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Merkel e Macron visitam Trump em último esforço para evitar guerra comercial
O jornal alemão Bild avança que a chanceler alemã pretende visitar os Estados Unidos a 27 de Abril, três dias depois de já confirmado a visita do presidente francês ao homólogo americano. Merkel e Macron tentam assim assegurar uma isenção permanente às importações de aço e alumínio.
Angela Merkel planeia encontrar-se com Donald Trump escassos dias antes de terminar o prazo para a isenção temporária concedida pelos Estados Unidos à União Europeia relativamente às novas tarifas aduaneiras aplicadas à importação de aço e alumínio.
O jornal alemão Bild avança que a chanceler germânica pretende visitar os Estados Unidos no dia 27 de Abril para se reunir com o presidente americano, isto a três dias de 1 de Maio, a data em que expira a isenção concedida por Washington. Antes de Merkel, o presidente francês Emmanuel Macron estará em solo americano no dia 24 de Abril.
O Bild cita várias fontes que confirmam a viagem de Merkel aos EUA, porém a chancelaria não providenciou qualquer comentário oficial. O objectivo da viagem dos líderes das duas principais economias europeias é claro: garantir uma isenção permanente às novas taxas alfandegárias impostas pelos EUA às importações daqueles dois metais, uma medida que prejudica sobretudo as exportações germânicas. A União Europeia já garantiu que responderá na mesma moeda se Washington aplicar medidas proteccionistas contra as suas exportações.
Na semana passada, a chanceler telefonou a Donald Trump para abordar as relações comerciais entre a UE e os EUA, instando o presidente americano a corresponder às práticas comerciais baseadas nas regras definidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Já esta manhã, o porta-voz da Comissão Europeia para o Comércio, Daniel Rosário, garantiu que a UE quer garantir uma "isenção permanente mas não negociará sob pressão". No último Conselho Europeu, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, avisava que o mês e pouco até 1 de Maio não permitiria alcançar uma solução negociada entre os dois blocos comerciais.
Será grande a expectativa em torno da viagem de Merkel a Washington, isto se a mesma se vier a confirmar. Desde logo porque se aproxima também o dia 12 de Maio, data definida por Trump para que seja forjado um novo compromisso em torno do acordo sobre o programa nuclear iraniano, que o presidente americano ameaça repudiar se os aliados (Alemanha, França, Reino Unido, China e Rússia) não aceitarem renegociar.
Por outro lado, a última viagem de Merkel aos EUA, em Março do ano passado, ficou marcada pela aparente recusa de Trump apertar a mão à chanceler, uma imagem captada pelos jornalistas presentes.
No mês passado, Donald Trump começou por anunciar a aplicação de tarifas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre o alumínio, uma medida que entrou em vigor em 23 de Março. Além da isenção permanente concedida ao Canadá e México, a Casa Branca anunciou depois que o conjunto de Estados-membros da UE, a Argentina, Brasil e Coreia do Sul ficariam temporariamente isentos destas novas taxas.
Entretanto, Trump reajustou a estratégia e centrou as políticas proteccionistas definindo a China como alvo preferencial, sustentando que é em relação a Pequim que os EUA mantêm mais de metade do seu défice comercial. Washington anunciou já uma lista de produtos chineses que serão alvo de novas taxas alfandegárias num valor de 50 mil milhões de dólares, ao que a China ripostou com tarifas que ascendem a uma montante idêntico.