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Inaki Urdangarin condenado a seis anos de prisão. Irmã do rei de Espanha absolvida

O Tribunal Provincial de Palma acaba de anunciar a sentença no caso Nóos, com 17 arguidos, entre os quais a irmã e o cunhado de Filipe VI de Espanha. Em causa o desvio de fundos públicos, fraude e trafico de influências.

Reuters
Negócios 17 de Fevereiro de 2017 às 11:34
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Ao fim de quase oito meses, o Tribunal Provincial de Palma anunciou esta sexta-feira, 17 de Fevereiro, a sentença do caso Nóos, condenando Inaki Urdangarin, marido da Infanta Cristina, a uma pena de prisão de seis anos e três meses pelos crimes de prevaricação, peculato, fraude, tráfico de influência e dois crimes contra as finanças públicas. É também condenado a uma multa de 512 mil euros, noticiam os jornais espanhóis. A sua mulher, irmã do actual rei, Filipe VI, foi absolvida dos crimes de natureza fiscal de que estava também acusada.

 

Segundo adianta o El Pais, Cristina de Borbón foi no entanto considerada responsável em sede civil, o que significa que terá de pagar, juntamente com o marido, a quantia de 265.088 euros. Recorde-se que desde o início do caso que o Ministério Público espanhol se recusou a apresentar queixa contra a infanta, mas uma organização de nome "Mãos Limpas" avançou com o processo, com a acusação de evasão fiscal.

 

Miquel Roca, advogado da infanta citado pelo El Pais afirmou já que a sua cliente está "satisfeira com o reconhecimento da sua inocência", mas que continua convencida da inocência do seu marido, Iñaki Urdangarin.

 

A primeira reacção por parte da casa real é apenas no sentido de um "profundo respeito pelo princípio da independência do poder judicial. O Rei, que à hora em que foi conhecida a decisão judicial, se encontrava num acto oficial, no Museu Thyssen, em Madrid, na inauguração de uma exposição juntamente com o presidente da Hungria, não quis fazer comentários sobre a condenação do cunhado

 

O processo envolve um total de 17 arguidos, dos quais dez foram absolvidos. Diego Torres, sócio de Iñaki Urdangarín, foi condenado a oito anos e seis meses de prisão – a pena mais elevada –  e multa de 1.723.843,10 euros por prevaricação, fraude contra a Administração Pública, tráfico de influência, fraude fiscal e branqueamento.

 

O ex-presidente do governo das das Baleares, Jaume Matas, teve uma pena de três anos e oito meses de prisão e mais sete em que está impedido do exercício de funções públicas por abuso de confiança e fraude.

A sentença conclui que Urdangarín tinha "uma posição institucional privilegiada" que o levou a conseguir contratos de forma irregular nas Baleares. E sustenta também que a decisão de avançar com esses contratos foi tomada por Matas de forma unilateral e tomada devido à influência exercida pelo marido da infanta Cristina juntamente com o seu sócio Diego Torres.

 

As penas acabaram por ficar bastante abaixo do que pedia o ministério público espanhol – para o marido de Cristina pedia-se uma pena de 19,5 anos de cadeia e uma multa de 980 mil euros, tendo o tribunal decretado seis anos e três meses. Para a Infanta Cristina a acusação pedia a devolução de 587 mil euros.

  

Cristina muda-se para Lisboa

  

Conhecida a sentença, e logo que termine o ano escolar dos quatro filhos, Cristina de Bourbon que actualmente vive em Genebra na Suíça, deverá mudar-se para Lisboa, adianta também o El Pais. A ideia é ficar mais perto do marido quando este estiver detido.

 

A filha mais nova dos antigos reis Juan Carlos e Sofia de Espanha mudou-se para Washington quando, há 11 anos, rebentou o escândalo que envolveu o seu marido. Um exílio auto-imposto, interrompido apenas por um breve período em Barcelona e continua agora na Suíça, onde trabalha para a Fundação Aga Khan.

 

E será através desta mesma fundação – o líder, príncipe Ismaili, é amigo do seu pai – que deverá vir para Lisboa. A Fundação adquiriu recentemente um imóvel no bairro da Lapa, em Lisboa, o Palácio Henrique Mendonça.

 

Como lembra o jornal espanhol, os Borbón têm desde há muito uma ligação ao Portugal, tendo sido por cá, em Cascais, que morou o conde de Barcelona com o seu filho Juan Carlos durante o exílio, nos anos 40 do século passado. 


(notícia actualizada às 12:00 com mais informação)

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