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Governo apadrinha "corredor verde" de hidrogénio entre Sines, Países Baixos e Alemanha

O objetivo passa pelo transporte de combustíveis sintéticos e matérias-primas baseadas em derivados de hidrogénio verde, como o amoníaco e metanol, e produtos como o CO2 liquefeito, de Portugal para o Noroeste da Europa.

O CEO da Madoqua Renewables, Roger Rebelo, diz que “alguém tem de assumir os riscos” do hidrogénio.
Luís Guerreiro
05 de Novembro de 2024 às 13:09
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A Madoqua, empresa luso-holandesa de desenvolvimento de projetos para a produção de produtos químicos e gases renováveis, os portos marítimos de Sines (Portugal) e Roterdão (Países Baixos) e a Duisport, proprietária e operadora do maior porto interior do mundo, em Duisburgo (Alemanha) anunciaram esta terça-feira a assinatura de um memorando de entendimento para a construção de um "corredor verde" entre o sul do país e o noroeste da Europa. 

O objetivo passa pelo transporte, entre estas duas geografias europeias, de combustíveis sintéticos e matérias-primas baseadas em derivados de hidrogénio verde, como o amoníaco e metanol, e produtos como o CO2 liquefeito, de Portugal para o Noroeste da Europa.

"O pilar deste corredor será o terminal de armazenamento e abastecimento de combustíveis verdes que atualmente está a ser desenvolvido pela Madoqua no Porto de Sines", informaram as várias entidades em comunicado. De acordo com a Madoqua, este terminal será totalmente operado com recurso a "fontes de energia renováveis e ativos de produção próprios" e exigirá um investimento de 500 milhões de euros.  

A ambição é que este terminal possa acelerar a produção em grande escala de hidrogénio verde e o abastecimento de combustíveis sintéticos em Portugal, com escoamento também para fornecedores no noroeste da Europa. 

Para Marloes Ras, cofundadora da Madoqua, "o objetivo deste memorando de entendimento é criar um corredor de combustíveis verdes entre os países produtores e os países consumidores, criando compromissos partilhados". A assinatura do documento foi presidida pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.

Em 2022, a Madoqua anunciou uma parceria com a Copenhagen Infrastructure Partners (CIP) e com a Power2X para construir em Sines um projeto de hidrogénio verde e amoníaco à escala industrial (de 1,2 GW) - chamado MadoquaPower2X - que irá criar mais de 150 postos de trabalho diretos e 2.000 indiretos. Este projeto para a produção de hidrogénio verde e amoníaco representa um investimento de 1,3 mil milhões na fase 1 e 1,5 mil milhões na fase 2.

O futuro Terminal de Combustíveis Verdes da Madoqua será candidato a financiamento da União Europeia ao abrigo do Mecanismo de Infraestruturas para Combustíveis Alternativos (AFIF). Até agora, é um dos quatro projetos europeus a que foi atribuído financiamento para estudos de viabilidade e implementação no âmbito do programa CEF Energy - CB RES da UE para validar operações de terminais baseadas em energias renováveis.

A infraestrutura que nascerá em Sines será desenvolvida em duas fases: primeiro centrando-se no abastecimento de combustível com amoníaco sintético; e depois no metanol sintético e no combustível verde para aviação (e-SAF) e CO2.

"Este memorando estratégico visa desbloquear a implementação estratégica da Declaração Conjunta de Intenções sobre Economia Verde do Hidrogénio assinada entre Portugal e a Região Alemã da Renânia do Norte-
Vestefália que teve lugar a 4 de novembro de 2024", acrescentam as entidades, às quais se juntarão várias empresas internacionais na assinatura de uma declaração conjunta que visa "apoiar o ecossistema da infraestrutura e da cadeia de abastecimento".

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