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Líder da CIA encontrou-se com Kim Jong-Un na Coreia do Norte

Ainda a aguardar a aprovação do Senado para assumir a diplomacia americana, Mike Pompeo esteve em missão secreta no território durante a Páscoa para preparar a cimeira com Trump. O líder chinês também vai a Pyongyang.

Reuters
António Larguesa alarguesa@negocios.pt 18 de Abril de 2018 às 11:02

É o encontro mais relevante entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte desde o ano 2000, quando a secretária de Estado norte-americana Madeleine Albright se reuniu com o então presidente Kim Jong-il. Segundo o Washington Post, o director da CIA e futuro líder da diplomacia do país esteve há duas semanas com o actual chefe de Estado norte-coreano.

 

O encontro secreto aconteceu em Pyongyang durante o fim-de-semana de Páscoa, ou seja, já depois de Mike Pompeo ter sido nomeado secretário de Estado – o responsável aguarda ainda a aprovação do Congresso para assumir o cargo. O pretexto destes contactos, dirigidos por um dos emissários de maior confiança da Casa Branca, foi a preparação da cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-Un, que deverá acontecer no final de Maio ou em Junho.

 

Citada pelos jornais americanos, a responsável de imprensa e porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, confirmou estes "contactos ao mais alto nível". Na véspera, o próprio Trump tinha rejeitado que o encontro pudesse acontecer em solo americano, embora sublinhando, perante o homólogo japonês de visita ao território, que "chegou a hora de falar e de resolver os problemas" relacionados com o programa de armas nucleares.

 

Na semana passada, durante uma audição no comité de Relações Internacionais do Senado, Mike Pompeo mostrou-se "optimista de que o governo dos EUA consegue assegurar as condições apropriadas" para esse encontro presidencial, "de forma a conseguirem nessas conversações colocar-nos no caminho de alcançar um resultado diplomático pelo qual os EUA e o mundo desesperam".

 

Quando anunciou a 13 de Março a demissão de Rex Tillerson, ex-líder da Exxon Mobil, do cargo de secretário de Estado, Donald Trump justificou a escolha do substituto pelo facto de terem um "processo de pensamento similar". Ora, além de estar alinhado com as políticas do presidente eleito em 2016, que recentemente até superou a aprovação de Obama devido à melhoria da economia e à guerra comercial, o futuro chefe da diplomacia americana fez um percurso político marcado pela ligação ao "Tea Party", a ala mais ortodoxa e radical dos republicanos.

 

Movimentações diplomáticas no Oriente

 

Antes do aguardado encontro entre Trump e Kim Jong-Un, o proclamado líder supremo do país em Dezembro de 2011, com apenas 26 anos, vai reunir-se na sexta-feira, 27 de Abril, com o homólogo da Coreia do Sul, Moon Jae-In, numa zona desmilitarizada em Panmunjom, naquele que será o primeiro encontro entre os líderes das duas nações em 11 anos.

 

Depois de um período marcado pela escalada de provocações, o líder norte-coreano tem andado numa azáfama diplomática. Há menos de um mês esteve numa visita não oficial à China, confirmada a 28 de Março, que foi a primeira viagem conhecida de Kim Jong-Un fora do país desde que assumiu o cargo. Na altura, a Reuters adiantou que a visita terá servido para preparar estas cimeiras com a Coreia do Sul e os EUA.

 

Do lado da Coreia do Norte não houve qualquer menção ao abandono das armas nucleares, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China emitiu um comunicado, citando Kim Jong-Un: "A questão da desnuclearização da península coreana pode ser resolvida se a Coreia do Sul e os EUA responderem aos nossos esforços com boa vontade, criarem um ambiente de paz e estabilidade ao mesmo tempo que se tomam medidas progressivas e sincronizadas para a concretização da paz", terá dito Kim Jong-Un.

 

Quase um mês depois desses contactos, a CNN adianta esta quarta-feira, 18 de Abril, que o presidente chinês Xi Jinping está também a preparar uma visita a Pyongyang, que deverá acontecer "em breve", mas provavelmente apenas a seguir ao planeado encontro com Trump. E mais uma vez assinala-se o ineditismo da notícia, já que será a primeira visita oficial do líder chinês à Coreia do Norte desde que, em Novembro de 2012, ascendeu à liderança do Partido Comunista Chinês.

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