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China retalia com tarifas sobre importações de bens dos EUA no valor de três mil milhões

Pequim tinha avisado que responderia contra políticas proteccionistas e, já a partir desta segunda-feira, entraram em vigor novas tarifas aduaneiras aplicadas a 128 bens importados dos Estados Unidos cujo valor ascende a cerca de três mil milhões de dólares.

Reuters
02 de Abril de 2018 às 12:25
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A China já respondeu ao reforço das taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos anunciando um conjunto de novas tarifas aduaneiras aplicadas a bens norte-americanos cujas importações ascendem a cerca de 3 mil milhões de dólares (2,43 mil milhões de euros). Esta é a resposta das autoridades chinesas às novas tarifas anunciadas por Washington sobre as importações de aço e alumínio.

 

No entanto, poderão vir ainda a ser adoptadas novas medidas retaliatórias em resposta ao pacote de tarifas, que pode ascender a 60 mil milhões de dólares, com que o presidente americano Donald Trump quer reequilibrar a relação comercial entre os dois países. Esta primeira reacção adensa o receio quanto a uma escalada de medidas proteccionistas entre as duas maiores economias mundiais.

 

Este domingo, o governo de Pequim revelou que iria suspender as concessões tarifárias aplicadas a 128 bens importados dos Estados Unidos e que vão desde produtos alimentares a metais. Segundo a CNN, um total de 120 bens que vão desde alimentos tais como fruta, vinho ou tubos de aço vão passar a pagar uma taxa alfandegária de 15%, enquanto oito produtos (entre os quais carne de porco ou alumínio reciclado) vão pagar uma tarifa de 25%.

 

O Ministério do Comércio chinês, citado pelo The Guardian, defende que estas medidas visam "salvaguardar os interesses do país e da sua indústria", embora sublinhe que Pequim e Washington devem resolver esta contenda através da "cooperação". As autoridades chinesas apostam na via do diálogo por forma a evitar uma guerra comercial com os EUA, tanto mais que esta primeira retaliação não incide sobre as principais importações de bens americanos como veículos motorizados ou soja.


No comunicado oficial deste domingo, Pequim garante estar a agir de acordo com o enquadramento estabelecido pela organização Mundial do Comércio (OMC), que permite que um determinado país aplique taxas aduaneiras em compensação à imposição de restrições às suas exportações.

 

No final de Março, Donald Trump, que vê uma guerra comercial como "boa" e que considera que os EUA sairão sempre a ganhar dado o respectivo défice comercial, anunciou que o Canadá, o México, a Coreia do Sul e o conjunto da União Europeia ficariam com isenção temporária relativamente às novas tarifas sobre metais (aço e alumínio). Ora, o Ministério do Comércio da China defendeu ontem que essa isenção "viola" as regras da OMC.

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