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Nikkei: Governo japonês vai apresentar mais estímulos à economia

O Governo japonês quer acelerar a implementação do orçamento para avançar com mais estímulos no final do verão. O calendário eleitoral poderá levar o primeiro-ministro Shinzo Abe a dissolver a câmara baixa do parlamento.

28 de Março de 2016 às 09:24
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O primeiro-ministro japonês deverá apresentar esta terça-feira, 29 de Março, um pacote de estímulos à economia, no dia em que entra em vigor o orçamento para este ano e numa altura em que as sondagens defendem um incremento das medidas de apoio ao consumo.


A notícia foi avançada este fim-de-semana pelo diário japonês Nikkei, que refere que as medidas serão apresentadas em antecipação à cimeira do G7 – prevista para Tóquio em 26 e 27 de Maio – e antes também de, a 18 de Maio, serem conhecidos os números preliminares do produto interno bruto no primeiro trimestre de 2016.


Contudo, o respaldo orçamental às medidas só chegará no final do verão, princípio do outono, com a apresentação de um orçamento rectificativo. Shinzo Abe, o primeiro-ministro japonês, estará também a ponderar o adiamento do aumento dos impostos sobre o consumo, actualmente previsto para dentro de um ano, em Abril de 2017.


Por isso, Abe deverá garantir esta terça-feira uma aceleração da implementação do orçamento para 2016, permitindo aos investimentos públicos previstos criar espaço para as novas iniciativas suplementares no final deste exercício.


O anúncio de mais medidas do governo japonês coincide com o reforço, junto dos eleitores japoneses, de opiniões favoráveis a mais estímulos ao consumo e ao adiamento do aumento do IVA – da actual taxa de 8% para os previstos 10%. Mais de metade dos inquiridos pela Nikkei/TV Tokyo (55%) pedem mais incentivos (há um mês eram 47%), enquanto quase dois terços (61%) pede um adiamento de aumento de impostos.


A implementação de medidas terá ainda de ser concertada com o calendário eleitoral. O jornal japonês explica que se o chefe de Governo decidir adiar o aumento de impostos antes das eleições para a câmara alta da Dieta (parlamento japonês, ou Câmara dos Conselheiros), previstas para Julho, Abe deverá optar por dissolver a câmara baixa do parlamento e assim desencadear eleições nas duas instituições, procurando assim relegitimar o seu programa.


A terceira maior economia do mundo continua a dar sinais de fragilidade, com o PIB a contrair 1,1% nos últimos três meses de 2015 e os preços a registarem em Fevereiro o 29.º mês consecutivo de crescimento mas longe ainda do "guidance" do Banco do Japão para os preços ao consumidor. Nesse mês os preços cresceram 0,1% em relação ao mês anterior e 0,3% face ao mesmo mês de 2015, quando a autoridade monetária tem mandato para elevar a inflação para níveis próximos mas abaixo dos 2%.


Os preços continuam a ser impactados pela queda no valor dos combustíveis – arrastado pela desvalorização do barril de petróleo. E numa altura em que o Banco Central do Japão mantém as taxas de juro de referência em valores negativos, depois da redução supresa levada a cabo em Janeiro.

A entidade mantém ainda em curso um plano de compra de activos, que inclui dívida pública (meta de 80 biliões de ienes ou 630 mil milhões de euros por ano) e fundos negociados em bolsa (exchange-traded funds, com uma meta de compras anual de 3 biliões de ienes, cerca de 23 mil milhões de euros). Inclui-se também no cabaz de compras a aquisição a fundos de investimento imobiliários a um ritmo anual de 90 mil milhões de ienes (710 milhões de euros) e 2,2 biliões de ienes em papel comercial e 3,2 biliões em obrigações de empresas.

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