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Trump pondera travar investimento chinês nas tecnológicas americanas
A Casa Branca estará a ponderar a possibilidade de travar o investimento de empresas chinesas no sector tecnológico norte-americano, considerado uma área “sensível”. Para tal, a administração liderada por Donald Trump admite invocar uma lei reservada para emergências nacionais, noticia esta terça-feira a Bloomberg citando fontes conhecedoras do processo.
Este seria mais um capítulo na guerra comercial entre Washington e Pequim, iniciada com a imposição pelos EUA de tarifas à importação de vários produtos chineses.
De acordo com as fontes ouvidas pela Bloomberg, funcionários do Departamento do Tesouro estão a identificar áreas tecnológicas consideradas particularmente sensíveis, como, por exemplo, os semicondutores e as telecomunicações 5G.
As restrições ao investimento por parte de empresas chinesas seria uma nova frente na guerra comercial entre os dois gigantes económicos.
Os analistas advertem que limitações ao investimento chinês poderão criar dificuldades às empresas norte-americanas, nomeadamente para realizarem aumentos de capital.
O secretário do Comércio, Wilbur Ross, afirmou esta terça-feira, em entrevista à Fox Business Network, que "haverá limitações ao investimento estrangeiro".
Donald Trump chumbou no início deste mês a OPA hostil da Qualcomm lançada pela Broadcom, uma empresa sediada em Singapura mas com fortes ligações à China.
A Casa Branca estuda também a possibilidade de pôr em prática uma política de reciprocidade face à China, ou seja, os reguladores dos EUA apenas aprovariam aquisições em sectores em que as empresas norte-americanas possam investir na China. Pequim restringe ou proíbe por completo o investimento estrangeiro em vários sectores, incluindo a indústria automóvel ou operadores de telecomunicações.
As fontes citadas pela Bloomberg ressalvam que as medidas a adoptar por Washington ainda estão em estudo, podendo ser alteradas.
A aquisição de empresas norte-americanas por parte de companhias chinesas cifrou-se em 31.800 milhões de dólares (25.620 milhões de euros) no ano passado, uma quebra de 40% face aos 53 mil milhões de dólares (42.700 milhões de euros) registados em 2016.