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Suíça poderá pagar mais de 2.000 euros por mês aos cidadãos para não fazerem nada

A introdução de um rendimento básico incondicional no país vai a votos num referendo agendado para o próximo dia 5 de Junho. As sondagens apontam para a vitória do "não".

O investimento com origem na Suíça em obrigações do Tesouro dos EUA tem aumentado. Situava-se no final de Março em 230 mil milhões de dólares, mais quase 20 mil milhões de dólares que há um ano.
23 de Maio de 2016 às 09:42
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A Suíça poderá vir a pagar 2.500 francos (cerca de 2.136 euros) por mês aos cidadãos para não fazerem nada. Trata-se de um rendimento básico incondicional que substitui vários benefícios sociais, e que poderá vir a ser introduzido se os cidadãos do país assim o desejarem. A implementação desta medida será votada num referendo agendado para o próximo dia 5 de Junho.

Ainda que os responsáveis por esta proposta não tenham estipulado o valor mensal do rendimento básico, sugeriram a quantia de 2.500 francos por adulto, e um quarto desse valor por criança.

Apesar de a medida poder parecer aliciante, a Bloomberg sublinha que o valor proposto colocaria os cidadãos perto do limiar da pobreza naquele que é um dos países mais caros do mundo. De qualquer forma, é pouco provável que a medida receba o aval da população, já que as mais recentes sondagens apontam para a vitória do "não", com 60% das intenções de voto.

Os responsáveis pela proposta consideram que os 2.500 francos por mês permitiriam "uma existência decente". Em termos anuais, são 30.000 francos – um valor pouco acima do limiar de pobreza em 2014, de 29.501 francos. Nesse ano, quase um em oito cidadãos estava abaixo dessa linha, de acordo com os dados do gabinete estatístico do país.

Entre os defensores da introdução de um rendimento básico está o antigo ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, que considera a medida fundamental numa altura em que a automatização e a digitalização da economia estão a eliminar postos de trabalho.

"Um país rico como a Suíça tem a oportunidade de levar a cabo esta grande experiência", defendeu o ex-governante.

A proposta enfrenta a oposição do governo que argumenta que o rendimento básico significaria mais impostos e desincentivos ao trabalho, e causaria uma escassez de competências.

"Chegámos à conclusão que tal iniciativa poderia enfraquecer a nossa economia", referiu o ministro do Interior Alain Berset, citado pela Bloomberg.

Além da Suíça, também o Canadá, Holanda e Finlândia estão a avaliar esta possibilidade e a realizar estudos desde o ano passado. 

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