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Europa morna à espera de eleições nos EUA. Astrazeneca e Ferrari travam maiores ganhos
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta terça-feira.
Europa morna à espera de eleições nos EUA. Astrazeneca e Ferrari travam maiores ganhos
As bolsas europeias terminaram a sessão na linha d'água e registaram ligeiros ganhos, num momento em que os investidores digerem ainda resultados trimestrais de algumas cotadas e esperam, com algum receio, o resultado das eleições norte-americanas, que seguem renhidas. O foco do mercado está também na decisão da Reserva Federal em relação às taxas de juro, que será anunciada esta quinta-feira.
"Uma vitória de Donald Trump é uma boa notícia para as ações dos EUA e uma má notícia para as ações europeias e internacionais", disse à Reuters Ben Ritchie, da abrdn, acrescentando que, se Kamala Harris vencer, "a reação do mercado será moderada, embora seja possível ver um certo alívio nas ações europeias e internacionais."
O Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, avançou ligeiros 0,06% para 509,53 pontos, com os setores dos media e dos "basic resources" a dar alguns ganhos ao índice. Já a travar maiores avanços estiveram o setor automóvel - que atingiu o pior nível desde janeiro de 2023 - e o da saúde, a perderem 1,8% cada.
Entre os principais movimentos de mercado, a farmacêutica Astrazeneca recuou 8,40% para mínimos de oito meses e o pior dia desde março de 2020. Em causa estão preocupações causadas por uma investigação na unidade chinesa da empresa, que levou a que dezenas de executivos possam estar envolvidos no maior caso de fraude de seguros no setor farmacêutico do país em anos.
Também as ações da Ferrari afundaram mais de 7% e arrastaram o índice italiano FTSEMIB para uma queda de 0,2%. Na apresentação de contas do trimestre, a empresa divulgou um aumento nos lucros que ficaram "ofuscados" por uma quebra nas exportações provocada por uma troca de software nos veículos.
A britânica Schroders afundou mais de 13%, depois de ter dado conta de saídas líquidas de fundos no valor de 2,3 mil milhões de libras.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax subiu 0,57%, o francês CAC-40 valorizou 0,48%, o espanhol IBEX 35 cresceu 0,29%, e, em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,37%. Em contraciclo, a par do índice italiano, o britânico FTSE 100 recuou 0,14%.
Juros das dívidas da Zona Euro agravam-se
Os juros das dívidas soberanas do bloco europeu registaram um agravamento esta terça-feira, num momento em que os investidores parecem estar a apostar mais em ativos de risco ao mesmo tempo que seguem atentos às eleições norte-americanas e esperam pela decisão da Reserva Federal relativamente às taxas de juro, que será anunciada esta quinta-feira.
Os analistas da Reuters acreditam que os rendimentos dos títulos de longo prazo da Europa podem continuar elevados, mesmo com a queda das taxas de juro, o que pode ter implicações para as ações europeias.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos registaram um acréscimo de 2,2 pontos base para 2,878%. Já a "yield" das "Bunds" alemãs a dez anos, de referência para a região, subiu 3,3 pontos base para 2,423%. A rendibilidade da dívida francesa com a mesma maturidade aumentou 1,6 pontos base para 3,153%.
Por sua vez, os juros das obrigações espanholas, com a mesma maturidade, agravaram-se 2,5 pontos base para 3,124%, enquanto a rendibilidade da dívida italiana avançou 0,4 pontos base para 3,668%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, deram um salto de 7,2 pontos base, para 4,526%. A volatilidade gerada pelo orçamento do partido trabalhalista, que prevê um grande aumento de impostos, tem levado a que a rendibilidade da dívida do país esteja a negociar em máximos de um ano.
Dólar cede em dia de eleições. Vitória de Trump pode inverter cenário
O dólar norte-americano está a perder terreno, num dia marcado pelas eleições presidenciais do lado de lá do Atlântico. O mercado prevê uma eleição renhida entre o ex-presidente republicano Donald Trump e a vice-presidente democrata Kamala Harris.
Caso Harris ganhe a corrida à Casa Branca, o mercado espera grande agitação nos movimentos cambiais. Pelo contrário, uma vitória de Trump daria força à nota verde, já que as políticas republicanas sobre imigração e tarifas estimulam a inflação, ao mesmo tempo que descidas de impostos e menos regulamentação podem impulsionar o crescimento económico, elevando os rendimentos com o dólar.
As sondagens dão, a esta hora, uma pequena vantagem ao partido democrata. Com isto, o dólar está a ceder 0,38% para 0,9158 euros, e face à divisa nipónica recua 0,09% para 152 ienes.
Ouro estável em dia de eleições. Investidores receiam incerteza e contestações após resultados
Os preços do ouro estão estáveis em dia de eleições nos Estados Unidos, que historicamente tende a apoiar as cotações dos metais preciosos, como foi o caso da corrida à Casa Branca de 2020.
Com praticamente um empate entre Kamala Harris e Donald Trumo em vista, os investidores receiam uma contestação dos resultados pelo partido perdedor - sobretudo se alimentar a agitação nos mercados.
Eleições nos EUA animam "ouro negro"
Os preços do petróleo estão em alta e estendem os ganhos de 2% ontem registados, após a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) e os vários conflitos acesos no Médio Oriente. O foco dos investidores está agora no resultado das eleições norte-americanas.
As sondagens revelam que a corrida à Casa Branca, disputada entre Donald Trump e Kamala Harris, continua renhida, com a certeza de que qualquer que seja o resultado vai trazer mudanças nas políticas externa, de comércio internacional, de impostos, inflação e segurança no país. Todos estes fatores podem afetar a negociação de matérias-primas no mercado.
Caso vença Donald Trump, a BBC Capital Markets acredita na possibilidade de medidas mais apertadas contra o Irão, mas menos restrições aos fluxos de petróleo russo.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – soma 1,19% para 72,32 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – avança 1,09% para os 75,9 dólares por barril.
O crude está ainda a beneficiar da decisão da OPEP+, anunciada domingo, de que vai adiar uma retoma de produção gradual até janeiro.
Wall Street em alta em dia de ida às urnas
Os principais índices em Wall Street abriram em alta em dia de eleições nos EUA, num momento em que os norte-americanos já se dirigem às urnas para escolher o próximo Presidente. A corrida à Casa Branca espera-se renhida, depois de uma das campanhas mais dramáticas e disputadas da história norte-americana.
Numa nota citada pela Bloomberg, o Goldman Sachs antecipa uma grande volatilidade nas negociações até que se saiba quem sairá vencedor. Ainda assim, também lembrou que um cenário económico resiliente dos EUA é suscetível de apoiar a bolsa a longo prazo.
O mercado acionista parece estar, para já, moderado, antes de uma longa noite de contagem de votos. Qualquer que seja o resultado trará consequências para a política monetária do país.
"Ninguém está preparado para optar por uma posição clara de investimento durante as eleições", explicou à Bloomberg Alexandre Hezez, do Groupe Banque Richelieu. "A incerteza é palpável em todos os tipos de ativos. Há um fosso tão grande entre o programa dos dois candidatos que a prudência é essencial", acrescentou.
Historicamente, o dia de eleições é um dia positivo para Wall Street: o S&P terminou em alta em nove dos últimos onze dias de eleições no país. Nas eleições de 2020, o índice de referência somou ganhos de quase 2%.
O S&P 500 sobe 0,50% para 5.741,33 pontos, enquanto o Dow Jones Industrial Average soma 0,21% para 41.883,9 pontos e o índice de referência para o setor tecnológico, o Nasdaq Composite, avança 0,73% para 18.313,29 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, a Palantir Technologies sobe perto de 20% depois de ter apresentado contas do último trimestre que revelaram lucros recorde e grande procura pelo software de inteligência artificial da empresa.
Destaque ainda para a empresa de tecnologia do candidato republicano, a Trump Media & Technology, que dispara mais de 13%. Também a Tesla, de Elon Musk, que já demonstrou várias vezes estar do lado de Donald Trump nestas eleições, está a subir perto de 4%.
O foco do mercado deverá mudar no final da semana para a decisão da Reserva Federal sobre as taxas de juro na reunião que termina quinta-feira, assim como para a conferência de imprensa em que o número um do banco central, Jerome Powell, dará detalhes sobre a trajetória da política monetária.
Corticeira Amorim afunda mais de 3% para mínimos de quatro anos
O desempenho da Corticeira Amorim em bolsa continua a ser pressionado por resultados trimestrais desapontantes. Esta manhã, a empresa do ramo da cortiça chegou a cair 3,77% para mínimos de mais de quatro anos, com cada ação a valer 8,17 euros.
Entretanto, a Corticeira Amorim conseguiu reduzir as perdas ligeiramente e encontra-se a perder 3,53% para 8,19 euros. Na sessão de hoje, a empresa liderada por António Rios Amorim perde mais de 29 milhões de euros em capitalização bolsista para cerca de 1,10 mil milhões.
Nos primeiros nove meses do ano, os lucros da Corticeira Amorim caíram 28,6% para 47,8 milhões de euros, pressionados pela redução da atividade vitivinícola mundial da empresa, que representa quase 80% das vendas. Segundo o comunicado enviado pela corticeira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os resultados foram "penalizados também pela inclusão de custos não recorrentes (5,3 milhões de euros), bem como pelo aumento dos encargos financeiros em consequência do maior endividamento médio".
Nem a garantia de Rios de Amorim de que "estas adversidades não constituem, no entanto, um obstáculo" à ambição da empresa, nem a vontade de manter a tradição de pagar um dividendo intercalar (o conselho de administração propõe uma distribuição parcial de reservas distribuíveis de nove cêntimos por ação), parecem estar a dar alento aos investidores.
A empresa está a preparar uma concentração dos atuais três segmentos "não rolha", que envolvem a produção de pavimentos, isolamentos e compósitos de cortiça, na sociedade Amorim Cork Solutions. A restruturação deste segmento de negócios vai implicar a rescisão de contratos de mais de uma centena de trabalhadores – um processo que já está em curso.
Euribor desce a três meses e sobe a seis e a 12 meses
A Euribor desceu hoje a três meses e subiu a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 3,057%, continuou acima da taxa a seis meses (2,923%) e da taxa a 12 meses (2,630%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, subiu hoje para 2,923%, mais 0,007 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto mostram que a Euribor a seis meses representava 37,6% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,2% e 25,8%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, avançou hoje para 2,630%, mais 0,011 pontos do que na segunda-feira.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses desceu hoje, ao ser fixada em 3,057%, menos 0,018 pontos.
A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.
A média da Euribor em setembro desceu 0,267 pontos para 3,167% a três meses (contra 3,434% em setembro), 0,256 pontos para 3,002% a seis meses (contra 3,258%) e 0,245 pontos para 2,691% a 12 meses (contra 2,936%).
Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar "no bom caminho" e a uma atividade económica pior do que o previsto.
Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.
Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa no verde apesar de resultados trimestrais desapontantes
As bolsas europeias até arrancaram a sessão desta terça-feira em baixa, mas as principais praças da região conseguiram reverter a tendência e encontram-se, a esta hora, a negociar em alta. Os investidores estão a digerir uma série de resultados trimestrais esta manhã, enquanto aguardam com expectativa os resultados das eleições norte-americanas.
O Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, avança 0,20% para 510,22 pontos, com o setor mineiro a liderar os ganhos setoriais e a crescer 1%. Quase todos os setores estão a negociar no verde, sendo que o da saúde e o dos produtos químicos são os únicos a destoar deste cenário.
Entre os principais movimentos de mercado, a Vestas chegou a cair mais de 10% esta manhã, depois de a maior fabricante de turbinas eólicas do mundo ter registado um lucro operacional abaixo das expectativas de mercado. A empresa prevê ainda que a margem operacional para o resto do ano se situe no limite inferior do seu objetivo.
Também a Schroders está a afundar mais de 10% esta manhã, depois de a empresa britânica de gestão de ativos ter divulgado saídas líquidas de fundos de clientes no valor de 2,3 mil milhões de libras no terceiro trimestre do ano.
Em contraciclo, a Severn Trent está a dar gás ao setor energético – um dos que regista o melhor desempenho esta manhã -, depois de o JP Morgan e do Citigroup terem revisto em alta a recomendação para as ações da cotada. A empresa britânica de abastecimento de água avança agora 3,50%.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax sobe 0,26%, o francês CAC-40 valoriza 0,3%, o italiano FTSEMIB avança 0,32% e o espanhol IBEX 35 cresce 0,21%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,35%. Já o britânico FTSE 100 soma 0,32%.
Juros agravam-se na Zona Euro. Portugal regista maior subida
Os juros das dívidas soberanas do bloco europeu estão a agravar-se esta terça-feira, com os investidores de olhos postos nas eleições norte-americanas e no discurso de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), em Paris.
As "yields" da dívida portuguesa a dez anos são as que mais avançam na Zona Euro esta manhã, ao crescerem 2,3 pontos para 2,878%. Por sua vez, os juros das obrigações espanholas, com a mesma maturidade, agravam 1,4 pontos base para 3,112%, enquanto a rendibilidade da dívida italiana avança 1,2 pontos base para 3,676%.
Já a "yield" das "Bunds" alemãs a dez anos, de referência para a região, sobe 1,6 pontos base para 2,407%. A rendibilidade da dívida francesa com a mesma maturidade cresce 1,1 pontos base para 3,149%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, agravam-se 0,8 pontos base para 4,463%, ainda em máximos de um ano, depois da volatilidade induzida pelo novo orçamento no Reino Unido - o primeiro do partido trabalhista em 14 anos.
Euro continua a ganhar terreno com Harris mais bem posicionada para ganhar eleições
O euro está a negociar em alta face ao dólar, num dia marcado pelas eleições norte-americanas e por um discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) em Paris, onde os investidores vão estar à procura de pistas sobre o futuro da politica monetária do bloco.
A moeda comum europeia avança 0,14% para 1,0893 dólares, com a divisa norte-americana a ser pressionada por sondagens recentes que parecem dar a dianteira a Kamala Harris em alguns Estados decisivos. O dólar é considerado um "Trump trade", ou seja, um ativo que tende a beneficiar de uma vitória nas eleições do candidato republicano, uma vez que o mesmo pretende adotar uma política orçamental mais flexível, uma política monetária mais dura e tarifas à importação.
"Julgamos que os mercados financeiros estão agora posicionados para uma vitória de Harris", explica Carol Kong, estratega cambial do Commonwealth Bank of Australia, à Reuters. "O dólar pode cair de forma modesta esta semana, entre os 1% e os 2%, caso a vice-presidente Harris ganhe; e valorizar substancialmente se o antigo presidente vencer", conclui.
O índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da moeda em relação a um conjunto de principais rivais – cai, a esta hora, 0,15%, pressionado ainda pela valorização da libra face à divisa norte-americana. A moeda britânica continua a beneficiar de um orçamento que prevê aumentos de impostos, da despesa e da dívida.
Ouro em alta à espera dos resultados eleitorais e da Fed
O ouro está a negociar em ligeira alta esta manhã, com os investidores à espera dos resultados das eleições norte-americanas e da decisão da Reserva Federal (Fed) dos EUA para alargarem as suas posições neste ativo.
O metal precioso avança 0,12% para 2.740,02 dólares por onça, depois de ter atingido máximos históricos na semana passada, nos 2.790,15 dólares. As sondagens apontam para umas eleições renhidas entre Donald Trump e Kamala Harris e os resultados finais do sufrágio podem não ser conhecidos durante dias, adicionando ainda mais incerteza política à equação – o que tende a favorecer o ouro.
De qualquer das formas, o metal amarelo "deve valorizar independentemente de quem ocupe a Casa Branca, uma vez que nenhum dos candidatos parece avesso a aumentar a despesa" do país, como afirma o analista da Marex à Reuters, Edward Meir. O especialista acredita que os preços do ouro vão alcançar a marca dos 3.000 dólares já em 2025, apesar de prever alguma flutuação nos preços no curto prazo.
Os investidores estão ainda atentos à reunião da Fed no final da semana. Os mercados já incorporaram praticamente um corte de 25 pontos base nas taxas de juro, mas aguardam com expectativa o discurso do presidente do banco central dos EUA após o encontro. O ouro tende a beneficiar de uma política monetária mais flexível, uma vez que não rende juros.
Petróleo segue em alta após decisão da OPEP+
Os preços do petróleo encontram-se a negociar em alta, depois de terem disparado na segunda-feira com o anúncio de que a (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) OPEP+ iria adiar uma retoma de produção gradual até janeiro. Os investidores recalibram o seu foco esta terça-feira para as eleições norte-americanas – e o resultado, seja ele qual for, promete levar a uma reformulação das políticas comerciais, externas, de segurança e, até mesmo, climáticas do país, o que pode ter repercussões a longo prazo nesta matéria-prima.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – soma 0,25% para 71,65 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – avança 0,21% para os 75,24 dólares por barril.
Desde o final de junho, os preços do petróleo já perderam 13% do seu valor, pressionados por uma queda da procura na China e um aumento das reservas norte-americanas. Nem o aumento das tensões no Médio Oriente parece estar a conseguir tirar o crude desta trajetória negativa, o que levou a OPEP+ a adiar a retoma gradual de produção desta matéria-prima.
"Isto sugere que o grupo está mais disposto a apoiar o mercado do que muitos estavam à espera", afirmou Warren Paterson, responsável pelas matérias-primas do ING Group NV, à Bloomberg. "As tensões no Médio Oriente e as tempestades no Golfo do México representam catalisadores para o petróleo, enquanto esta matéria-prima é ainda vulnerável a qualquer movimento mais amplo do mercado relacionado com as eleições", conclui.
China domina atenções numa sessão mista para a Ásia. Europa aponta para o verde
As bolsas asiáticas encerraram a sessão desta terça-feira à procura de direção, menos de 24 horas antes de se começarem a contar os votos para as eleições mais antecipadas do ano. Os investidores aguardam ainda com expectativa pela reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana no final da semana, de onde deve sair um corte nas taxas diretoras de 25 pontos base e pistas para o futuro da política monetária – com o nome do novo inquilino da Casa Branca já em cima da mesa.
A China dominou as atenções da negociação asiática, com o Hang Seng, de Hong Kong, a crescer 1,87% e o Shanghai Composite a avançar 2,32%. A sessão até começou com os investidores cautelosos, mas rapidamente as ações alcançaram terreno positivo, depois de novos dados económicos terem mostrado que a atividade no setor dos serviços cresceu ao ritmo mais elevado desde julho deste ano.
A negociação foi ainda impulsionada por comentários do primeiro-ministro de que o país tem uma grande margem de manobra no que diz respeito à introdução de novas medidas de estímulo económico, o que levou o CSI 300, o "benchmark" chinês para a negociação continental, a disparar 2,53%.
Pelo Japão, as bolsas asiáticas arrancaram a semana com otimismo, depois de terem estado encerradas esta segunda-feira devido a feriado. O Nikkei 225 avançou 1,11%, enquanto o Topix registou acréscimo de 0,76%.
Já a Austrália e a Coreia do Sul encerraram no vermelho. O sul-coreano Kospi perdeu 0,47%, mesmo depois de a inflação no país ter acelerado a um nível mais lento do que os analistas antecipavam. Por sua vez, o australiano S&P/ASX 200 deslizou 0,4%, com os investidores a reagirem à decisão do banco central do país de manter as taxas de juro inalteradas.
Em contraciclo, a negociação de futuros na Europa aponta para uma abertura em alta, com o Euro Stoxx 50 a crescer 0,1% no "premarket".