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Portugal saúda Merkel e confia na "intransigência" perante "atitudes anti-democráticas"

O Governo português saudou hoje a reeleição de Angela Merkel na Alemanha e manifestou preocupação com a subida da extrema-direita, mas disse confiar na intransigência da chanceler e do provável líder da oposição face a "atitudes antidemocráticas e anti-europeias".

Miguel Baltazar
25 de Setembro de 2017 às 15:38
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"Saudamos a vitória da chanceler Angela Merkel, saudamos a força vencedora [União Democrata-Cristã (CDU)]", declarou à Lusa, por telefone, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, que se encontra em Luanda, a acompanhar a deslocação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para participar na cerimónia de posse do novo chefe de Estado angolano, João Lourenço.

 

O chefe da diplomacia sustentou que "há evidentemente todas as condições para se formar um Governo forte e estável na Alemanha", apesar de a negociação poder ser "mais complexa", uma vez que provavelmente envolverá mais do que dois partidos.

 

Mas, salientou, a decisão do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) de passar à oposição - terminando assim a 'grande coligação' que governou o país nos últimos quatro anos -, "significará que a liderança da oposição no parlamento alemão estará numa força pró-europeia, democrática e muito madura".

 

Por outro lado, o Governo português lamenta a subida do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que se tornou a terceira força parlamentar na Alemanha.

 

"É um elemento de preocupação", comentou Santos Silva, que admitiu que não esperava "uma expressão tão significativa".

 

O governante português referiu que, até à eleição deste domingo na Alemanha, "o que se tinha verificado era um recuo da extrema-direita", em eleições legislativas e presidenciais na Áustria, Holanda e França.

 

Santos Silva sublinhou no entanto que quer a chanceler Angela Merkel quer o "agora provável futuro líder da oposição, Martin Schulz, têm dado ao longo da sua vida política provas mais que suficientes da sua intransigência para com valores e atitudes antieuropeias e antidemocráticas".

 

"Tenho plena confiança em qualquer um dos dois", declarou.

 

O ministro destacou ainda que "os alemães votaram, na sua grande maioria, em forças que defendem a integração europeia e o aprofundamento da integração europeia".

 

A CDU de Merkel, no poder há 12 anos, venceu as legislativas de domingo, embora enfraquecida pela subida da extrema-direita, e pelo baixo resultado que obteve (33%), que a obrigará a negociações para uma coligação.

 

O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) conseguiu uma vitória histórica, ao assegurar a entrada directa no parlamento federal e constituir-se como terceira força política do país, com 12,6% dos votos.

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