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Polícia usa gás lacrimogéneo e canhões de água para afastar refugiados na Hungria
Aos protestos dos refugiados na fronteira entre a Hungria e a Sérvia, a polícia respondeu com gás lacrimogéneo e canhões de água. O Governo húngaro acusou os refugiados de estarem "armados" e de terem tentado atravessar as barreiras colocadas na fronteira.
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A polícia húngara está a recorrer a gás lacrimogéneo e canhões de água para responder aos protestos de refugiados que tentam atravessar a fronteira entre a Sérvia e a Hungria, mais precisamente junto ao ponto fronteiriço de Roszke, o principal ponto de passagem migratório entre os dois países. A notícia inicialmente avançada pela Reuters, que cita um repórter no local, bem como um responsável das Nações Unidas, está também a ser corroborada por órgãos de comunicação social como os britânicos Guardian e BBC.
É já o segundo dia consecutivo em que os refugiados se vêem impossibilitados de chegar a solo húngaro, isto depois de Budapeste ter concluído a construção de um muro de betão e arame farpado ao longo da fronteira com a Sérvia. De acordo com a Reuters, foram mobilizadas centenas de homens da polícia para o local, incluindo as forças de intervenção anti-terrorista e veículos blindados. O Guardian adianta que já haverá pelo menos seis tanques de guerra no local. As últimas informações recolhidas por este jornal britânico dão conta de que a Hungria já terá avisado Belgrado de que a fronteira entre os dois países irá permanecer encerrada, pelo menos, durante os próximos 30 dias.
Desde que ao final do dia de segunda-feira a Hungria encerrou a fronteira com a Sérvia, a que se seguiu, ontem, a entrada em vigor de uma lei que criminaliza o acto de atravessar ilegalmente a fronteira húngara, vários milhares de migrantes permanecem no lado sérvio da fronteira com a Hungria.
O que levou ao reorientar do fluxo migratório da Sérvia para a Croácia. Segundo a imprensa internacional, nas últimas horas terão sido pelo menos 300 migrantes e refugiados a chegar a território croata, a maioria dos quais na cidade sérvia de Sid, junto à Croácia. O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, já criticou aquilo que classificou de "terrível mensagem" que está a ser transmitida pelas autoridades de Budapeste. O ministério do Interior da Croácia revelou ter enviado autocarros para a fronteira croata com a Sérvia de forma a transportar os migrantes para um centro de registo.
A Eslovénia reagiu também aos acontecimentos introduzindo o controlo fronteiriço junta à fronteira com a Hungria, uma medida idêntica à adoptada, nos últimos dias, por países como a Alemanha, a Áustria ou até mesmo a Holanda. Também a Eslovénia faz fronteira com a Áustria, o último país antes do objectivo final de muitos dos migrantes e refugiados que pretendem chegar à Alemanha. Grande parte do fluxo de refugiados proveniente dos Balcãs, que chega a solo europeu através da Turquia, passando depois pela Grécia, Macedónia e Sérvia, adoptava a rota Hungria-Áustria-Alemanha para alcançar território germânico.
Levando em linha de conta a gravidade dos últimos acontecimentos, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) poderá reunir-se em reunião extraordinária já na próxima semana para debater as crises migratória e de refugiados que assolam a Europa, avança a agência de notícia RIA.
(Notícia actualizada às 16h17)