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Abertura dos mercados: Bolsas sobem e juros afundam com acordo de governo em Itália
Apesar das tarifas impostas por Donald Trump à UE e da provável queda do governo de Rajoy em Espanha, a perspectiva de normalização da vida política italiana está a animar os investidores. Bolsas registam fortes ganhos e os juros afundam face à redução do risco associado ao futuro da Zona Euro, o que contribui para a valorização da moeda única europeia.
Os mercados em números
PSI-20 soma 1,16% para 5.532,20 pontos
Stoxx 600 sobe 0,53% para 385,10 pontos
Nikkei desvalorizou 0,14% para 22.171,35 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal cai 10,4 pontos base para 1,877%
Euro aprecia 0,1% para 1,1694 dólares
Petróleo cresce 0,13% para 77,66 dólares por barril, em Londres
Bolsas europeias recuperam com acalmia em Itália
As principais praças europeias abriram a sessão desta sexta-feira, 1 de Junho, a negociar em alta generalizada, o que se deve sobretudo à normalização da vida política italiana que parece agora ter condições para formar um governo com suporte parlamentar maioritário. Os investidores percepcionam um menor risco sobre a integridade da moeda única, o que está a ajudar a bolsa de Milão a subir 2%.
O Stoxx 600 está assim a apreciar 0,53% para 385,10 pontos, isto depois de o índice de referência europeu ter fechado o mês de Maio com uma desvalorização acumulada de 0,6%. O índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias encaminha-se para completar a segunda semana seguida em queda.
Já o PSI-20 ganha 1,16% para 5.532,20 pontos, na terceira sessão seguida de ganhos para a bolsa lisboeta que, mesmo assim, não deverá evitar fechar a segunda semana consecutiva com saldo acumulado negativo. Em Maio, a bolsa nacional perdeu 1,97%. Com uma subida de 3,78% para 0,2607 euros, o BCP é a cotada que mais impulsiona, com o banco liderado por Nuno Amado a prosseguir a recuperação dos mínimos de Outubro registados na passada terça-feira.
Juros registam forte queda com perspectiva de governo em Itália
Os juros das dívidas públicas dos países periféricos da Zona Euro estão a negociar em queda, com as "yields" associadas aos títulos soberanos de Portugal, Espanha e Itália a recuarem pelo terceiro dia seguido.
A taxa de juro associada às obrigações de dívida lusa com prazo a 10 anos recua 10,4 pontos base para 1,877%, enquanto a "yield" dos títulos de Itália e Espanha cai respectivamente 16,8 e 8,1 pontos base para 2,626% e 1,422%.
Os juros da dívida espanhola caem apesar de esta sexta-feira dever ficar marcada pela queda do governo chefiado por Mariano Rajoy, que será substituído na Moncloa por Pedro Sánchez do PSOE. Contudo, a garantia de que continuará a cumprir o Orçamento do Estado em vigor contribui para que os investidores considerem que será mantida estabilidade orçamental no país.
Em sentido inverso, as "bunds" germânicas sobem 4,3 pontos base para 0,385%.
Euro aprecia pela terceira sessão
O menor risco associado ao futuro da moeda única europeia com a perspectiva de fim da crise política italiana está a animar a negociação do euro nos mercados cambiais. A divisa cresce 0,1% para 1,1694 dólares, o terceiro dia seguido em que o euro ganha terreno contra a moeda norte-americana.
Depois de seis semanas consecutivas a desvalorizar face ao dólar, o euro encaminha-se para fechar esta semana com um saldo positivo relativamente à moeda dos Estados Unidos.
Por sua vez, o dólar perde terreno depois de esta quinta-feira a Casa Branca ter anunciado a imposição das novas tarifas aduaneiras sobre aço e alumínio aos países da União Europeia e ainda ao Canadá e ao México. As políticas proteccionistas do presidente americano Donald Trump estão a agravar o receio quanto a uma guerra comercial de escala global.
Brent valoriza pela quarta sessão
O preço do barril de Brent, negociado em Londres e que é utilizado como valor de referência para as importações nacionais, está a somar 0,13% para 77,66 dólares por barril, na quarta sessão consecutiva de ganhos. O Brent deve fechar a semana com saldo positivo.
Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate aprecia ligeiros 0,06% para 67,08 dólares por barril, com o WTI a caminho de terminar a semana com saldo negativo após três ciclos semanais seguidos a valorizar.
A pressionar o preço do crude transaccionado em Nova Iorque está o nível elevado e sem precedente da produção petrolífera norte-americana, o que aumentará a oferta da matéria-prima e provocará descidas de preços nos Estados Unidos.
Tarifas de Trump impulsionam ouro
A decisão de Donald Trump e as consequências para a ordem comercial mundial está a apoiar a subida do preço do ouro que vê reforçado o seu valor enquanto activo de refúgio.
O metal precioso ganha 0,07% para 1.299,41 dólares por onça, uma tendência acompanhada por outros metais como a prata que sobe 0,13% para 16.448,5 dólares.