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Digi vai ter preços "fixos e transparentes" e ofertas sem fidelização

A operadora romena garante que oferta vai ter "preços competitivos e acessíveis desde o primeiro dia". Administrador da operadora garante que estão em Portugal "para ficar". O mercado português é um "investimento duradouro". Porém, a rede da operadora ainda não tem cobertura a 100% e oferta de televisão não vai ter canais de desporto.

Tiago Sousa Dias
04 de Novembro de 2024 às 17:34
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A Digi vai ter preços "fixos e transparentes" sem serem "baseados em promoções" e as suas ofertas não vão ter períodos de fidelização. Apenas o tarifário para  internet de banda larga fixa (fibra óptica) terá um período mínimo de três meses. A garantia foi dada esta segunda-feira por Valentin Popoviciu, administrador da operadora romena, durante a apresentação da sua oferta comercial para Portugal. 

"Vamos ter preços competitivos e acessíveis desde o primeiro dia" e queremos "dar liberdade de escolha" aos consumidores, sublinhou o responsável.  "Os preços não vão ser baseados em promoções" nem serão indexados à inflação, acrescentou, detalhando que a oferta completa da empresa estará disponível a partir de terça-feira, 5 de novembro.

Durante a apresentação, a empresa detalhou que vai ter ofertas do segmento móvel a partir de 4 euros até 7 euros. E os clientes vão poder fazer os pacotes à sua maneira, não tendo obrigatoriedade de ter telefone fixo.

Os preços vão depender do pacote construído pelo consumidor mas pode ir desde os 26 euros com 1GB de fibra, mais 50GB de dados móveis e oferta de televisão com mais 60 canais, na prática os que estavam disponíveis na Nowo. No caso de associar dois números móveis com dados e chamadas ilimitadas sobe para 34 euros.

Os atuais clientes da Nowo vão ficar com os mesmos preços dos novos subscritores da Digi, segundo o gestor que assegurou ainda não estar previsto corte de pessoal.

No entanto, a oferta de televisão paga não vai ter canais de desporto, como a SportTV e Dazn (ex-Eleven Sport), nem a SIC, pelo menos para já.Com a dona da TVI (Media Capital) e RTP já chegou a acordo. Segundo o responsável,  estão a ter "dificuldades" nos conteúdos desportivos devido a negociações que dizem ser "inflexíveis". Mas este não é o único obstáculo no arranque da operação.

A rede da operadora ainda não tem cobertura a 100%. Atualmente é de 93% nas tecnologias 2G e 4G e 40% de 5G. No último caso, estão só presentes nas áreas urbanas.

Um dos motivos para a cobertura ainda não ser 100% prende-se com o facto de estarem "há um ano à espera de autorização" do metro de Lisboa para instalar as suas infraestruturas,  segundo Valentin Popoviciu. Também há municípios onde ainda não conseguiram instalar rede pelos mesmos motivos. 

Foco no residencial e investimento a longo prazo

Para já, a operadora low cost, cujos maiores mercados são a Roménia e Espanha - vai apostar apenas no mercado residencial, não estando previsto entrar no segmento empresarial pelo menos este ano. O grupo, que tem sede social nos Países Baixos mas a gestão é centralizada na Roménia pelo acionista Zoltan Teszari, está presente também em Itália e está a preparar a entrada na Bélgica.

No mesmo encontro, o gestor assegurou que estão em Portugal "para ficar". "É um investimento duradouro", reforçou, apontando que já investiram mais de 400 milhões de euros - valor que inclui os 150 milhões da compra da Nowo - e criaram mais de 800 empregos.

A entrada da Digi em Portugal, três anos após ter adquirido licenças 5G, tinha de ser concretizada até ao final de novembro de acordo com as regras do leilão.

Aos poucos, a operadora romena conhecida pelos preços agressivos tem  vindo a levantar o véu sobre os planos que tem em marcha para o mercado português, mas os detalhes da operação, como o preço, ainda não eram conhecidos. mas como já tinha revelado, o objetivo da Digi era lançar uma oferta completa ao mesmo tempo em Portugal: televisão paga, banda larga fixa e rede móvel. 

A compra da Nowo, por 150 milhões, permitiu à empresa contornar as dificuldades no acesso aos conteúdos televisivos que estava a ter no mercado portugês. Como a Nowo já tem alguns contratos em vigor, resolve parte do problema a curto ou médio prazo.

A entrada da operadora low cost no mercado já prometia mexer com o setor de telecomunicações em Portugal, levando a uma queda dos preços que segundo a AdC pode chegar a 7% dependendo do tipo de oferta, como noticiou o Negócios. Mas a compra da Nowo vai reforçar, assim, o embate, principalmente na oferta de pacotes de televisão.

(Notícia atualizada às 18h34)

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