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INE confirma abrandamento de inflação para 1,9% em março
Instituto Nacional de Estatística confirma desaceleração da inflação em março para um valor abaixo da meta de 2%. Valor é o mais baixo desde o verão passado. Inflação subjacente abrandou, enquanto os preços dos alimentos aceleraram e os preços da energia diminuíram ligeiramente.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta quinta-feira que a taxa de inflação abrandou para 1,9% em março, em linha com a estimativa inicial. O valor, que está abaixo da meta de 2% definida pelo Banco Central Europeu (BCE), é explicado por um abrandamento na chamada "inflação crítica", enquanto os preços dos alimentos aceleraram e os preços da energia diminuíram ligeiramente.
"A variação homóloga do IPC [índice de preços no consumidor] foi 1,9% em março de 2025, taxa inferior em 0,5 pontos percentuais à registada no mês anterior. Com arredondamento a uma casa decimal, esta taxa coincide com o valor da estimativa rápida divulgada a 31 de março", lê-se no boletim estatístico do INE.
A inflação subjacente, que exclui produtos cujos preços estão sujeitos a fortes variações de preços (como é o caso dos bens alimentares não transformados e produtos energéticos), abrandou para o mesmo valor da inflação geral. No mês anterior, a chamada "inflação crítica" tinha ficado nos 2,5%. Este indicador é seguido de perto pelo BCE e permite perceber até que ponto a inflação se alastrou ao cabaz de produtos com preços menos voláteis, como educação e saúde.
Entre os produtos onde os preços costumam variar mais, verificou-se que, em comparação com igual período do ano anterior, o índice relativo aos produtos energéticos diminuiu ligeiramente para 0,1%, contrariando a estimativa inicial de que a subida de preços na energia se registado uma variação nula. Em fevereiro, o índice relativo à energia tinha já abrandado para 1,5%.
Por outro lado, a variação homóloga do índice referente aos produtos alimentares não transformados (alimentos frescos) aumentou de 2,4% para 2,8%. Aliás, este índice tem estado a subir desde o início do ano, depois de, em janeiro, os efeitos de base da retirada do IVA Zero se terem começado a fazer sentir. Recorde-se que a medida permitiu isentar de IVA um cabaz de bens alimentares essenciais e contribuiu para travar a inflação em Portugal.
Em comparação com o mês anterior, a variação do IPC terá sido 1,4%, um valor que compara com -0,1% registados em fevereiro. A variação média da inflação nos últimos doze meses tenha sido de 2,4%, menos uma décima do que no mês anterior.
O índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) português, que permite comparar a evolução dos preços em Portugal com a dos restantes Estados-membros, teve uma variação homóloga de 1,9%, depois de se ter fixado em 2,5% no mês anterior. Este indicador distingue-se do IPC por considerar não só a despesa realizada por residentes, mas também as despesas dos turistas, o que faz com que dê um peso maior a serviços, como restauração e hotelaria.
Sem contar com produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 2% em março, menos cinco décimas do que no mês anterior e um valor abaixo do observado na Zona Euro (2,4%).
(notícia atualizada às 11:32)