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Schäuble apontado para presidente do Bundestag

Depois de os resultados eleitorais terem implicado menores possibilidades de continuar como ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble é visto no seio da CDU como forte possibilidade para liderar o parlamento.

Bloomberg
26 de Setembro de 2017 às 15:37
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Poderá estar em vias de terminar o percurso de oito anos Wolfgang Schäuble como ministro das Finanças da maior economia europeia. Segundo fontes democratas-cristãs ouvidas pela agência Reuters, o antigo líder da CDU reúne condições para ser o próximo presidente do Bundestag (câmara baixa do parlamento germânico).

 

Figuras relevantes da CDU "elevaram a pressão" sobre Schäuble para que este "imponha a sua autoridade como líder do próximo parlamento alemão", escreve esta terça-feira, 26 de Setembro, aquela agência noticiosa.

 

Esta hipótese não configura uma primeira opção para a chanceler Angela Merkel, que preferiria não deixar de contar com o seu ministro mais popular que serve ainda de ponte à ala mais conservadora e ortodoxa da aliança entre a CDU e a CSU (partido-irmão bávaro dos democratas-cristãos).

 

Porém, os resultados das eleições de domingo implicaram uma redução da margem de manobra de Angela Merkel. Dada a recusa do SPD em renovar a "grande coligação", para continuar a governar Merkel terá de forjar uma nunca tentada aliança CSU/CSU-Liberais-Verdes.

 

E se antes das eleições o líder dos liberais (FDP), Christian Lindner, já tinha avisado que não iria para um governo com os democratas-cristãos sem garantir a pasta das Finanças para o seu partido, o crescimento do FDP veio dar mais força a esta pretensão. Depois de terem governado com Merkel entre 2009 e 2013, nos primeiros quatro anos de Schäuble como principal responsável pelas contas públicas germânicas, o FDP acabou fora do Bundestag (ficou aquém do mínimo de 5%) pela primeira vez desde a sua fundação.

 

O FDP acredita ter sido prejudicado pelo facto de não ter conseguido impor nesses quatro anos a sua agenda pró-empresas e as promessas de cortes de impostos, pelo que agora os liberais não consideram sequer fazer parte de uma solução governativa sem que tal possibilite o controlo das Finanças.

 

Por outro lado, membros da CDU consideram que a hipótese de um amplamente respeitado Schuble assumir a liderança da câmara baixa do parlamento alemão será benéfica num Bundestag que terá agora a presença da extrema-direita (AfD), o que deverá implicar debates políticos mais tensos e confrontacionais.

 

A presença do ainda ministro das Finanças seria "muito importante devido ao AfD e ao clima parlamentar", sustentou um membro do comité executivo da CDU em declarações à Reuters.

 

Outro proeminente membro da CDU, o comissário responsável pelo Orçamento europeu, Guenther Oettinger, disse ao Stuttgarter Zeitung que Schäuble como líder do parlamento seria a opção "ideal".

Merkel mantém silêncio

 

A continuidade ou não de Wolfgang Schäuble nas Finanças tem sido motivo de notícias ao longo dos últimos meses. Mas apesar de Merkel ter chegado durante o Verão a pronunciar-se a favor da continuação do seu ministro das Finanças, na semana passada, a propósito do 75.º aniversário do governante, a chanceler rejeitou dar pistas sobre a sua posição relativamente a esta questão.

 

Apesar de se perspectivar que as conversações com vista à formalização de uma coligação de governo se prolonguem nos próximos meses, com Merkel a garantir estar "tranquila" de que haverá um novo executivo até ao Natal, o próximo presidente do Bundestag terá de ser escolhido até 24 de Outubro.

 

O actual presidente, o também democrata-cristão Norbert Lammert, não vai apresentar-se à reeleição. 

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