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Trump supera aprovação de Obama com melhoria da economia e guerra comercial

A taxa de aprovação do presidente dos EUA recuperou de mínimos históricos em dois estudos de opinião, sendo que num terceiro Trump conseguiu mesmo superar a avaliação ao desempenho de Obama na mesma altura do mandato do ex-presidente.

O presidente dos EUA rasgou o Acordo de Paris e mantém uma atitude de confronto com a Coreia do Norte e o Irão. Um ex-conselheiro, Michael Flynn, é acusado de ter mentido ao FBI sobre a eventual interferência da Rússia nas eleições. A reforma fiscal é a sua grande vitória.
David Santiago dsantiago@negocios.pt 03 de Abril de 2018 às 15:00

Donald Trump tem razões para festejar e o presidente dos Estados Unidos já o fez através… do Twitter. Trump regozijou-se com o último estudo de opinião do instituto Rasmussen, publicado na segunda-feira, 2 de Abril, que lhe atribui uma taxa de aprovação de 50%, superior à detida por Barack Obama (46%) após 14 meses na Casa Branca.

 

"Obrigado ao Rasmussen pela sondagem honesta. Atingi os 50% [de aprovação], que é mais alto do que tinha o desonesto Obama na mesma altura da sua administração", atirou na rede social. Esta é a primeira vez que Trump supera a aprovação de Obama, embora o tenha conseguido no estudo de um instituto que tem vindo a atribuir-lhe melhores níveis de popularidade do que as restantes empresas de sondagens. 


A avaliação ao desempenho de Donald Trump como presidente dos EUA também melhorou nos estudos da CNN (realizada pelo SSRS) e da Associated Press (NORC), embora nestes persista em níveis negativos.

O estudo divulgado em Março pela CNN mostrava um aumento de sete pontos na avaliação de Trump, de uma taxa de aprovação de 35% em Fevereiro para 42% no mês passado. Este é o nível mais elevado desde a marca de 100 dias na presidência americana.

 

No entanto, nesta sondagem o trabalho de Trump continua a ser reprovado por 54% dos inquiridos, que avaliam pior a capacidade do presidente para lidar com temas mais relevantes. A aprovação de Trump continua aquém dos ex-presidentes da era moderna, embora o magnata nova-iorquino esteja apenas 4 pontos atrás de Obama e Ronald Reagan no mesmo ponto dos respectivos primeiros mandatos.

 

Também publicada no final de Março, a sondagem da Associated-Press/NORC apresenta uma subida de sete pontos percentuais da taxa de aprovação de Trump para 42%, ainda assim uma classificação baixa para um início de mandato presidencial.

 

Crescimento económico e taxas alfandegárias impulsionam

A saúde da maior economia mundial é indissociável do crescimento da popularidade do presidente americano que ao longo dos últimos meses vinha coleccionando mínimos históricos de aprovação

O estudo da Associated Press (AP) evidencia isso mesmo já que as áreas em que Donald Trump é melhor avaliado é na forma como ele está a lidar com a economia (47% de aprovação) e na política fiscal (46%). Nesta sondagem, a aprovação do presidente é notoriamente inferior em questões como a Coreia do Norte (42%) ou o défice orçamental (35%).

O produto interno bruto (PIB) mantém uma evolução favorável, assim como o mercado laboral já que a taxa de desemprego está em mínimos de 2000 (4,1%).

 

Por outro lado, em 2018 entraram em vigor os enormes cortes de impostos prometidos pelo presidente, um alívio fiscal que, aliado à desregulamentação de vários sectores entre os quais o financeiro, Trump defende contribuir para o bom momento económico. A confirmar esta ideia, a sondagem da AP mostra que 46% dos inquiridos com salário garantem agora levar mais dinheiro para casa. Um outro instituto (Gallup), confirma a ideia de que os americanos avaliam positivamente o trabalho desenvolvido por Donald Trump no que concerne à economia. 

Entretanto, as últimas semanas foram marcadas pelos anúncios de reforço das tarifas aduaneiras sobre importações, uma política proteccionista há muito prometida pelo presidente. Trump impôs novas taxas alfandegárias sobre as importações de aço e alumínio e, apontando à China, com quem os EUA mantêm mais de metade do seu défice comercial, introduziu um pacote de novas tarifas que poderão ascender a 60 mil milhões de dólares.

Não sendo ainda possível avaliar na plenitude o impacto destas medidas na avaliação feita a Trump, é de esperar que pelo menos uma parte relevante do eleitorado que deu a vitória ao actual presidente nas eleições de Novembro de 2016 veja com bons olhos o proteccionismo da administração americana. Assim como as críticas dirigidas pelo presidente às grandes retalhistas e tecnológicas, garantindo que terão de pagar mais impostos. 

Todavia, os dados conhecidos dificultam uma conclusão definitiva. Se a sondagem da Rasmussen tende a apreciar as medidas proteccionistas, até pela segmentação mais próxima do eleitorado republicano, a sondagem da AP/NORC refere que 38% dos inquiridos são a favor das tarifas sobre aço e alumínio e 29% se opõem. Contudo, 32% dos entrevistados acreditam que as taxas aduaneiras vão criar emprego enquanto 36% acham que vai levar a um decréscimo de postos de trabalho.

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