo Iglesias para que o Podemos apoie a investidura de Sánchez como primeiro-ministro. Já o Cidadãos está cada vez mais isolado.

Reuters
17 de Março de 2016 às 17:17
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Em declarações feitas esta quinta-feira, 17 de Março, em Bruxelas, o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, disse aos jornalistas que iria pedir ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que o ajude a convencer o Podemos a viabilizar a sua investidura como primeiro-ministro espanhol.

 

Sánchez falava antes de começar o encontro do Partido Socialista Europeu, fórum preparatório do Conselho Europeu que hoje se inicia e que termina só na sexta-feira. Tsipras esteve presente nesta reunião dos socialistas europeus sob o estatuto de observador convidado, o que se justifica pelo facto de o membro socialista grego (Pasok) do PSE ser actualmente pouco representativo na Grécia e de os líderes europeus retomarem hoje as conversações com a Turquia, acerca das crises migratória e dos refugiados que penalizam marcadamente Atenas. 

 

"Quero dar as boas-vindas a Tsipras à família socialista europeia", começou por referir Sánchez. "Vou dizer ao senhor Tsipras que peça ao senhor [Pablo] Iglesias que fique ao lado daqueles espanhóis que estão a sofrer com a crise, desigualdade e as políticas de austeridade que o PP está a praticar e, em consequência, desbloqueie a situação permitindo que tenhamos um Governo de mudança em Espanha, um Governo progressista e reformista", declarou ainda Pedro Sánchez citado pelo jornal ABC.

 

Esta é a mais recente manobra política do líder do PSOE, que, apesar de ter visto a sua investidura como chefe de Governo chumbada pela maioria do Congresso espanhol, mantém a intenção de chegar a primeiro-ministro. Sánchez tenta assim aproveitar o bom relacionamento entre Alexis Tsipras e Pablo Iglesias, líder do Podemos, força política que antes das eleições gerais espanholas de 20 de Dezembro se referia ao Syriza como "partido-irmão".

 

Nesta reunião de socialistas participou também o primeiro-ministro português, António Costa, que recebeu Sánchez em Lisboa poucas semanas depois das eleições gerais espanholas em que o PSOE teve o pior resultado eleitoral desde a transição democrática. Um encontro visto na altura como prenunciador de uma vontade de também Sánchez tentar formar, em Espanha, um inédito Governo socialista com o apoio das esquerdas.

 

O secretário-geral socialista pretende também tirar partido da divisão interna, que se agrava a cada dia que passa, no seio do Podemos. A imprensa espanhola, nomeadamente o El Mundo, nota que há já vários dias que Íñigo Errejón, número dois do Podemos, não é visto. O mesmo jornal garante que a série de demissões nas organizações regionais do partido resultou na concentração de poderes em Iglesias, agora com ainda maior autonomia decisória.

 

Cidadãos mais sozinho

 

Inviabilizada como parece estar a possibilidade de o PP dar o seu apoio, mesmo que através da abstenção numa nova votação à investidura de Pedro Sánchez, ao "acordo de legislatura" firmado entre o PSOE e o Cidadãos, liderado por Albert Rivera, os socialistas parecem apostar todas as fichas numa aproximação ao Podemos, tal como mostraram as declarações feitas esta manhã, na capital belga, pelo líder socialista.

 

Ontem já tinham sido dadas indicações nesse sentido, quando o PSOE aceitou retomar as negociações à esquerda prescindindo da participação do Cidadãos. Foi precisamente o compromisso assinado entre Sánchez e Rivera que levou o Podemos a abandonar as conversações a quatro. E já depois de chumbada a investidura de Sánchez, este manteve a intransigência de só negociar com os partidos da esquerda na presença do Cidadãos.

 

Mas as coisas mudam, embora continue, para já, a ser governada por um Executivo em funções, liderado pelo ainda primeiro-ministro e presidente do PP, Mariano Rajoy. E a confirmar o crescente isolamento do Cidadãos, Rivera sustentou esta quinta-feira que a "consequência directa" de Rajoy rejeitar a responsabilidade de tentar formar Governo e de dialogar com o PSOE e o Cidadãos, poderá resultar na chegada ao poder do partido liderado por Pablo Iglesias. Para já, antes que haja nova reviravolta negocial, o PSOE parece ter definido o Podemos como principal parceiro negocial. 

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