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Infanta Cristina vai ser julgada por fraude fiscal e branqueamento de capitais

Cristina de Borbón, irmã do recém-empossado rei Felipe VI, foi formalmente acusada pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, avança esta quarta-feira, 25 de Junho, a imprensa espanhola.

Reuters
25 de Junho de 2014 às 11:13
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O juiz que há quase três anos investiga os negócios do cunhado do rei de Espanha, Iñaki Urdangarin, confirmou formalmente a acusação da infanta Cristina pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

 

De acordo com a investigação, a irmã de Felipe VI terá alegadamente beneficiado dos negócios ilegais do seu marido e da respectiva empresa, que ela própria detinha também em 50%. A Iñaki Urdangarin são imputados nove crimes diferentes, incluindo falsificação de documentos, tráfico de influências e vários delitos fiscais.

 

A acusação do tribunal foi conhecida esta manhã e o despacho do juiz abrange 16 das 32 pessoas que estavam a ser investigadas, a maioria envolvida na estrutura empresarial montada por Urdangarin. Entre eles contam-se o ex-sócio de Urdangarin, Diego Torres, a sua mulher Ana María Tejeiro, e os seus dois irmãos, bem como o ex-presidente do Governo das Baleares Jaume Matas. São também arguidos responsáveis de organismos públicos daquela região, bem como das de Valência e de Madrid.

 

Urdangarin e o seu sócio cobraram mais de seis milhões de euros aos governos das Baleares e de Valência pela organização de eventos nos quais apenas gastaram dois milhões de euros. Os contratos eram realizados através do Instituto Nóos, apresentado como não tendo fins lucrativos, mas a partir do qual eram depois desviados dinheiros para várias empresas privadas, detidas pelos dois sócios, uma das quais a Aizoon, propriedade de Cristina e do marido. E desta empresa sairia dinheiro para gastos de natureza privada que eram depois apresentados como sendo despesas da empresa.

 

Ministério Público vai recorrer

 

A decisão do juiz, de sentar a infanta no banco dos réus, vai ser alvo de recurso, não só pelos seus advogados de defesa, mas também pelo procurador público, em representação também da administração fiscal, adianta o El Pais.  

 

No entanto, o despacho do juiz não deixa margens para grandes dúvidas sobre a intervenção da irmã do rei. "Há muitos indícios de que dona Cristina de Borbón e Grécia interveio, lucrando, para seu próprio benefício (...) dos fundos ilicitamente entrados na empresa Aizóon", lê-se no documento citado pela imprensa espanhola. A infanta "facilitou os meios ao seu marido, mediante a colaboração silenciosa da sua parte de 50%  no capital da empresa", acrescenta o magistrado.

 

A investigação começou em 2006 e em 2011 Iñaki Urdangarin foi constituído arguido. Em Janeiro deste ano, o mesmo aconteceu com a infanta Cristina, que seria ouvida pelo juiz em Fevereiro, numa audição histórica, uma vez que envolve um caso de corrupção e um membro da família real espanhola. Cristina sempre negou qualquer envolvimento nos negócios do seu marido e vive actualmente em Genebra, na Suíça, afastada do dia-a-dia da família real espanhola.

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