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Banco do Japão mantém taxas de juro negativas
O Banco do Japão manteve as taxas de juros inalteradas, em valores negativos. A taxa de depósitos está em -0,1%. E o programa de compras de activos vai continuar.
O Banco do Japão manteve esta terça-feira, 15 de Março, as taxas de juro inalteradas, face aos valores que tinha fixado em Janeiro e que apanharam, então, o mercado de surpresa. A taxa de depósitos, aquela que cobra aos bancos para que estes tenham dinheiro depositado no banco central, é negativa. Está nos -0,1%, o que significa que os bancos têm de pagar para ter o seu dinheiro depositado no banco central. Uma medida que está, aliás, a ser tomada por várias autoridades monetária, na tentativa de colocar mais dinheiro disponível para a economia.
A manutenção das taxas de juro de depósitos era esperada por 35 dos 40 economistas contactados pela Bloomberg. E segundo o comunicado essa manutenção foi votada favoravelmente por sete dos nove elementos do conselho do Banco do Japão.
As decisões tomadas esta terça-feira pelo Banco central do Japão estão a ser explicadas pelo governador Haruhiko Kuroda (na foto), depois de comunicadas numa declaração disponível no site da instituição.
Na carteira de compra de activos estarão títulos ETF, fundos negociados no mercado de capitais accionistas e que, por regra, seguem determinados índices. São negociados como acções. E nestes títulos o Banco do Japão diz pretender adquirir a um ritmo anual de 3 biliões de ienes (23 mil milhões de euros) até ao final de Março deste ano, reforçando o balanço com estes títulos a partir de Abril a um ritmo anual de 3,3 biliões de ienes (26 mil milhões de euros).
O Banco do Japão propõe-se ainda comprar fundos de investimento imobiliários a um ritmo anual de 90 mil milhões de ienes (710 milhões de euros). Já em papel comercial e obrigações de empresas, o banco pretende manter os 2,2 biliões e 3,2 biliões de ienes, respectivamente.
Também o Japão está a ter dificuldade em conseguir elevar a inflação para níveis próximos dos 2%, conforme seu objectivo. Mas mais do que mudanças na política monetária, era aguardada com expectativa a indicação para a economia nipónica. No comunicado, o Banco do Japão fala de lentidão nas exportações - ainda assim estas poderão aumentar moderadamente - e na produção, acreditando que o consumo interno poderá revitalizar um pouco.
Face a esta indicação eram, ainda, aguardados com expectativa os passos seguintes. O Banco revela que vai continuar com a expansão monetária e com taxas de juro negativas, com o objectivo ainda em mente de ter uma estabilização dos preços perto dos 2%. "Vamos examinar os riscos para a actividade da economia e preços e tomar medidas de estímulos adicionais em três dimensões - quantidade, qualidade e taxas de juro - se se revelar necessário para alcançar o objectivo de estabilidade de preços", revela o Banco do Japão em comunicado. Nestas projecções os economistas contactados pela Bloomberg já falam na necessidade de mais estímulos.
(Notícia actualizada às 7:25 com mais informação)