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Abertura dos mercados: Espectro de guerra comercial afunda bolsas. Stoxx 600 em mínimos de um ano

O presidente dos EUA assinou o memorando que prevê a aplicação de mais tarifas sobre as importações chinesas. Pequim não tardou a responder e já fez saber que está a estudar a aplicação de taxas aduaneiras sobre as importações americanas. O mercado teme uma guerra comercial e as bolsas mundiais estão em queda.

Os investidores que prefiram ficar longe do sobe e desce do mercado podem privilegiar uma abordagem mais defensiva. Os fundos multiactivos podem ser uma boa alternativa para quem pretende obter retornos, mas não quer assumir riscos demasiado elevados.

Os fundos multiactivos ajustam-se a praticamente todos os investidores, uma vez que existem produtos com uma estratégia de investimento mais defensiva, equilibrada e agressiva. Apesar da instabilidade registada nos mercados accionistas nas últimas semanas, são os multiactivos agressivos, com maior exposição ao mercado accionista, que apresentam as melhores rendibilidades. Rendem, em média, 0,9% nos últimos três meses. Já os fundos que privilegiam uma estratégia mais equilibrada somam 0,81%, segundo os dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP).

Ao investirem em diversas classes de activos, estes produtos de poupança reduzem o risco resultante de oscilações bruscas nos mercados financeiros. Ou seja, se as bolsas mundiais registarem quedas acentuadas enquanto está a banhos, a exposição a outros activos, como a dívida ou cambial, vai atenuar o efeito negativo das acções na carteira. No entanto, caso os problemas nos mercados aliviem e as bolsas registem subidas elevadas, esses fundos não irão obter retornos tão expressivos.
Reuters
23 de Março de 2018 às 09:27
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Os mercados em números

PSI-20 recua 1,54% para 5.290,62 pontos

Stoxx 600 cai 1,20% para 364,72 pontos

Nikkei desvalorizou 4,51% para 20.617,86 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos ganham 4,3 pontos para 1,797%

Euro sobe 0,29% para 1,2338 dólares

Petróleo em Londres aprecia 0,46% para 69,23 dólares o barril

Guerra comercial iminente afunda bolsas

As principais bolsas mundiais estão esta sexta-feira em queda acentuada com os investidores a recearem o surgimento de uma guerra comercial. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou ontem um memorando que permite a entrada em vigor de novas taxas aduaneiras sobre as importações chinesas.

O objectivo destas medidas é responder às práticas chinesas em termos de propriedade intelectual. A estas novas taxas devem somar-se aquelas que já tinham sido anunciadas há dias, que incidem sobre as importações de aço e alumínio.

Pequim já respondeu, fazendo saber que está a estudar a possibilidade de implementar taxas alfandegárias sobre as importações norte-americanas. O cenário de uma eventual guerra comercial começa a ganhar mais força e os investidores manifestaram os seus receios afastando-se dos mercados accionistas e apostando em outras classes de activos.

No Japão, o Nikkei terminou a sessão a afundar 4,51% e o Topix recuou 3,62%. Na China, o Shanghai Stock Exchange Composite Index terminou o dia a cair 3,39% e o Hang Seng de Hong Kong desvalorizou 2,49% no fecho da sessão.

Na Europa o cenário não é mais positivo. Em Lisboa, o PSI-20 desvaloriza 1,54%, tendo tocado já no valor mais baixo desde 2 de Março. E acumula uma perda semanal superior a 2,5%, o que representa, para já, a pior semana desde a que terminou a 9 de Fevereiro. O Stoxx 600, índice de referência, perde 1,20%, tendo já recuado esta manhã para mínimos de Fevereiro do ano passado. No acumulado da semana o índice de referência perde mais de 3%, o que é – por enquanto – a pior semana desde a que terminou a 2 de Março.

Juros em alta

Os juros da dívida pública portuguesa estão em alta no mercado secundário. A dez anos, as "yields" nacionais somam 4,3 pontos base para 1,797%. Esta tendência alarga-se a outros países do euro, num dia em que a agência de notação financeira S&P pode pronunciar-se sobre o rating de Espanha.

Os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida espanhola a dez anos entre si avançam 3,1 pontos base para 1,323% e os de Itália ganham 3,2 pontos base para 1,918%. Já os da Alemanha cedem 0,1 pontos base a dez anos para 0,528%.

Euro em alta

A perspectiva crescente de uma guerra comercial – que foi acentuada pela decisão do presidente norte-americano de aplicar mais tarifas sobre as importações que dão entrada nos EUA, sendo que desta vez o alvo é a China – está a penalizar a evolução do dólar. A moeda norte-americana está assim em queda face a várias congéneres mundiais. Por esta altura, o euro sobe 0,29% para 1,2338 dólares.

Donald Trump dá ganhos ao petróleo

A dança das cadeiras na administração norte-americana deu ontem uma nova volta. Esta quinta-feira, o presidente dos EUA anunciou que o conselheiro para a segurança nacional, tenente-general HR McMaster vai abandonar o cargo e ser substituído por John R. Bolton, ex-embaixador norte-americano nas Nações Unidas.

O mercado acredita que John R. Bolton tem uma perspectiva mais agressiva que o seu antecessor, pelo que pode vir a verificar-se um aumento das tensões geopolíticas. Esta decisão de mudar um dos principais conselheiros surge numa altura em que Washington tem de decidir se vai manter o acordo nuclear com o Irão. Se os Estados Unidos abandonarem o acordo, os investidores temem que possam surgir sanções contra as vendas de petróleo dos países que pertencem à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

O West Texas Intermediate sobe 0,76% para 64,79 dólares por barril. E o Brent do Mar do Norte, referência para Portugal, avança 0,46 % para 69,23 dólares por barril.

Ouro em alta

Os preços do ouro estão em alta, beneficiando do apetite dos investidores por activos de refúgio, numa altura em que o espectro de uma guerra comercial paira no mercado. O ouro, para entrega imediata, sobe 0,77% para 1.339,29 dólares por onça. Para já, no acumulado da semana, o metal amarelo sobe 1,91%.

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