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BCE desce juros pela sexta vez. Taxa cai para 2,5%

A diminuição da taxa de juro de referência na Zona Euro era já antecipada pelos mercados dado que a inflação aliviou para 2,4% em fevereiro.

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As taxas de juro da Zona Euro vão voltar a descer. O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira avançar com um corte de 25 pontos base, que leva os juros de referência - que se aplicam aos depósitos - para 2,5%. A redução é a sexta desde o inicio do ciclo de reduções e segue em linha com a expectativa do mercado.

A decisão tomada no conselho que junta os governadores nacionais leva as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez para, respetivamente, 2,5%, 2,65% e 2,9%, com efeitos a partir de 12 de março de 2025.

"A política monetária está a tornar-se significativamente menos restritiva, com as reduções das taxas de juro a tornarem a contração de novos empréstimos menos onerosa para as empresas e as famílias e o crescimento do crédito a recuperar. Simultaneamente, um fator adverso para a diminuição da restritividade das condições de financiamento advém de os anteriores aumentos das taxas de juro ainda estarem a ser transmitidos ao stock de crédito, permanecendo a concessão de empréstimos, em geral, fraca", explica em comunicado a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde.

A nova mexida é justificada pela evolução dos dados económicos. No último trimestre de 2024, a economia da Zona Euro cresceu apenas 0,1% em cadeia (0,7% em termos homólogos), abaixo dos 0,2% projetados pelo BCE, mas indicadores de sentimento como o PMI dão alguma perspetiva de retoma no arranque deste ano. Já do lado da inflação, o índice de preços no consumidor desacelerou para 2,4% em fevereiro, com os serviços a aliviarem.

"O processo desinflacionista está bem encaminhado. A inflação continuou a evoluir globalmente em consonância com as expectativas dos nossos especialistas e as projeções mais recentes estão em estreito alinhamento com as anteriores perspetivas de inflação", indica o BCE, que atualizou também as projeções macroeconómicas, incluindo uma revisão em alta da projeção para a inflação e em baixa do produto interno bruto (PIB). Alerta que a economia enfrenta "desafios contínuos".

Da mesma forma, os analistas também têm avisado que a recente escalada nas tensões entre os EUA e a Europa ensombrou ainda mais as perspetivas para 2025. Além das ameaças tarifárias dos EUA, a Europa está em segundo plano nas negociações entre os EUA e a Rússia sobre a Ucrânia e enfrenta uma pressão crescente da Administração Trump para aumentar os seus gastos em defesa. Em resposta, os líderes europeus estão à procura de formas de alterar as regras orçamentais, para destinar mais recursos a este setor, o que está a gerar um "sell-off" no mercado de dívida.


No que diz respeito aos programas de compra de dívida, o BCE reafirma que as carteiras do programa de compra de ativos (APP) e do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (PEPP) estão a diminuir a um ritmo "comedido e previsível", dado que o Eurosistema deixou de reinvestir os pagamentos de capital de títulos que atingem as maturidades.


"O Conselho do BCE está preparado para ajustar todos os instrumentos ao seu dispor, no âmbito do seu mandato, com vista a assegurar que a inflação estabiliza, de forma sustentada, no seu objetivo de médio prazo de 2% e a preservar o bom funcionamento da transmissão da política monetária. Além disso, o Instrumento de Proteção da Transmissão está disponível para contrariar dinâmicas de mercado desordenadas, injustificadas e passíveis de representar uma ameaça grave para a transmissão da política monetária em todos os países da área do euro, permitindo, assim, ao Conselho do BCE cumprir mais eficazmente o seu mandato de estabilidade de preços", acrescenta.

(Notícia atualizada às 13:20)

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