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Passos espera que Merkel consiga conciliar anseios nacionais com expectativas europeias
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, admitiu hoje que não se "adivinha fácil" a formação do Governo na Alemanha, mas disse esperar que Angela Merkel consiga conciliar as "preocupações dos cidadãos alemães" com as expectativas da União Europeia.
À margem de uma iniciativa de campanha autárquica em Fafe (Braga), Passos Coelho disse que ainda é "muito cedo" para perceber qual será a solução governativa resultante das eleições alemãs no domingo, defendendo que o essencial será saber "em que medida o novo governo estará mais próximo de continuar reformas importantes ao nível da zona euro ou não".
"A senhora Merkel não foi uma das obreiras da arquitectura europeia, mas foi seguramente, depois de Maastricht, a líder na Europa que mais persistentemente tem contribuído para a reforma das instituições e completar o que ficou por fazer" em matéria de União Económica e Monetária e da segurança e defesa, disse.
Passos Coelho apontou também o crescimento da extrema-direita como "o problema mais delicado" resultante das eleições de domingo e que condicionará o processo de formação de governo.
"Há muitos eleitores que estão sensíveis a esse discurso, centrados nos problemas da segurança, ligados aos movimentos migratórios e à crise dos refugiados", afirmou, dizendo esperar que Merkel encontre condições para "responder às preocupações e anseios dos alemães" ao mesmo tempo que "mantém viva a chama que a Europa precisa".
Questionado se as críticas do PSD às alterações introduzidas pela esquerda na lei da imigração são uma forma de capitalizar essas preocupações em Portugal, o líder do PSD respondeu negativamente.
"Em Portugal não temos razões para ter esse tipo de preocupações que se sentem na Alemanha e no centro da Europa, que têm sido particularmente procurados por movimentos de refugiados", afirmou.
A chanceler alemã venceu as eleições com 33% dos votos, menos que os 41,5% conseguidos há quatro anos. Em segundo lugar, com 20,5%, ficou Partido Social-Democrata (SPD), que já veio dizer que pretende ser oposição.
Em terceiro lugar ficou a AfD, com 12,6% dos votos. O partido, com apenas quatro anos, é o primeiro à direita dos conservadores a entrar no parlamento em 60 anos.