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Ao minuto24.09.2017

Schulz fecha a porta a coligação com Merkel mas a chanceler está "tranquila"

Este domingo foi o dia em que os alemães escolheram os seus representantes na câmara baixa do Parlamento alemão. Angela Merkel venceu e está a caminho do quarto mandato como chanceler. O Negócios acompanhou ao instante as principais incidências das eleições federais germânicas.

24 de Setembro de 2017 às 15:01
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24.09.2017

As principais conclusões da noite eleitoral

O Negócios termina aqui o acompanhamento da jornada eleitoral alemã. Antes deixamos aqui um apanhado das principais conclusões a retirar da jornada eleitoral numa altura em que os números são ainda provisórios:

- A CDU/CSU de Angela Merkel venceu, como esperado, as eleições federais alemãs, contudo foi o pior resultado alcançado pela chanceler em quatro actos eleitorais disputados. Os cerca de 32,9% dos votos apontados pela última projecção do DW representam mesmo um dos piores resultados eleitorais da CDU;

- A par da quebra dos democratas-cristãos, o SPD de Martin Schulz (20,6% previstos pelo DW) obtém o pior resultado eleitoral de sempre (desde a Segunda Guerra) dos social-democratas. Confirmando a tendência de quebra eleitoral das forças moderadas na Europa mas também o efeito nocivo em termos eleitorais da coligação governamental feita pelo SPD com o partido de Merkel;

- "Centrão" em queda e pequenos partidos a crescer. A perda de votos da CDU/CSU e do SPD traduz-se numa clara quebra eleitoral dos chamados "grandes partidos" do centro-direita e centro-esquerda da Alemanha, respectivamente. Em paralelo à perda do "centrão", os pequenos partidos cresceram, principalmente o AfD e os liberais (FDP); 

- A rejeição do SPD em coligar-se novamente com Merkel e o facto de uma aliança entre a CDU/CSU e os liberais não permitir alcançar a maioria absoluta no Bundestag, deixam a chanceler com possibilidades reduzidas de encontrar uma solução governativa maioriária. Mantendo-se este cenário, a Merkel resta tentar uma inédita aliança CDU/CSU-Liberais-Verdes (Jamaica, devido às cores dos partidos serem coincidente com as da bandeira jamaicana), hipótese que no plano teórico será difícil de concretizar tendo em conta as divergências entre o FDP e os Verdes.

- A extrema-direita irrompeu no Bundestag pela primeira vez desde a década de 1950, com o AfD a estabelecer-se como o terceiro maior partido. O AfD conseguiu bons resultados no Leste da Alemanha, tendo conseguido em vários territórios da antiga RDA ficar à frente do SPD;

- Liberais regressam ao Bundestag. Depois de terem ficado afastados do Bundestag na última legislatura, algo que nunca tinha acontecido ao liberais desde a criação do partido em finais dos anos 1940, o FDP volta agora a marcar presença na câmara baixa do parlamento germânico. Os liberais terão também um papel importante nas negociações para encontrar uma solução de governo. 

24.09.2017

Manifestantes insurgem-se contra extrema-direita no parlamento

A confirmação de que a extrema-direita (AfD) garantiu entrada no Bundestag tornando-se mesmo no terceiro maior partido, levou a que centenas de manifestantes se juntassem em diversas cidades alemãs, principalmente em Berlim e em Frankfurt.

As manifestação anti-AfD levaram já ao registo de confrontos e algumas detenções. 


24.09.2017

Polarização pode implicar mais 60 assentos no Bundestag

O complexo sistema eleitoral germânico, em que há duas modalidades de votos, uma nominal e outra proporcional, aliado ao facto de nas eleições deste domingo se ter assistido a um enorme aumento da fragmentação parlamentar (pela primeira vez haverá seis partidos no Bundestag), poderá implicar um aumento de 60 assentos parlamentares, dos actuais 630 para 690, isto segundo a projecção feita pelo canal televisivo ARD (não há número máximo de assentos, apenas o número mínimo de 598).

24.09.2017

Merkel "tranquila" assegura governo antes do Natal

No debate televisivo desta noite, Martin Schulz insistiu em fechar a porta a uma nova "grande coligação" com Angela Merkel, sustentando que o SPD deve assumir o lugar de maior partido da oposição e que "a confrontação [partidária] é desesperadamente necessária na cultura deste país".

 

O líder social-democrata deixava assim claro que a sua intenção passa por construir no SPD uma alternativa inequívoca ao projecto político dos democratas-cristãos, isto depois de nos últimos anos os social-democratas terem sido prejudicados pela crescente indiferenciação face à CDU.

 

Por sua vez, Angela Merkel rejeitou que nesta altura fique já de parte a reedição da "grande coligação", defendendo que os resultados mostram que "aritmeticamente" ainda é possível uma nova aliança CDU/CSU-SPD.

 

Numa chamada de atenção a Schulz, Merkel acrescentou que é responsabilidade de "todos sentados nesta mesa" trabalhar com vista a encontrar uma solução governativa.

 

Por fim, a chanceler mostrou-se tranquila quanto às possibilidades de sucesso das conversações que terão lugar já a partir desta segunda-feira. Tendo já passado por três processos negociais, com o último, em 2013, a prolongar-se por praticamente três meses, Merkel disse estar confiante de que até ao Natal a Alemanha terá um novo governo.

 

"O poder reside na tranquilidade", rematou Merkel. 

24.09.2017

FDP rejeita orçamento comum na Zona Euro

O líder do FDP, Christian Lindner, deu um duro golpe nas expectativas do presidente francês, Emmanuel Macron, no que diz respeito à reforma da Zona Euro, ao confirmar no debate televisivo pós-eleições que o seu partido se opõe a transferências orçamentais dentro do bloco do euro.

"Um orçamento da Zona Euro, de 60 mil milhões de euros, para depois ‘pingar’ para a França ou Itália, é inconcebível para nós", afirmou com um traçar de linha vermelha dos liberais na antecâmara das negociações com vista à formação de um governo. 

Esta posição surge como entrave para a concretização de uma coligação Jamaica (CDU/CSU-Liberais-Verdes), já que além de Merkel já se ter pronunciado a favor de um orçamento comum limitado, os ambientalistas são favoráveis ao reforço da integração do bloco do euro.

24.09.2017

Schulz "dispara" em várias direcções

O líder do SPD, Martin Schulz, disse aos líderes do FDP e de Os Verdes que "Merkel vai dar-vos qualquer coisa que peçam, desde que ela possa continuar como chanceler".

Sobre o AfD, Schulz afirmou - na "Ronda Elefante" - não ter dúvidas de que o partido tem de ser banido do parlamento.

24.09.2017

Ronda Elefante já decorre

Está a decorrer na TV alemã o tradicional debate pós-eleições, com os líderes partidários – a chamada "Ronda Elefante". 

24.09.2017

Schulz diz que novo governo não pode recuar perante Brexit

O líder do SPD, Martin Schulz, disse que o novo governo da Alemanha "não deve ceder mais terreno ao Reino Unido" nas negociações do Brexit e não deve permitir o período de transição de dois anos que a primeira-ministra britânica disse querer.

"Theresa May está a jogar, nestas conversações, numa tentativa de fortalecer a sua posição política a nível interno", afirmou Schulz esta noite. "Não podemos ceder terreno. A União Europeia é uma comunidade de Direito e tem determinadas regras que é preciso cumprir", acrescentou.

24.09.2017

Merkel pede a Schulz para repensar coligação

Angela Merkel pediu a Martin Schulz para repensar a posição do SPD de abandonar a coligação governamental e para "voltarmos a falar acerca disto amanhã", refere o jornalista Jochen Bittner, do Die Zeit.

24.09.2017

Verdes prometem lutar pela democracia alemã

Numa curta reacção sem grandes indicações sobre as intenções do partido para o período de negociações pós-eleitoral, os Verdes posicionaram-se "contra a presença de nazis no parlamento", numa clara referência à estreia do AfD no Bundestag.

Um dos líderes do partido ambientalista, Katrin Göring-Eckardt, afiançou que "não permitiremos um único ataque contra a democracia alemã". 

24.09.2017

AfD diz que finalmente haverá "oposição" no Bundestag

A co-líder do nacionalista e xenófobo AfD, Alice Weidel, anunciou que a chegada do partido ao Bundestag permitirá que haja "oposição" ao futuro governo. Weidel prometeu uma "oposição construtiva" e garantiu que o AfD "veio para ficar".

Depois de já ter presença em grande parte dos parlamentos regionais, o AfD vai agora estrear-se no parlamento federal. 

24.09.2017

Esquerda fala em segundo melhor resultado de sempre

O Die Linke (Esquerda) antecipa o "segundo melhor resultado eleitoral na história" do partido de esquerda radical.

24.09.2017

Partido-irmão da CDU critica Merkel sem criticar

A CSU (partido-irmão bávaro da CDU de Merkel, partido com posições mais ortodoxas e um posicionamento mais à direita da CDU) lamentou que se tenha aberto o flanco para o crescimento da extrema-direita. 

Através do seu líder, Horst Seehofer, a CSU sustentou que "cometemos um erro ao deixar o flanco da direita aberto. Isso foi usado [contra nós] pelos nossos adversários".

Apesar de Seehofer ter garantido que não pretendia "responsabilizar ninguém", no último ano e meio o líder da CSU não escondeu o descontentamento pelo facto de o governo de Merkel não ter seguido políticas mais restritivas em matéria de imigração e refugiados. 

"Temos um vácuo à direita, vamos fechá-lo com políticas que assegurem que a Alemanha continue a ser a Alemanha", concluiu não deixando grande margem para dúvidas da existência de uma crítica implícita ao legado de Merkel nas questões relacionadas com a polémica "política de portas abertas" que fez chegar à Alemanha acima de 1 milhão de refugiados no espaço de um ano. 

24.09.2017

Marine Le Pen feliz com "resultado histórico" do AfD

A líder da Frente Nacional e candidata presidencial este ano derrotada por Emmanuel Macron deu os parabéns ao partido xenófobo AfD pelo "resultado histórico" alcançado este domingo.

Marine Le Pen falou naquela força de extrema-direita como "aliada" da FN e "símbolo" da vontade dos povos europeus. 

24.09.2017

Liberais congratulam-se com regresso ao Parlamento

O líder do FDP, Christian Linder, mostrou a satisfação dos liberais por estarem de regresso ao Bundestag, o que acontece após um hiato de quatro anos em que o partido ficou de fora da câmara baixa do Parlamento germânico.

"O último mandato foi o último sem o FDP no parlamento federal", atirou Linder.

24.09.2017

Schulz reconhece derrota e rejeita nova coligação com Merkel

Ainda antes da reacção de Merkel, o líder do SPD, Martin Schulz, reconhecia a derrota dos social-democratas num "dia difícil e amargo". "Perdemos, mas quero agradecer aos eleitores que votaram no SPD. Vamos lutar nas próximas eleições pelos nossos valores sociais e tolerância", disse o antigo presidente do Parlamento Europeu que recusou demitir-se na sequência de um resultado que poderá mesmo ser o pior na história do partido.

Contudo, Schulz rejeitou demitir-se a anunciou que vai recandidatar-se à liderança social-democrata no congresso do SPD agendado para Dezembro. Schulz disse ainda que não pretende assumir a liderança do SPD no Bundestag, preferindo concentrar-se na recuperação de um partido que tem vindo a perder expressão eleitoral, o que acontece devido ao desgaste provocado por duas alianças com Merkel e que segue uma tendência europeia de perda do centro-esquerda.

Depois de vários importantes dirigente do SPD se terem prontificado a rejeitar qualquer hipótese de reedição da "grande coligação" que governou a Alemanha nos últimos quatro anos, e em oito dos últimos 12, Martin Schulz pareceu apontar no mesmo sentido.

Schulz garantiu que o partido "está de acordo" sobre a posição que o SPD deve ocupar, a de "maior partido da oposição". Os social-democratas parecem querer tempo para avaliar os motivos de mais uma derrota eleitoral sem se comprometerem com funções executivas. Se o SPD for para o governo, a extrema-direita (AfD) assume-se como maior partido da oposição. 

24.09.2017

Merkel define como objectivo conter a extrema-direita

Confirmou-se um dos maiores receios de Angela Merkel, em particular, e das forças moderadas alemãs, em geral. A extrema-direita (AfD) entrou pela primeira vez desde a Segunda Guerra no Bundestag, conseguindo mesmo (segundo mostram as projecções) estabelecer-se como a terceira maior força parlamentar, pelo que se o SPD vier a formar uma coligação com Merkel será o Alternativa para a Alemanha (AfD) a ficar com o papel de maior partido da oposição. 

Apesar de ter sido curta a primeira declaração de Merkel ao acto eleitoral, a chanceler definiu como objectivo conter o AFD. "Temos uma grande tarefa, conter a grande ameaça do AfD", disse, adiantando como intenção "recuperar os eleitores do AfD respondendo às suas preocupações". 

Recorde-se que o AFD, criado em 2013 como um movimento anti-euro e anti-resgates financeiros, se transformou paulatinamente numa força xenófoba, anti-islão, além de eurocéptica, adoptando um discurso muito próximo ao da extrema-direita.

Angela Merkel aproveitou ainda para elencar um conjunto de objectivos (antecipáveis) para o próximo mandato, designadamente a necessidade de importância uma Alemanha "socialmente mais justa", de construir uma Europa forte", de "combater a imigração ilegal" - uma posição que visa já conter o AfD -, bem como responder ao problema da segurança interna na Europa.

24.09.2017

Merkel proclama vitória mas reconhece que esperava melhor

Angela Merkel já reagiu às projecções feitas à boca das urnas, começando por, desde logo, proclamar a vitória nas eleições de hoje, a quarta consecutiva pela chanceler que está assim a caminho de igualar o recorde de Kohl à frente da chancelaria.

Ainda assim, a líder da CDU reconheceu que esperava um resultado mais robusto, isto numa altura em que as projecções antecipam que Merkel tenha registado a pior votação em quatro eleições federais disputadas.

"É verdade que esperávamos um melhor resultado, mas não podemos esquecer que tivemos uma legislatura muito desafiante", notou Merkel, provavelmente referindo-se ao momento difícil vivido a partir de 2015 com a crise migratória e dos refugiados que atirou a popularidade da chanceler para os níveis mais baixos dos últimos 12 anos.

Contudo, notou Merkel, "alcançámos os objectivos, somos a maior força e temos a tarefa de formar governo", para depois acrescentar que "sem nós, nenhum governo pode ser formado". Como esperado, Merkel abriu assim a porta às conversações para encontrar uma solução governativa maioritária, um processo que terá lugar já nos próximos dias e ao qual está perfeitamente habituada. Merkel negociou já três coligações (duas com o SPD e uma com os liberais), sendo que a última, com os social-democratas, demorou quase três meses até ser concretizada. 

 

24.09.2017

De três opções iniciais, Merkel ficou com duas para governar

Eram vários os cenários de coligações pós-eleitorais apontados como possíveis, embora apenas três cenários fossem vistos como credíveis à partida para o acto eleitoral deste domingo. 

Contudo, as projecções mostram que Angela Merkel terá apenas duas opções para alcançar a maioria já que uma aliança entre a CDU/CSU com os liberais (FDP) não permite chegar ao mínimo de 316 deputados que confere a maioria absoluta no Bundestag. 

Desta forma, Merkel fica cingida a dois cenários: uma coligação com o SPD, a terceira em quatro mandatos, uma hipótese que poderá merecer reprovação dos social-democratas. Nesta altura foram já vários os dirigentes do SPD a rejeitar qualquer tipo de coligação com Merkel; o outro cenário passa pela formação de uma nunca vista coligação Jamaica (referente às cores coincidentes de CDU, FDP e Verdes com a bandeira jamaicana), cuja concretização será sempre complexa devido às enormes divergências entre ambientalistas e liberais. 

24.09.2017

Apelo à participação de Merkel e Schulz prejudicou "centrão"

De acordo com a projecção do DW para a participação eleitoral, a afluência às urnas cifrou-se em 75%, bastante acima dos 71,5% registados em 2013 e dos 70,8% obtidos em 2009, o acto eleitoral com a maior taxa de abstenção na história da República Federal da Alemanha.

O reforço da participação eleitoral terá beneficiado os pequenos partidos em detrimento dos dois maiores, penalizados pelo facto de terem governado em conjunto em oito dos últimos 12 anos. 

Tanto Merkel como Schulz apelaram com insistência ao voto, tendo ambos dramatizado este sábado sobre a necessidade de conter o avanço da extrema-direita (AfD). Os analistas estão a ler as projecções indicando que o aumento da afluência às urnas terá contribuído para resultados da CDU/CSU e do SPD que se antecipam abaixo do que as sondagens previam nas últimas semanas. 

24.09.2017

CDU/CSU de Merkel é o partido que mais perde face a 2013

De acordo com uma projecção do Infratest, a CDU/CSU liderada por Angela Merkel é a força partidária que mais cai relativamente às últimas eleições federais, que decorreram em 2013. Neste estudo os democratas-cristãos recuam 9 pontos percentuais face aos 41,5% obtidos há quatro anos. 

Confirma-se uma tendência de quebra eleitoral dos maiores partidos, já que o SPD é a segunda força que cai mais ao recuar 5,7 pontos percentuais. 

Além de se confirmar a tendência de queda do "centrão", estas eleições parecem ainda apontar para uma subida generalizada dos restantes partidos mais pequenos, com os quatro que conseguem entrar no Bundestag a melhorarem as votações alcançadas nas eleições de 2013. 

A extrema-direita do AfD é quem mais sobe (+8,8 pontos - em 2013 não conseguiu os 5% para entrar no Bundestag), seguida pelos liberais do FDP ao crescerem perto de 6 pontos percentuais depois de há quatro anos terem ficado de fora da câmara baixa do Parlamento germânico, o que aconteceu pela primeira vez desde a fundação do partido em finais dos anos 1940. 

24.09.2017

Projecção da ZDF também dá a Merkel o seu pior resultado

A generalidade das projecções confirma a vitória de Merkel, embora com um mau resultado para a chanceler que, tudo indica, terá a pior votação em termos percentuais em quatro eleições federais disputadas.

A projecção actualizada da ZDF dá 33,3% à coligação democrata-cristã (CDU/CSU) encabeçada por Merkel, 20,8% ao SPD de Schulz, e também coloca o xenófobo, anti-islão e eurocéptico AfD em terceiro com 13,2%.

Renhida será a luta pela quarta posição, uma vez que os liberais (FDP) com 10,1%, os Verdes com 9,2% e a esquerda radical do Die Linke com 8,9% surgem separados por pouco mais de um ponto percentual. 

 

24.09.2017

Primeiras projecções dão vitória a Merkel com mau resultado para a CDU

As primeiras projecções divulgadas após o fecho das urnas confirmam a expectativa de vitória de Angela Merkel, contudo apontam para o pior resultado da chanceler nas quatro eleições federais por si disputadas. 

A projecção da DW atribui 32,5% dos votos à coligação CDU/CSU, o que a confirmar-se fica abaixo da votação de 35,2% conseguida por Merkel nas eleições de 2005, o pior resultado da chanceler. Em segundo surge o SPD de Martin Schulz com 20%, enquanto a extrema-direita representada pelo AfD (Alternativa para a Alemanha) aparece como um dos grandes vencedores ao conseguir não apenas entrar pela primeira vez no Bundestag mas também ficar na terceira posição com 13,5% dos votos. 

Surgem depois os liberais (FDP) com 10,5% e mais à esquerda aparecem Verdes (9,5%) e o Die Linke (9%) praticamente empatados. 

24.09.2017

As urnas já encerraram

Já passa das 18:00 em Berlim, hora marcada para o encerramento das urnas. Primeiras projecções dão vitória a Angela Merkel.

24.09.2017

Líder do banco central alemão avisa que vê "difícil" orçamento comum na Zona Euro

As eleições ainda decorrem na Alemanha e longe está a fórmula final de coligação que será negociada para governar o país nos próximos quatro anos. Sabendo-se de antemão que da composição da próxima coligação governativa dependerá a maior ou menor propensão da maior economia do euro para avançar com as reformas pedidas ao nível da Zona Euro.

 

Seja como for, o ortodoxo presidente do banco central alemão, Jens Weidmann, já foi avisando, em declarações hoje feitas à estação italiana Rai3, que "penso que será difícil alcançar progressos em direcção a um orçamento comum" no bloco do euro, uma hipótese defendida pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

 

Pelo seu lado, Martin Schulz, mais entusiasticamente, e Angela Merkel, com algumas reservas, já se pronunciaram favoravelmente sobre a criação de um mecanismo orçamental comunitário capaz de apoiar os Estados-membros mais vulneráveis da moeda única em situações de crise. 

24.09.2017

O complexo sistema eleitoral alemão

A votação para a escolha dos futuros membros do Bundestag decorre sob dois sistemas distintos, uninominal e proporcional, pelo que o boletim de voto entregue a cada um dos eleitores tem dois votos distintos. 

Primeiro, os eleitores têm de escolher nominalmente o seu representante local. O vencedor em cada uma das circunscrições eleitorais assegura automaticamente um dos 299 assentos atribuídos em termos uninominais para os representantes locais. 

Já o segundo voto é feito em partidos, sendo que a parcela de mandatos alcançado por cada força partidária no Bundestag dependerá do números de segundos votos conseguidos. Também aqui há 299 lugares para distribuir, embora mediante um sistema proporcional. 

O número mínimo de mandatos no Bundestag é de 598 (299+299), contudo o número final de assentos pode aumentar, algo que acontece com regularidade. O número de lugares "adicionais" depende da forma como decorreram as votações e respectivas escolhas.

De uma forma simplificada, os tais assentos "adicionais" são atribuídos, por exemplo, quando um partido venceu 15 circunscrições numa determinada região através de primeiros votos mas os segundos votos lhe garantem apenas 12 lugares. Tendo em conta que o voto por circunscrição eleitoral é uninominal e que o respectivo vencedor é directamente eleito para o Bundestag, o partido em causa garante mais mandatos do que ganharia pelo método proporcional. 

A DW publicou no Twitter um vídeo explicativo (em inglês) do sistema eleitoral alemão. 

 

24.09.2017

Voto de Schulz

Também o líder do SPD, Martin Schulz, já votou. Recuperando alguns dos principais lemas da campanha social-democrata (aumento da desigualdade na Alemanha e apoio ao reforço da integração europeia), o ex-presidente do Parlamento Europeu disse ter votado por uma "Alemanha mais justa e uma Europa unida".

24.09.2017

Presidente alemão já votou e também teve de esperar

O presidente da Alemanha, o social-democrata Frank-Walter Steinmeier, ex-parceiro de governo de Merkel, já votou e, como mostra a DW, teve de esperar junto de outros eleitores pelo momento para depositar o seu voto na respectiva urna. 

24.09.2017

O voto de Merkel

A estação televisiva DW mostra o momento em que a chanceler Merkel, acompanhada pelo seu marido, votou. 


24.09.2017

O que dizem as sondagens?

Ao contrário do que chegou a verificar-se no início do ano (Janeiro, Fevereiro e Março), altura em que o recém-eleito líder social-democrata (SPD), Martin Schulz, beneficiou da quebra de popularidade de Angela Merkel e do efeito novidade para subir nas intenções de voto, as sondagens dão como certa a vitória da chanceler Angela Merkel, a quarta consecutiva. 

No entanto, os estudos de opinião apontam para a confirmação de uma série de dados novos, em especial devido à polarização de votos. Isto porque a coligação democrata cristã CDU/CSU e o SPD (maiores partidos alemães, representativos respectivamente do centro-direita e do centro-esquerda) tenderão a perder votos para as forças mais pequenas. 

As sondagens colocam seis partidos acima do limiar mínimo de 5% dos votos que assegura a entrada na câmara baixa do Parlamento germânico, o que a confirmar-se ditará o Bundestag com mais partidos representados desde a Segunda Guerra. 

Por outro lado, a previsível quebra do "centrão", designadamente da CDU/CSU, que poderá ficar alguns pontos abaixo do patamar dos 40%, bem como a maior fragmentação parlamentar, tenderão a dificultar as negociações com vista à formação de uma coligação de governo.

Uma das últimas sondagens a ser conhecida na passada sexta-feira, no caso o estudo de opinião publicado pela revista Der Spiegel, atribuía 36,2% dos votos à CDU/CSU de Angela Merkel e 22% aos social-democratas de Martin Schulz, enquanto o xenófobo e anti-islão AfD surgia com 10,3%, o Die Linke (esquerda) com 9,8%, os liberais do FDP com 9,6%, e os Verdes com 7,7%. 

Ora, tais números fazem com que uma aliança natural à direita (CDU/CSU-FDP) não permite alcançar a maioria, o que deixaria Merkel dependente da reedição de uma nova "grande coligação" com o SPD - que vêem com grandes reticências voltar a governar como partido júnior dado o efeito eleitoral negativo provocado por tal realidade - ou então de uma inédita aliança com liberais e ambientalistas, um cenário de difícil concretização devido às enormes diferenças programáticas entre FDP e Verdes. 


24.09.2017

Chuva abençoada?

Uma constante ao longo do dia tem sido a chuva, não apenas na capital Berlim mas também noutras regiões alemãs. A chuva marcou também presença na maratona que esta manhã teve lugar em Berlim, uma corrida que terminou bem perto das Portas de Brandemburgo.

Na fotogaleria acima pode ver-se como a chuva tem sido uma constante, surgindo também imagens da maratona e dos momentos em que os principais candidatos depositaram os respectivos votos nas urnas. 

24.09.2017

Dados da jornada eleitoral

O dia em que os eleitores alemães votam para definir a composição do próximo governo e respectivo chefe é também o dia em que é escolhido o líder do mais poderoso e rico país da União Europeia. Não admira, portanto, que as eleições gerais alemãs sejam seguidas com particular atenção na Europa. 

Angela Merkel deverá vencer as eleições de hoje, abrindo assim caminho para o quarto mandato à frente da chancelaria alemã, o que a acontecer permitirá à líder da CDU igualar o maior número de anos (16) como chanceler conseguido pelo seu mentor e também democrata-cristão Helmut Kohl.

São mais de 61 milhões os eleitores habilitados a participar nas eleições federais deste domingo, 24 de Setembro. O acto eleitoral decorre das 08:00 até às 18:00 locais (menos uma hora em Lisboa). 

Nos últimos dias foram diversos os apelos à afluência às urnas, isto depois de as duas últimas eleições gerais terem assinalado as maiores taxas de abstenção desde a Segunda Guerra. Em 2009 foram registados níveis de abstenção recorde (70,8%) e em 2013 verificou-se um ténue aumento da participação eleitoral (71,5%).

Logo após o encerramento das urnas marcado para as 18:00 em Berlim (17:00 em Lisboa) são esperadas as primeiras projecções à boca das urnas que, tradicionalmente, fornecem já uma antevisão dos resultados finais. Assim, é esperado que, ao início da noite, haja a divulgação de dados oficiais em número suficiente para permitir uma primeira leitura concreta dos vencedores e vencidos da jornada eleitoral.

24.09.2017

Participação eleitoral abaixo de 2013

Até ao meio-dia na Alemanha (menos uma hora em Lisboa) tinham votado 41,1% dos mais de 61 milhões de eleitores elegíveis a participar nas eleições gerais germânicas que têm este lugar este domingo. Esta afluência às urnas está ligeiramente abaixo dos níveis registados em 2013, ano em que, por sua vez, a taxa de abstenção foi a segunda mais alta de sempre na Alemanha, superada em cerca de um ponto percentual pela menor participação em termos históricos nas eleições de 2009. 

Estes dados, reportados pelas autoridades alemãs e citado pela agência Reuters, contrariam a tendência verificada em importantes cidades como Munique, ou, por exemplo, no estado federal mais populoso alemão, na Renânia do Norte-Vestefália, em que às 12:00 germânicas a afluência às urnas superava em cerca de pontos percentuais a verificada há quatro anos.  

Ainda este sábado os principais rivais nas eleições de hoje, Angela Merkel pela coligação democrata-cristã CDU/CSU, e Martins Schulz pelo SPD, apelavam a uma participação eleitoral massiva, num apelo cujo principal objectivo passa por conter o antecipado e provável crescimento da extrema-direita alemã (AfD, Alternativa para a Alemanha) que deverá estrear-se no Bundestag, 


24.09.2017

O contexto das eleições alemãs

Ainda à espera do fecho das urnas marcado para as 18:00 em Berlim (17:00 em Lisboa), o Negócios deixa aqui um conjunto de trabalhos que permitem enquadrar o que se joga e está em jogo nas eleições gerais germânicas que decorrem este domingo:

Merkel vai a votos já a pensar em coligações

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