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PSOE consultará líderes regionais antes de agendar escolha de novo líder
A comissão gestora do PSOE marcou para o próximo dia 14 de Janeiro o encontro do Comité Federal, órgão que irá depois agendar um novo encontro extraordinário que servirá para marcar o congresso em que o partido irá escolher o futuro líder.
Depois de se ter reunido esta quarta-feira, 4 de Janeiro, a comissão gestora do PSOE agendou para o próximo dia 14 o encontro do Comité Federal – órgão máximo entre congressos -, revelou Mario Jiménez, porta-voz da liderança interina dos socialistas espanhóis.
Jiménez anunciou ainda que o líder interino do PSOE, Mario Jiménez, irá consultar os líderes regionais do partido – conhecidos como "barões" regionais – para tentar consensualizar uma data para a realização do Congresso federal em que os socialistas irão finalmente escolher o próximo secretário-geral.
Sendo certo que não será ainda no dia 14 de Janeiro que o PSOE vai determinar a data para o Congresso, isto porque no encontro ordinário da próxima semana será agendada uma reunião extraordinária do Comité Federal para, só nessa altura, marcar a data do Congresso.
Para já certo é que, garantiu Jiménez, o Congresso será celebrado "antes do Verão". Por outro lado, os estatutos do PSOE estabelecem que o Comité Federal terá de definir data e lugar para a celebração do Congresso Federal "com pelo menos 60 dias de antecedência".
O PSOE é liderado por uma direcção provisória desde o primeiro dia de Outubro, data em que o então secretário-geral, Pedro Sánchez, se demitiu por falta de respaldo do partido à sua intenção de se manter firme no "não" a um novo Governo de Mariano Rajoy. Esta comissão gestora ficou incumbida de guiar os destinos do PSOE até à realização de novas primárias.
Nos últimos dias, o presidente desta comissão e líder interino do partido, Javier Fernández, tem justifica a lentidão no agendamento de um novo Congresso com a atenção que o partido está a prestar às actividades parlamentares neste início de nova legislatura.
Nesta altura não há ainda candidatos assumidos à liderança dos socialistas espanhóis. No entanto perfilam-se dois nomes como prováveis candidatos: o do ex-líder, Pedro Sánchez, e o de Susana Díaz, presidente do Governo autonómico da Andaluzia, a região mais populosa de Espanha e um bastião socialista.
Nem um nem outro mostraram ainda disponibilidade para avançar, embora a imprensa espanhola garanta que ambos estão apenas a tentar ganhar tempo para anunciarem as suas candidaturas numa altura oportuna, isto num momento em que o PSOE continua a perder terreno nas intenções de voto. Recorde-se que nas últimas eleições legislativas (a 20 de Dezembro de 2015 e a 26 de Junho de 2016), o partido obteve os piores resultados desde a transição democrática espanhola.
Uma sondagem ontem divulgada pelo El Mundo mostrava que enquanto Sánchez é o preferido para os eleitores de esquerda, Díaz é a preferida do eleitorado de direita. Além de fragilizado a nível eleitoral, o PSOE encontra-se também muito dividido internamente, o que ficou patente aquando da decisão que levou à viabilização de um novo Executivo liderado por Rajoy.
Sánchez demitiu-se do cargo de deputado para não ter de se abster na sessão de investidura de Rajoy, assim evitando contrariar a posição decidida pelo Comité Federal do partido. Contudo, nem todos os deputados seguiram as directrizes do partido, com parlamentares próximos da liderança de Sánchez e os deputados dos socialistas da Catalunha (PSC) a votarem contra Rajoy, decisão que fez pender sobre os mesmos a ameaça de expulsão e sobre os socialistas catalães a hipótese de ruptura face ao partido-irmão de Madrid.