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Adjunto de Relvas demite-se (act.3)

A revista "Sábado" adianta que o adjunto de Miguel Relvas, Adelino Cunha, pediu a demissão depois de o Ministério Público ter encontrado mensagens suas no telemóvel do ex-espião Jorge Silva Carvalho. O Negócios confirmou a demissão e o facto de a mesma ter sido aceite por Relvas.

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O adjunto político de Miguel Relvas apresentou a demissão, depois de ter sido revelado que trocou mensagens com o ex-espião Jorge Silva Carvalho. A notícia foi avançada pela revista “Sábado”, que indica que a descoberta foi feita pelo Ministério Público.

“Apresentei o pedido de demissão, que o Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares aceitou”, disse Adelino Cunha, em respostas a perguntas da "Sábado".

Junto do assessor de imprensa de Miguel Relvas, o Negócios confirmou o pedido de demissão e o facto de a mesma ter sido aceite. Questionado pelo motivo da demissão, o assessor afirmou que não havia nada mais a acrescentar às palavras que Adelino Cunha disse à "Sábado".

De acordo com a revista, o Ministério Público encontrou mensagens de Adelino Cunha, que exerceu funções de editor de Política no “Jornal de Notícias” e no “Independente”, nos telemóveis do antigo director do SIED (Serviços de Informação Estratégicas de Defesa), Jorge Silva Carvalho.

“Conheci o Dr. Jorge Silva Carvalho antes de ter sido nomeado adjunto político do Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares e mantive, por minha iniciativa, contactos durante o período em que exerci funções”, disse Adelino Cunha à “Sábado”.

A demissão do adjunto político de Miguel Relvas acontece pouco depois das declarações do ministro no Parlamento sobre o caso das secretas.
Porque se encontrou, então, Adelino Cunha e Jorge Silva Carvalho? A essa pergunta, o antigo jornalista e até aqui adjunto político de Relvas respondeu à “Sábado”.

“Em Setembro de 2011, o Dr. Jorge Silva Carvalho manifestou a sua indignação pelo facto de um envelope que lhe fora enviado pela Assembleia da República ter sido alegadamente violado. A título pessoal, contactei antigos colegas jornalistas alertando-os para esse facto. Informei-o também sobre os rumores que corriam na Assembleia da República sobre o alegado conteúdo dos documentos”, admitiu à revista o anterior editor de política do “Jornal de Notícias”.

A demissão do adjunto político de Miguel Relvas acontece pouco depois de o próprio ministro ter ido à Assembleia da República para prestar esclarecimentos sobre o caso das secretas.

Várias notícias apontam para que Jorge Silva Carvalho, que depois de estar na direcção do SIED passou para a administração da empresa Ongoing, tenha enviado propostas de nomes de sua confiança para ocupar cargos dirigentes nas secretas.

Esta é uma notícia sobre o gabinete Miguel Relvas no meio de um período em que, na sequência do caso das secretas, o ministro do Governo liderado por Passos Coelho se viu envolvido num outro caso em que é acusado de ter ameaçado expor a vida privada de uma jornalista do “Público” na Internet.

As alegadas ameaças à jornalista Maria José Oliveira – entretanto negadas por Relvas mas que o “Público” reitera terem mesmo acontecido – foram resultado de perguntas relativas ao caso das “secretas”, em que era questionado sobre incongruências nas suas declarações à comissão de Assuntos Constitucionais.

Nomeadamente, o facto de Miguel Relvas ter dito que só conheceu Jorge Silva Carvalho em 2010 mas ter recebido uma notícia, por parte do antigo espião, que, segundo uma pesquisa feita pela jornalista do "Público", é de 2007. Algo que não foi esclarecido pelo ministro.


(Notícia actualizada às 11h15 com confirmação da demissão; Notícia actualizada pela segunda vez às 11h37 com mais informações; Notícia actualizada pela terceira vez às 12h02)


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