Notícia
5 Estrelas e Liga anunciam novo acordo para "Governo político"
Os dois partidos anunciam em comunicado que chegaram a acordo para a segunda tentativa para formarem Governo.
31 de Maio de 2018 às 18:27
O líder da Liga, Matteo Salvini, escreveu esta quinta-feira, na sua página de Facebook, que "estas são as últimas horas de trabalho [que faltam] para formar o Governo e estamos a fazer tudo o que é possível para concretizá-lo". A declaração de optimismo surgiu após o presidente italiano, Sergio Mattarella, ter dado uma nova oportunidade a um Governo de coligação entre o 5 Estrelas e a Liga. Uma hora depois, ambos os partidos divulgaram um comunicado a dizer que chegaram a acordo.
Esta nova ronda de negociações deveu-se à marcha-atrás do presidente de Itália após a turbulência que se sentiu nos mercados, o que levou os juros da dívida de curto prazo a darem o maior salto em 26 anos. A perspectiva de que haverá a formação de um Governo e, por isso, o evitar de novas eleições, tem ajudado os mercados a acalmarem-se. Principalmente porque os investidores temem que um novo período eleitoral tenha como tema principal a saída de Itália do euro.
Mas houve um recuo também do líder do Movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio, que abdicou do eurocético Paolo Savona para o Ministério da Economia, que detém a pasta das Finanças. Savona foi a causa do veto de Mattarella ao Governo anteriormente proposto uma vez que este tem demonstrado cepticismo em relação ao euro. Ainda assim, Savona ficou com a pasta dos Assuntos Europeus.
O professor de economia Giovanni Tria foi o escolhido para assumir o cargo de ministro da Economia. Tria não tem o mesmo perfil de Paolo Savona, preferindo abordagens económicas e declarações públicas menos controversas. Contudo, partilha do essencial da visão de Savona em relação aos defeitos da construção da União Económica e Monetária.
Tria concordou recentemente com um artigo conjunto publicado pelos economistas Paolo Savona e Giorgio La Malfa em que estes defendiam que "o Governo italiano deve reagir [a quem defende a inevitabilidade da saída italiana do euro], sustentando que é a Alemanha que deve sair do euro porque o seu excedente da balança comercial não é compatível com o regime de taxas de câmbio fixas vigente na Zona Euro, ou pelo menos passar a um regime cambial ajustável". "Uma análise económica séria e que não vem de políticos anti-euro", escreveu Giovanni Tria.
Já Giuseppe Conte (na foto) continua a ser o primeiro-ministro desta solução governativa acordada entre o 5 Estrelas e a Liga. Enzo Moavero Milanesi, ex-ministro dos Assuntos Europeus de Mario Monti, ex-primeiro-ministro italiano e comissário europeu, será o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Esta quinta-feira Di Maio e Salvini estiveram reunidos em gabinetes do Parlamento durante longas horas, segundo a agência de notícias. De acordo com a Reuters, a maior parte das sondagens mostram que a Liga sairia reforçada nas próximas eleições enquanto o 5 Estrelas mantém o posto de partido mais votado.
Depois da primeira tentativa da coligação ter falhado, Mattarella decidiu avançar com um Governo provisório e técnico liderado por Carlo Cottarelli, um ex-quadro do FMI, de forma a preparar o país para um novo acto eleitoral. Mas essa vontade não deverá ir avante por falta de apoios no Parlamento.
Segundo a imprensa italiana, Cottarelli foi ao palácio presidencial para desistir do seu mandato. Às 21h (20h em Lisboa), Conte voltará a encontrar-se com Mattarella na perspectiva de formar Governo.
Esta quinta-feira os juros a dez anos de Itália voltam a aliviar, com uma redução de 12,2 pontos base para 2,794%.
(Notícia actualizada às 18h53)
Esta nova ronda de negociações deveu-se à marcha-atrás do presidente de Itália após a turbulência que se sentiu nos mercados, o que levou os juros da dívida de curto prazo a darem o maior salto em 26 anos. A perspectiva de que haverá a formação de um Governo e, por isso, o evitar de novas eleições, tem ajudado os mercados a acalmarem-se. Principalmente porque os investidores temem que um novo período eleitoral tenha como tema principal a saída de Itália do euro.
Mas houve um recuo também do líder do Movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio, que abdicou do eurocético Paolo Savona para o Ministério da Economia, que detém a pasta das Finanças. Savona foi a causa do veto de Mattarella ao Governo anteriormente proposto uma vez que este tem demonstrado cepticismo em relação ao euro. Ainda assim, Savona ficou com a pasta dos Assuntos Europeus.
O professor de economia Giovanni Tria foi o escolhido para assumir o cargo de ministro da Economia. Tria não tem o mesmo perfil de Paolo Savona, preferindo abordagens económicas e declarações públicas menos controversas. Contudo, partilha do essencial da visão de Savona em relação aos defeitos da construção da União Económica e Monetária.
Tria concordou recentemente com um artigo conjunto publicado pelos economistas Paolo Savona e Giorgio La Malfa em que estes defendiam que "o Governo italiano deve reagir [a quem defende a inevitabilidade da saída italiana do euro], sustentando que é a Alemanha que deve sair do euro porque o seu excedente da balança comercial não é compatível com o regime de taxas de câmbio fixas vigente na Zona Euro, ou pelo menos passar a um regime cambial ajustável". "Uma análise económica séria e que não vem de políticos anti-euro", escreveu Giovanni Tria.
Já Giuseppe Conte (na foto) continua a ser o primeiro-ministro desta solução governativa acordada entre o 5 Estrelas e a Liga. Enzo Moavero Milanesi, ex-ministro dos Assuntos Europeus de Mario Monti, ex-primeiro-ministro italiano e comissário europeu, será o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Esta quinta-feira Di Maio e Salvini estiveram reunidos em gabinetes do Parlamento durante longas horas, segundo a agência de notícias. De acordo com a Reuters, a maior parte das sondagens mostram que a Liga sairia reforçada nas próximas eleições enquanto o 5 Estrelas mantém o posto de partido mais votado.
Depois da primeira tentativa da coligação ter falhado, Mattarella decidiu avançar com um Governo provisório e técnico liderado por Carlo Cottarelli, um ex-quadro do FMI, de forma a preparar o país para um novo acto eleitoral. Mas essa vontade não deverá ir avante por falta de apoios no Parlamento.
Segundo a imprensa italiana, Cottarelli foi ao palácio presidencial para desistir do seu mandato. Às 21h (20h em Lisboa), Conte voltará a encontrar-se com Mattarella na perspectiva de formar Governo.
Esta quinta-feira os juros a dez anos de Itália voltam a aliviar, com uma redução de 12,2 pontos base para 2,794%.
(Notícia actualizada às 18h53)