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Independentistas preparam-se para votar enquanto Madrid se prepara para os impedir

Na véspera do dia previsto para a realização do referendo, o governo espanhol toma as últimas medidas de modo a garantir que o plebiscito não se realiza. Ainda assim, soberanistas assumem como meta um milhão de votos.

Reuters
30 de Setembro de 2017 às 16:39
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Nenhuma das partes cede, mas a parte mais poderosa vai impondo a sua força. Assim se pode resumir o braço-de-ferro em Espanha, entre os soberanistas catalães que não desistem de realizar o referendo sobre a independência daquela região, enquanto o governo central não desiste de cancelar o que considera ser um plebiscito ilegal.

O governo de Mariano Rajoy ordenou o encerramento de todos os colégios eleitorais e as escolas onde o executivo regional pretendia realizar o acto eleitoral. Simultaneamente, ordenou às forças de ordem a ocupação do centro de telecomunicações da Catalunha de modo a impedir a realização do voto electrónico. Deste modo, vão-se fechando as vias possíveis para os catalães votarem.

Não admira por isso que os próprios soberanistas tenham já baixado as expectativas em relação à afluência às urnas. O presidente da Assembleia Nacional Catalã anunciou que dado o cerco montado pelo governo de Madrid um milhão de votantes seria um "êxito extraordinário", cita o El Pais, um jornal que se opõe abertamente à realização do referendo. De acordo com este título, este número ficaria abaixo dos 2,3 milhões de catalães que votaram na consulta realizada a 9 de Novembro de 2014.

Para tentarem impedir o encerramento das escolas onde era suposto votar, muitos independentistas, que dizem esperar por este momento há 300 anos, ocuparam estes espaços, alguns fazendo-se acompanhar de crianças. Segundo um levantamento das forças de ordem, dos 1.300 locais visitados, 63 estavam ocupados.

O líder do PSOE, principal partido da oposição que mantém uma posição equidistante entre as duas partes, pediu que o dia seguinte à votação prevista para este domingo seja de "reflexão", de modo a encontrarem-se soluções de diálogo para superarem os seis anos de imobilismo do governo de Mariano Rajoy. Para Pedro Sánchez, que recusou avançar com uma moção de censura ao governo conservador pela forma como este conduziu todo este processo, "não houve um avanço da independência, mas sim um retrocesso da democracia na Catalunha e em toda a Espanha", disse, citado pelo jornal espanhol Publico, favorável à realização do referendo.

Entretanto, durante este sábado decorreram algumas manifestações de repúdio mas também de apoio ao referendo. A maior realizou-se em Madrid, convocada por uma força nacionalista espanhola, tendo reunido cerca de 10 mil pessoas. Entre estas, era possível encontrar elementos e bandeiras ligadas à extrema-direita, cuja importância foi desvalorizada pelo El Pais e muito valorizada pelo jornal Publico, próximo do partido de esquerda radical, Podemos.  

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