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PSOE, Podemos e Cidadãos têm primeira reunião a três na quinta-feira

O início das negociações a três entre representantes do PSOE, Podemos e Cidadãos terá lugar na próxima quinta-feira à tarde. Poderá ser a derradeira tentativa de desbloquear o actual impasse político em Espanha.

Reuters
05 de Abril de 2016 às 14:42
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Fontes do PSOE, Podemos e Cidadãos confirmaram esta terça-feira, 5 de Abril, que representantes destes três partidos sentar-se-ão, pela primeira vez, à mesma mesa das negociações já esta quinta-feira, 7 de Abril, a partir das 16:30, em Madrid (15:30 em Lisboa). Esta poderá ser mesmo a última hipótese de ultrapassar o impasse político que vigora em Espanha desde que as eleições gerais de 20 de Dezembro determinaram o Congresso (equivalente à Assembleia da República) mais fragmentado da história democrática espanhola.

 

De acordo com o El País, a chefiar a equipa negocial do Podemos estará o próprio secretário-geral do partido, Pablo Iglesias, mas o mesmo não deverá acontecer com Pedro Sánchez e Albert Rivera, líderes do PSOE e Cidadãos, respectivamente. Nesta primeira oportunidade de negociação conjunta, os três partidos tentarão encontrar uma solução governativa que garanta o suporte parlamentar necessário à investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro, algo que este falhou nas duas votações já tentadas

 

A importância desde encontro resulta do apertar dos prazos, isto porque se até ao próximo dia 2 de Maio não houver Governo em Espanha, o Rei Felipe VI será obrigado a dissolver as cortes e a agendar novas eleições, em princípio para o dia 26 de Junho.

 

Depois de meses em que tanto o Podemos como o Cidadãos rejeitaram mutuamente envolverem-se em negociações conjuntas, foi a reunião mantida na semana passada entre Sánchez e Iglesias a desbloquear a situação. Beneficiando da, realçada por Sánchez, "mudança de atitude" de Pablo Iglesias, o Podemos aceitou negociar a três com o PSOE e o Cidadãos, isto depois de em Fevereiro ter rompido as negociações com os socialistas na sequência do "acordo de legislatura" firmado entre Pedro Sánchez e Albert Rivera.

 

Mas a tarefa não se afigura fácil. Desde logo porque o Cidadãos apenas aceitou negociar com o Podemos porque o PP do ainda primeiro-ministro em funções, Mariano Rajoy, se recusa a apoiar o pacto PSOE-Cidadãos. Além disso, o Cidadãos pretende que o Podemos viabilize parlamentarmente o acordo assinado com o PSOE, excluindo o partido de Iglesias da governação.

Já Iglesias quer que seja Rivera a apoiar, no Congresso, um Governo das esquerdas, que incluiria a Esquerda Unida (IU, uma força pró-comunista) além do PSOE e do Podemos. Pelo seu lado, Pedro Sánchez, que estabeleceu o pacto firmado com o Cidadãos como base de qualquer eventual acordo de Governo que venha a ser alcançado, tentará fazer tudo por forma a conciliar as divergências daquelas duas forças políticas. Nesta altura, além da crise interna que abalou a solidez do Podemos, o partido de Iglesias sofre também com as notícias hoje avançadas, que dão conta de que o regime venezuelano de Hugo Chánvez terá financiado esta força política com mais de 7 milhões de euros com o objectivo de alargar o "chavismo" a Espanha.

 

Além de o relógio estar a contar, Sánchez sabe que se não conseguir tomar posse como chefe do próximo Executivo, poderá perder a liderança do PSOE para Susana Díaz, actual presidente do Governo da região autonómica da Andaluzia. 

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