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Bruxelas quer uma isenção permanente às tarifas norte-americanas sobre o aço e alumínio

A União Europeia quer que lhe seja aplicada uma isenção permanente no que diz respeito às tarifas sobre o aço e alumínio. A exigência está presente num comunicado conjunto emitido pelos 28 Estados-membros.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, vai fazer uma intervenção no dia 25 de Janeiro em Davos.
23 de Março de 2018 às 10:57
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A União Europeia (UE) exigiu esta sexta-feira que os Estados Unidos concedam aos Estados-membros uma isenção permanente no que diz respeito às importações de aço e alumínio. Ontem, o representante norte-americano para o Comércio, Robert Lighthizer, disse no Senado que os EUA decretaram também "uma pausa" na imposição das tarifas sobre o aço e o alumínio a alguns países. A UE está incluída nesse leque.

"Estas medidas não podem ser justificadas em termos de segurança nacional e uma protecção ampla no sector nos EUA é um remédio inapropriado para os problemas reais de sobrecapacidade", refere um comunicado conjunto dos 28 Estados-membros, citado pela Reuters, emitido esta sexta-feira numa altura em que decorre a Cimeira de Primavera.

"Tomámos nota que os carregamentos de aço e alumínio da União Europeia receberam uma isenção temporária a tais medidas e pedimos para que essa isenção seja permanente", acrescenta o documento.

Os participantes da cimeira, segundo a Reuters, reiteraram o seu "compromisso com umas relações transatlânticas fortes, enquanto pilar da segurança e da prosperidade tanto dos Estados Unidos como da União Europeia".

Num comunicado do Conselho Europeu pode ler-se que: "o Conselho Europeu apoia fortemente os passos dados pela Comissão Europeia para assegurar que os interesses da UE são totalmente protegidos e para garantir os seus direitos, de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio, para responder às medidas dos EUA de uma maneira apropriada e proporcional".

Apesar de tanto a França como a Alemanha terem acolhido bem a isenção de cerca de 40 dias dada pelos EUA, o primeiro-ministro belga disse, citado pela Reuters, que este período em que as tarifas não vão ser aplicadas é como "colocar uma arma apontada à nossa cabeça".


No dia 1 de Março, Donald Trump anunciou formalmente que os EUA vão impor tarifas sobre a importação de aço e alumínio. O chefe da Casa Branca disse na altura, citado pelo The New York Times, que serão impostas tarifas "expressivas e amplas" sobre aqueles dois produtos, numa iniciativa que visa endurecer a posição dos EUA face à concorrência externa.

A assinatura formal do documento foi feita alguns dias depois e as tarifas entram em vigor esta sexta-feira, 23 de Março. As indústrias dos países que não beneficiem de uma isenção vão ter de pagar tarifas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre o alumínio.

Ontem, Lighthizer avançou no Senado dos EUA que a administração Trump concedeu uma isenção temporária a geografias como Europa, Austrália, Coreia do Sul, Argentina e Brasil. No total, os países que Lighthizer citou, a par com o Canadá e o México, representam mais de metade do volume total de aço vendido aos EUA em 2017, assinalava ontem o The New York Times. Já esta quinta-feira, Bruxelas tinham feito saber que pretendia obter uma isenção às tarifas.

Ontem, o presidente dos EUA assinou também um memorando que dá ordem para a aplicação de novas taxas aduaneiras às importações oriundas da China. O pacote proteccionista será de pelo menos 50 mil milhões de dólares, podendo ir até aos 60 mil milhões.

A China já respondeu e anunciou que poderá aumentar os impostos sobre as importações de vários produtos norte-americanos, que em 2017 representaram três mil milhões de dólares nas compras a Washington, em retaliação a medidas similares dos Estados Unidos.

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