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Viktor Orbán incentiva países a erguerem muros nas fronteiras
Depois de atribuir mais liberdade às forças de autoridade húngaras para controlar o fluxo de migrantes, o primeiro-ministro húngaro disse que o muro está a funcionar e incentivou os restantes países a seguirem o exemplo.
"As nossas fronteiras estão em risco. A Hungria e toda a Europa estão em perigo", afirmou o primeiro-ministro húngaro durante a sessão desta segunda-feira, 21 de Setembro, no Parlamento. "Eles inundam-nos. Não batem à nossa porta, eles afundam-nos", declarou.
O líder do governo húngaro garantiu ainda que a vedação levantada na fronteira entre a Hungria e a Sérvia "funciona" e aconselhou os restantes países a seguirem o exemplo. Também o ministro dos Assuntos Internos croata, Ranko Ostojic, pediu à Grécia para parar de enviar refugiados.
As declarações do líder governamental húngaro surgem no dia em que foi aprovada uma nova legislação que reforça os poderes da polícia e do exército em relação aos migrantes e que permite ao exército disparar contra os migrantes e refugiados "desde que os tiros não sejam mortais".
A construção deste muro foi criticada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros romeno, Bodgan Aurescu, que acusou a Hungria de adoptar "uma posição autista e inaceitável", que viola o espirito da União Europeia. O ministro húngaro homólogo respondeu esperar "um pouco mais de humildade vinda de alguém cujo primeiro-ministro está a ser alvo de uma investigação criminal", escreve o Hungary Matters. Durante o último fim-de-semana milhares de migrantes continuaram a entrar, especialmente a partir da Croácia, sendo conduzidos à fronteira austríaca pelas autoridades húngaras.
Depois de terem falhado um compromisso e resolução durante a passada semana, os 28 ministros dos Assuntos Internos da União Europeia reúnem-se esta terça-feira, 22 de Setembro, em Bruxelas para a reinstalação de mais 120 mil refugiados. Na próxima quarta-feira haverá também um Conselho Europeu extraordinário, ao nível de chefes de Estado e de Governo.
Já descartado parece estar um sistema de quotas obrigatório - como constava da ideia original do executivo comunitário -, recusado com veemência por um grupo de países, formado por Hungria, Polónia, República Checa, Eslováquia, Roménia e Letónia, e que reuniram segunda-feira a fim de preparar as suas posições na reunião de hoje.
Já em Portugal, a Assistência Médica Internacional (AMI) está a preparar-se para receber o grupo de refugiados, através de o envio de duas equipas para Grécia e Itália, para estudar o fenómeno e o tipo de ajuda prestada.