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Juncker propõe mais apoio financeiro para resolver crise dos refugiados
Antes do início da cimeira de líderes europeus para debater a crise dos fluxos migratórios, o presidente da Comissão Europeia esteve reunido com o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e apresentaram um pacote de propostas.
Juncker começou por falar da reunião dos ministros do Interior desta terça-feira, 22 de Setembro, que aprovou a relocalização de 120 mil refugiados. A decisão dos 28 foi aprovada por maioria, mas não com unanimidade. "Gostaria que a decisão tivesse tido consenso, mas isso não foi possível e os presidentes do Conselho, que eu aplaudo, tomaram a decisão de seguir com a proposta da Comissão para a votação, cujo resultado é o que já conhecem". "Estou muito grato ao Parlamento, e ao seu presidente, por concordarem com a proposta da Comissão", afirmou, acrescentando que essa era uma posição importante para o seguimento do processo.
O presidente da Comissão Europeia afirmou que o investimento foi praticamente duplicado. "Os recursos para lidar com a crise de refugiados passaram de 4,6 mil milhões de euros para 9,5 mil milhões de euros", anunciou. Mas acrescentou que irá apresentar, em conjunto com o presidente do Parlamento Europeu, um conjunto de propostas. "Hoje iremos ainda mais longe", afirmou Juncker.
Juncker espera que as medidas propostas sejam aprovadas, dado que "é altura de agir". A reunião extraordinária que irá reunir os líderes dos Estados-membros da União Europeia acontecerá hoje, 23 de Setembro, às 18 horas de Bruxelas, 17 horas de Lisboa.
Também Martin Schulz, o presidente do Parlamento Europeu, disse acreditar que "chegamos a um ponto em que temos de nos questionar para onde queremos ir com a União Europeia". "Precisamos de mais do que um resultado de uma maioria. Precisamos que os Estados-membros concordem com soluções e valores fundamentais para a redistribuição dos refugiados e o seu tratamento". Martin Schulz concordou com o presidente da Comissão Europeia e pediu "pragmatismo" e "rapidez na acção", especialmente no que diz respeito às medidas de apoio financeiro.
"Quando os Estados-membros agem sozinhos em vez de agirem em comunidade aquilo que vemos é estagnação", sublinhou Schulz. "Por isso é que espero que os líderes governamentais vejam para lá de nacionalismos nesta cimeira".
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, escreveu na sua conta pessoal do Twitter que a questão mais urgente é o controlo das fronteiras exteriores dos Estados-membros. O líder europeu disse ainda que iria propor medidas a curto prazo, através de organizações não-governamentais como a World Food Program e a Agência de Refugiados das Nações Unidas. Tusk sublinhou ainda que "estamos a falar de milhões, não milhares, de pessoas a tentar chegar à Europa", alertando que os conflitos, "especialmente na Síria e Iraque não irão acabar brevemente" e que "mais refugiados irão chegar à Europa".
Most urgent question today is how we can manage our borders effectively; can't speak of a common European migration policy otherwise. #EUCO
— Donald Tusk (@eucopresident) September 23, 2015
We are talking about millions of potential refugees trying to reach Europe, not thousands. #EUCO #refugeecrisis #migrationEU
— Donald Tusk (@eucopresident) September 23, 2015
Já o primeiro-ministro da Hungria, um dos países que votou contra a relocalização dos 120 mil refugiados na reunião dos ministros do Interior de ontem e que mais se tem oposto à entrada dos refugiados, acusou Angela Merkel de "imperialismo moral". "Nós somos húngaros, não podemos pensar com mentes alemãs. A Hungria devia ter o direito de controlar o impacto de uma migração em massa. O povo húngaro não quer isto, e pedimos que os desejos dos húngaros sejam respeitados", afirmou Viktor Orbán, cita a Lusa.