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Merkel terá escolhido adjunto para substituto de Schäuble nas Finanças
Segundo avança o jornal Sueddeutsche Zeitung, o até aqui chefe de gabinete da chanceler alemã será o ministro interino das Finanças em substituição de Schäuble que aos 75 anos irá presidir ao Bundestag.
Peter Altmaier, 59 anos de idade e membro da CDU de Angela Merkel, é o nome do próximo responsável pelas Finanças da Alemanha, segundo avançou esta sexta-feira, 29 de Setembro, o jornal alemão Sueddeutsche Zeitung com base em fontes governamentais.
De acordo com notícia desta publicação, citada pela agência Reuters, o até aqui chefe de gabinete da chanceler alemã, Angela Merkel, será o ministro das Finanças, de forma interina, até que seja formado o próximo governo alemão.
Esta decisão decorre da necessidade de substituir Wolfgang Schäuble, que ao fim de oito anos a tutelar a pasta das Finanças da maior economia europeia vai assumir a presidência da câmara baixa do parlamento germânico.
Altmaier é um político conservador e um homem próximo da chanceler, devendo assumir interinamente o cargo já depois de 24 de Outubro, data agendada para a primeira sessão do Bundestag saído das eleições federais do passado domingo, pelo que, seguramente, a eleição de Wolfgang Schäuble não acontecerá antes desse dia.
Depois de na terça-feira ter sido adiantada a possibilidade de Schäuble deixar de ser ministro para assumir a liderança do Bundestag, no dia seguinte foi confirmada a notícia de que o antigo líder da CDU aceitara liderar o parlamento resultante das eleições do último domingo.
Tendo em conta que o quarto governo de Angela Merkel terá de ser forjado com uma inédita aliança com liberais (FDP) e Verdes – o SPD rejeita voltar a coligar-se com a chanceler depois de os social-democratas terem obtido o pior resultado de sempre – Schäuble tornou-se um entrave à concretização da chamada coligação Jamaica (as cores da CDU, FDP e Verdes correspondem às da bandeira jamaicana).
Isto porque os liberais exigem para si a importante pasta das Finanças, uma vez que o FDP considera que quando governou com Angela Merkel (2009-2013) foi penalizado por não ter imposto a agenda de redução da carga fiscal sobre as empresas.
A permanência de Altmaier como ministro interino das Finanças é difícil de prever e dependerá da duração das negociações com vista à formação de uma coligação governativa com apoio maioritário no Bundestag. Depois das eleições de 2013 foram necessários três meses para ser formada a aliança CDU/CSU-SPD, que governou a Alemanha nos últimos quatro anos.
Todavia, as divergências programáticas entre liberais e Verdes, designadamente em relação às políticas de integração europeia em questões sensíveis como a Zona Euro e a Segurança e Defesa, tenderão a dificultar um processo já habitualmente moroso. Esta semana o próprio chefe de gabinete de Merkel sugeriu que as negociações para o futuro governo poderão demorar mais tempo do que há quatro anos.
Dada a intenção do FDP em assumir as Finanças, Wolfgang Schäuble, 75 anos, foi encarado na aliança democrata-cristã CDU/CSU como a personalidade ideal para presidir aos trabalhos da câmara baixa do parlamento alemão, um trabalho que se antevê mais complexo do que o do seu antecessor dada a fragmentação parlamentar (nunca o Bundestag teve seis forças representadas).
A chegada da extrema-direita (AfD) reforça a perspectiva de maior confronto parlamentar e adensa a necessidade de uma figura transversalmente respeitada para presidir aos trabalhos. Schäuble é visto como a pessoa indicada. Logo após serem conhecidos os resultados eleitorais, ainda no domingo, Merkel estabeleceu como uma das prioridades para o próximo mandato a necessidade de contenção da ameaça apresentada pelo AfD.