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BCP dispara 5% e juros de Portugal abaixo de 2% com menos stress em Itália  

Dois dos activos portugueses mais castigados pela turbulência em Itália continuam hoje a recuperar do tombo sofrido na terça-feira.

Reuters
31 de Maio de 2018 às 12:07
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As acções do Banco Comercial Português (BCP) estão em forte alta na bolsa e os juros da dívida soberana estão a corrigir de forma acentuada, em linha com a tendência de recuperação dos activos que foram mais castigados pela crise política em Itália.

Esta é já a segunda sessão de menor stress dos mercados com a situação em Itália, uma vez que o país pode ainda evitar a realização de novas eleições. O presidente italiano, Sergio Mattarella, deu uma nova oportunidade aos partidos populistas do país para formarem governo, sendo que Luigi Di Maio já aceitou não insistir no nome do eurocéptico para liderar as finanças de Itália.

Os mercados estão também de olhos postos em Espanha, onde o presidente Mariano Rajoy enfrenta uma moção de censura com resultados ainda incertos.

Juros da dívida de Itália afundam

Contudo, esta é já a segunda sessão de recuperação nas bolsas e também nos juros da dívida soberana, com os índices accionistas e as obrigações dos países do Sul da Europa a corrigirem do forte tombo sofrido na terça-feira.

A "yield" das obrigações italianas a 10 anos está a descer 18,8 pontos base para 2,72%, já distante do máximo de 2014 fixado acima dos 3%. Nos prazos a 2 e 3 anos, que na terça-feira registaram a maior subida diária em 26 anos, a queda de hoje supera os 50 pontos base, pelo que está assim a normalizar a curva de rendimentos da dívida italiana.

A dívida portuguesa acompanha esta correcção, com a "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos a descer 5,7 pontos base para 1,995%. Na terça-feira a taxa de juro superou os 2,5%, atingindo máximos desde Setembro do ano passado.

BCP dispara após AG

Além da dívida soberana, o BCP foi o outro activo português bastante penalizado pela turbulência em Itália, tendo acompanhado a tendência do sector financeiro europeu.  


Ontem as acções do banco subiram mais de 3% e hoje disparam 5,07% para 0,2591 euros. Na terça-feira tinham afundado mais de 8% para mínimos de Outubro.

A recuperação de hoje acontece depois da assembleia geral de accionistas, que decorreu quarta-feira, na qual os accionistas aprovaram a escolha de Miguel Maya para o cargo de CEO, embora ao gestor falte ainda a luz verde do BCE para assumir o cargo. A Sonangol, segunda maior accionista do banco, promete um acompanhamento próximo do BCP e diz que é altura de virar a página e receber dividendos.

O BCP é o título que mais contribui para a alta do PSI-20, que esta manhã valoriza 1,1% para 5.503,37 pontos. A sustentar a subida do índice português estão ainda outras cotadas, como a Sonae SGPS (1,14% para 1,065 euros), a Navigator (1,61% para 5,365 euros) e a Jerónimo Martins (+0,48% para 13,585 euros).

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