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Co-líder do AfD expõe divisões internas na extrema-direita

Frauke Petry, co-líder do Alternativa para a Alemanha (AfD) anunciou que não se sentará com o grupo parlamentar da extrema-direita, que conquistou o terceiro lugar nas eleições.

Reuters
25 de Setembro de 2017 às 11:11
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Menos de 24 horas depois de terem sido conhecidos os resultados das eleições legislativas na Alemanha, já são evidentes as divisões internas no terceiro partido mais votado este domingo.

 

Frauke Petry, co-líder e um dos rostos mais conhecidos do Alternativa para a Alemanha (AfD) anunciou esta segunda-feira, 25 de Setembro, que não se sentará no parlamento com os membros do partido da extrema-direita.

 

"Decidi que não farei parte do grupo do AfD no parlamento alemão, mas serei uma deputada individual na câmara baixa", afirmou a responsável, citada pela Reuters.

 

Petry fez o surpreendente anúncio depois de o seu partido ter conquistado 12,6% dos votos nas eleições deste fim-de-semana, abrindo a porta à entrada da extrema-direita no parlamento alemão pela primeira vez em mais de 50 anos.

 

"Acho que devemos ser directos hoje sobre o facto de existir um desentendimento no AfD. E não devemos silenciar isso porque a sociedade está a pedir um debate aberto", acrescentou a política alemã, numa conferência de imprensa com outros líderes partidários.

 

Frauke Petry anunciou ainda que o seu objectivo é trazer "um ponto de viragem conservador" no parlamento em 2021, na próxima vez que a Alemanha realizar eleições legislativas.

 

"Vou fazer tudo o que puder para conseguir isso, para que as ideias sensatas que o AfD vem trabalhando desde 2013 se tornem verdadeiramente uma realidade política", acrescentou, sem adiantar se continuará a ser uma das dirigentes do partido.

 

Já em Abril Petry havia anunciado que não lideraria a campanha eleitoral do AfD, depois de ter entrado em confronto com outros dirigentes do partido xenófobo e anti-islão, por defender um rumo mais moderado.

 

Esta segunda-feira, a responsável defendeu que o AfD, como "partido anarquista", poderia ser bem-sucedido na oposição, mas não seria capaz de oferecer aos eleitores uma opção credível enquanto governo.

 

O partido, formado em 2013 por um grupo de académicos, foi a grande surpresa das eleições na Alemanha, conquistando o terceiro lugar, atrás da CDU de Merkel, e do SPD de Martin Schulz. O partido beneficiou do descontentamento do eleitorado relativamente à política de portas abertas de Merkel que, entre 2015 e 2016, fez chegar à Alemanha mais de um milhão de refugiados.

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