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Suíça mantém juros negativos e compromisso de proteger o franco
O banco central da Suíça manteve a taxa de depósitos em -0,75% e reassegurou o seu compromisso de intervir no mercado cambial para evitar a apreciação do franco suíço.
O banco central da Suíça manteve a taxa de juro de referência inalterada num mínimo histórico e repetiu o compromisso de intervir no mercado cambial para evitar a apreciação do franco suíço.
Descrevendo a moeda nacional como "significativamente sobrevalorizada", a entidade liderada por Thomas Jordan (na foto) manteve a taxa de depósitos em -0,75%, tal como era esperado por todos os economistas consultados pela Bloomberg.
A autoridade monetária está a recorrer a taxas de juro negativas, juntamente com uma quantidade indeterminada de compras de moeda estrangeira para enfraquecer o franco e proteger as exportações para a Zona Euro, o maior parceiro comercial da Suíça.
"As perspectivas económica globais deterioraram-se ligeiramente nos últimos meses e a situação nos mercados financeiros internacionais continua volátil", justifica o Swiss National Bank. "Neste contexto, a taxa de juro negativa e a disposição do banco para intervir no mercado cambial servem para aliviar a pressão sobre o franco suíço".
A autoridade monetária cortou as estimativas de inflação de -0,5% para -0,8%, este ano, e de 0,3% para 0,1% em 2017. O crescimento do PIB para este ano também foi revisto em baixa para o intervalo entre 1% e 1,5%.
A Suíça voltou a crescer no final do ano passado, depois de a instabilidade da divisa do país ter ameaçado lançar a economia para uma recessão.
O PIB cresceu 0,4% nos últimos três meses de 2015, depois da contracção de 0,1% registada no trimestre anterior.
A economia do país sofreu o impacto da decisão do Banco Nacional da Suíça que, em Janeiro do ano passado, ditou o fim da ligação entre o franco suíço e o euro. A medida levou a moeda helvética a disparar, penalizando as exportações para a Zona Euro. Além disso, a taxa de desemprego atingiu máximos de cinco anos.
O anúncio do banco central da Suíça surge depois de o Banco Central Europeu ter anunciado, na passada quinta-feira, um pacote inesperado de estímulos à economia, o Banco do Japão ter mantido os juros negativos e a Fed ter sinalizado, ontem, um abrandamento do ritmo da subida dos juros nos Estados Unidos.