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Novo governo de Itália com ministério à medida de Di Maio

O chefe político do 5 Estrelas terá um novo ministério feito à medida das requisição do partido anti-sistema. Di Maio vai tutelar a pasta do Desenvolvimento Económico, Trabalho e Bem-Estar Social, podendo assim pôr no terreno o prometido rendimento de cidadania. Já Matteo Salvini fica com a Interior.

Reuters
01 de Junho de 2018 às 07:53
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O líder italiano do Movimento Cinco Estrelas (M5S, populista), Luigi Di Maio, vai dirigir um ministério novo criado a pedido do seu partido, que junta Desenvolvimento Económico, Trabalho e Bem-Estar Social, segundo a lista hoje apresentada.

O jurista Giuseppe Conte foi de novo encarregado de formar Governo em Itália, com o acordo do M5S e da Liga (extrema direita), e o executivo hoje anunciado tem os chefes dos dois principais partidos como vice-primeiros-ministros, sendo que Di Maio acumula o cargo com o Desenvolvimento e Matteu Salvini, da Liga, com a Administração Interna.

A composição do novo Governo hoje apresentada dita que Paolo Savona, um economista anti-euro que falhou a entrada na primeira tentativa de Governo populista, ficará com a pasta dos Assuntos Europeus, enquanto o Ministério da Economia e Finanças fica com Giovanni Tria, professor de economia política e favorável à manutenção de Itália no euro. O europeísta Enzo Moavero Milanesi será o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Do Governo sobressai a criação de uma nova pasta, que resulta do pacto entre o M5S e a Liga e da insistência do Movimento em criar um ministério para se poder ocupar dos temas em que mais insistiu na campanha. Di Maio sempre insistiu em questões como o trabalho precário, a pobreza, as mulheres ou o emprego jovem.

No pacto assinado entre os dois partidos, na realidade um Programa de Governo, o capítulo do trabalho está pouco desenvolvido, falando-se em acabar com a precariedade, mas sem se apresentar soluções. O M5S propõe uma espécie de rendimento mínimo de inserção, um subsídio para pessoas com dificuldades económicas fixado em 780 euros mensais durante o máximo de dois anos.

Também como ministro do Trabalho, Di Maio vai ocupar-se de outra promessa de campanha, abolir a lei que preconiza o aumento progressivo da idade da reforma.

Já o líder da Liga, vice-primeiro-ministro e ministro da Administração Interna, disse esta noite que "mandar para casa" os imigrantes será a sua prioridade. Uma promessa num comício, já depois de o Presidente da República de Itália ter aprovado o Governo de Giuseppe Conte.

Ao todo, o Governo de Itália tem 18 ministros,metade para cada partido e com cinco mulheres - uma na Defesa, outra na Saúde, outra na Administração Pública, outra nos Assuntos Regionais e Autonomias, e a última como ministra do Sul.

Paolo Savona, 81 anos, tinha sido proposto para ministro da Economia na primeira tentativa de Giuseppe Conte de formar Governo, mas o seu nome foi vetado pelo Presidente da República, Sergio Matarella, pela sua posição anti-euro. Fica agora no Governo, mas com os Assuntos Europeus, sendo a Economia entregue a um defensor do euro.

Hoje, o Presidente de Itália encarregou novamente o jurista Giuseppe Conte de formar Governo. Os futuros ministros deverão prestar juramento na sexta-feira.

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