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Presidente da República segue caso Relvas à distância

Francisco Pinto Balsemão vai processar ex-director do SIED e outros colaboradores que espiaram a sua vida

27 de Maio de 2012 às 23:30
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A quase 12 mil quilómetros de distância de Lisboa, e a cumprir a última etapa da visita oficial por Timor Leste, Indonésia, Austrália e Singapura, o Presidente da República admitiu que está atento às polémicas que têm envolvido o ministro Miguel Relvas e o caso das escutas.

A confissão surgiu durante uma conversa informal com os jornalistas, citada pela Lusa, marcada com o objectivo de fazer um balanço intercalar da sua viagem oficial, e numa altura em que se têm vindo a multiplicar as notícias sobre o "caso das secretas" e indícios sobre a proximidade do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares ao arguido Jorge Silva Carvalho, ex-presidente do SIED.

Esta é a segunda vez, no espaço de uma semana, que o Presidente da República quebra o silêncio sobre este caso, embora da primeira, na passada quarta-feira a partir de Jacarta, ter garantido que, apesar de estar a ser informado pelo primeiro-ministro sobre a situação interna dos serviços de informações, não iria fazer comentários sobre matérias que considerava fazerem parte do foro "político-partidário".

Desde quarta-feira até hoje, o caso conheceu novos desenvolvimentos, em diversas frentes. Durante a audiência à Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), a direcção do jornal "Público" reiterou o teor das ameaças ao jornal e a uma jornalista, que Miguel Relvas nega.

A disponibilização do processo das escutas por parte do Ministério Público, na passada sexta-feira, trouxe também à luz do dia a manutenção de relações privilegiadas entre Jorge Silva Carvalho, ex-director do Serviços de Informações Estratégias da Defesa (SIED), e Adelino Cunha, um ex-jornalista nomeado por Miguel Relvas para seu assessor. A julgar pelo teor das mensagens de telemóvel trocadas entre os dois, o antigo jornalista terá tentando ajudar Silva Carvalho a montar uma estratégia de descredibilização de notícias sobre as secretas que chegaram à Assembleia da República de fonte anónima. Adelino Cunha demitiu-se, por iniciativa própria, na sexta-feira, o mesmo dia em que o processo do Ministério Público dá conta de várias trocas de mensagens entre Jorge Silva Carvalho e Miguel Relvas, antes e depois de o PSD ter ganho as eleições legislativas, bem como de encontros para café ou de um jantar no Algarve, este último na companhia de Rafael Mora, da Ongoing.

O episódio mais recente envolve Francisco Pinto Balsemão, patrão da Impresa, que no sábado afirmou à Lusa a intenção de avançar com um processo judicial contra os autores do relatório sobre a sua vida privada que está a circular na internet. Segundo relatos de diversos órgãos de comunicação social, Silva Carvalho terá encomendado relatórios às secretas sobre pessoas cuja vida interessava à Ongoing, com quem a Impresa mantém uma luta de poder há poucos anos. O patrão da SIC mostrou-se surpreendido e chocado com os "métodos, os princípios e as práticas adoptados por pessoas e empresas que desenvolvem as suas actividades livre e impunemente numa sociedade democrática", diz a Lusa.

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