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Rajoy falhou terceira tentativa e só será investido no sábado

Foi um debate de investidura sujeito a inesperadas surpresas, como o abandono da câmara do parte dos deputados do Unidos Podemos, que regressaram mesmo antes da votação. No final e sem qualquer surpresa, Mariano Rajoy falhou outra vez a investidura.

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Reuters
27 de Outubro de 2016 às 19:00
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Apesar de todas as peripécias que envolveram este segundo dia do debate de investidura de Mariano Rajoy, a votação ao nome do primeiro-ministro espanhol em exercício decorreu da forma esperada: Rajoy não alcançou a maioria absoluta dos 350 deputados, vendo assim fracassada a terceira tentativa de investidura desde as eleições gerais de 26 de Junho.
 
Rajoy recebeu 170 votos favoráveis (137 votos do PP, 32 do Cidadãos e a deputada da Coligação Canária) e 180 contra (dos restantes partidos da oposição), confirmando-se assim que o presidente do PP só deverá ser reconduzido numa segunda votação - em que basta uma maioria simples - e que como anunciou a presidente do Congresso (equivalente a Parlamento), Ana Pastor, decorrerá no próximo sábado, 48 horas depois da primeira, tal como previsto pela Constituição espanhola. Para que os prazos sejam respeitados, a votação só começará depois das 19:45, em Madrid. 

É mais do que esperado que Rajoy seja finalmente reconduzido como primeiro-ministro, isto após mais de 10 meses como líder de um Governo em funções. Para ser investido, Mariano Rajoy vai beneficiar da abstenção dos deputados do PSOE, uma decisão tomada pelo Comité Federal realizado no passado domingo. E apesar de se saber de antemão que pelo menos 18 dos 85 parlamentares do PSOE não irão respeitar a disciplina de voto inerente à decisão tomada pelo máximo órgão entre congressos, Rajoy será investido porque para o conseguir basta-lhe apenas que pelo menos 11 deputados daquele partido se abstenham. 

Contudo este segundo dia do debate de investidura de Rajoy acabou por não ser totalmente uma não-notícia, ao contrário daquilo que eram as expectativas. Quando já se aproximava o final do debate, o porta-voz do PP no Congresso, Rafael Hernando, fez uso da palavra para atacar o secretário-geral do Podemos, Pablo Iglesias, acusando-o de "em nome de Espanha, se ter vendido a ditaduras como o Irão e a Venezuela". 

Acicatado por esta acusação que alude às notícias de que vários o Podemos terá sido financiado,por exemplo, pelo regime então liderado por Hugo Chávez, Pablo Iglesias pediu a palavra a Ana Pastor, que não lha concedeu. Além disso também Hernando não permitiu que estas declarações não constassem na acta da sessão plenária. 

Em protesto os deputados do Unidos Podemos (aliança que integra o Podemos e a força pró-comunista Esquerda Unida) abandonaram o hemiciclo. Foi então que Ana Pastor ficou perante o primeiro dilema enquanto presidente do Congresso, saber se, sem os votos contra do Unidos Podemos, Rajoy poderia ser investido primeiro-ministro.





Instalou-se o burburinho no plenário. Foi então que se olhou para a Constituição, cujo artigo 99 estabelece que, mesmo sem os deputados ausentes, Rajoy não poderia ser investido. Todavia, a indefinição não se prolongou e cerca de seis minutos depois do abandono, os deputados do Unidos Podemos regressaram. 

Estavam finalmente reunidas as condições para se proceder à votação, não sem antes de Ana Pastor avisar que uma vez iniciada a votação (feita deputado a deputado e por ordem alfabética), nenhum parlamentar poderia entrar ou abandonar a câmara. Depois a votação decorreu como se esperava. 


(Notícia actualizada às 19:45)

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