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Procuradores querem tirar infanta Cristina do banco dos réus
A procuradoria ajudou a defesa da infanta e mobilizou-se esta segunda-feira para que Cristina de Borbón não seja julgada no âmbito do caso Nóos. A princesa é acusada de ser cúmplice nos ilícitos cometidos pelo seu marido.
O procurador Pedro Horrach, que há muito defende a inocência da irmã do Rei Filipe VI, apresentou esta segunda-feira em tribunal um novo relatório que exonera a infanta dos crimes atribuídos ao seu marido e ex- atleta olímpico Iñaki Urdangarin, noticia esta terça-feira o El País.
Escreve o jornal espanhol que a defesa de Cristina foi ajudada pelos representantes do Estado esta segunda-feira, na primeira sessão de julgamento do caso Nóos, que demorou cerca de 13 horas. Estes defendem que o caso contra a infanta, acusada de ser cúmplice do marido, deve ser abandonado.
A princesa Cristina, de 50 anos, é uma das 18 acusadas no âmbito da investigação à Fundação Nóos, liderada pelo seu marido, Iñaki Urdangarin, acusado pela procuradoria de usar inapropriadamente fundos públicos.
Em causa está o facto de ser sócia da Aizoon, uma empresa alegadamente criada por Urdangarin e para onde foram desviados 6,2 milhões de euros de fundos públicos. A infanta terá usado posteriormente o cartão de crédito da Aizoon para fazer compras pessoais.
A acusação popular, apresentada pelo grupo anticorrupção Mão Limpas, alega que Cristina é "cúmplice" dos crimes praticados pelo seu marido.
O novo documento apresentado pela procuradoria em defesa de Cristrina alega que esta era sócia mas que não geria os negócios da Aizoon e que o seu papel no caso requer uma penalização administrativa e não judicial.
A irmã do rei de Espanha viu-se obrigada a comparecer em tribunal depois do juiz espanhol José Castro ter rejeitado o recurso interposto pela infanta Cristina.
Cabe agora ao painel de três juízes decidir se os argumentos apresentados justificam retirar a infanta Cristina do banco dos réus.
Caso venha a ser julgada e se for considerada culpada, Cristina poderá enfrentar até oito anos de prisão, quatro por cada uma das acusações de que é alvo. Neste caso, a infanta será o primeiro membro da família real a enfrentar a barra dos tribunais.
Além do uso ilegítimo de seis milhões de euros provenientes de fundos públicos - a par do seu sócio, Diego Torres-, Iñaki Urdangarin é também acusado de usar as suas ligações à família real para ganhar contratos públicos para organizar eventos através da organização sem fins lucrativos, a Fundação Nóos.