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Refugiados: Eslováquia pede cimeira para rejeitar quotas obrigatórias

A Eslováquia pediu uma cimeira extraordinária da União Europeia sobre os migrantes, na qual tenciona reiterar a sua recusa das quotas obrigatórias, declarou esta terça-feira o primeiro-ministro, Robert Fico.

Reuters
15 de Setembro de 2015 às 17:44
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O chefe do Governo eslovaco formulou o pedido na mesma altura em que Berlim e Viena exigiram a realização de uma tal cimeira na próxima semana. "Pedimos uma cimeira extraordinária da UE ao nível dos chefes de Estado e de Governo sobre a questão dos migrantes", disse Fico à imprensa.

 

"Numa matéria assim tão séria e delicada como o facto de dizer a um país quantas pessoas deve aceitar, sem poder escolhê-las, é certamente uma cimeira que deve tomar essa decisão", explicou o primeiro-ministro eslovaco.

 

"Irei a essa cimeira com um mandato claro, o de não aceitar as quotas obrigatórias, quaisquer que sejam as circunstâncias", prosseguiu, afirmando que tais quotas são "irracionais, nefastas e não resolvem nada".

 

Robert Fico anunciou que as autoridades eslovacas vão deter os migrantes que tenham entrado ilegalmente em território nacional, acrescentando que 90% das pessoas que se dirigem para a UE fazem-no mais por razões económicas que para fugir à guerra". 

 

Segundo o governante eslovaco, a discordância do seu país da ideia das quotas não deverá implicar a redução dos financiamentos europeus. "Nunca aconteceu na UE alguém ser punido por ter as suas próprias opiniões", observou.

 

Entretanto, com a entrada em vigor da nova legislação húngara que encerrou a fronteira entre a Hungria e a Sérvia, a Croácia vai provavelmente assistir à entrada no seu território de um elevado número de migrantes, estimou hoje um alto responsável.

 

"Trata-se de um desenvolvimento da situação com que devemos contar", isto é, a chegada de um grande número de migrantes, declarou à rádio nacional croata Zlatko Sokolar, um alto responsável do ministério do Interior encarregado das fronteiras.

 

"É como num sistema de vasos comunicantes: se os migrantes não podem ir para um sítio, é realista esperar que sigam outros itinerários e que venham até nós", acrescentou. Contudo, a situação na fronteira entre a Croácia e a Sérvia era hoje "regular" e não se registou qualquer movimentação ou tentativa de travessia ilegal, precisou o responsável.

 

A Croácia tinha anunciado recentemente que tinha a possibilidade de receber 3.000 migrantes.

 

Cerca de 6.000 polícias encontram-se destacados nas fronteiras da ex-república jugoslava, membro da União Europeia desde 2013, mas que não faz parte do espaço Schengen.

 

O acesso à Croácia a partir da Sérvia é bastante fácil porque essa zona fronteiriça, a uma centena de quilómetros a oeste de Belgrado, se situa em terreno plano.

 

O principal obstáculo à eventual deslocação de migrantes continua a ser o Danúbio, que serve de fronteira ao longo de 188 quilómetros (de um total de 326).

 

O perigo potencial, referido pela imprensa local, que poderão representar os campos minados que ficaram naquela zona após a guerra Servo-Croata (1991-95), foi desvalorizado pelas agências nacionais croata e sérvia encarregadas da desminagem.

 

O lado sérvio da fronteira está "totalmente desminado desde 2009", de acordo com a agência sérvia, e do lado croata, há ainda "algumas zonas mas que estão claramente identificadas e sinalizadas".

 

No início de Setembro, a presidente croata, Kolinda Grabar Kitarovic assegurou que a Croácia pretende dar provas de solidariedade com os migrantes e instou as instituições e a população do país a estarem prontos para essa eventualidade.

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