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Infanta Cristina nem sequer "tinha conhecimentos de impostos e contabilidade”
A filha do Rei de Espanha, arguida num processo de branqueamento de capitais, era “absolutamente alheia” ao que se passava na empresa do marido, Iñaki Urdangarin, garantem os seus advogados no recurso apresentado em tribunal.
Os jornais espanhóis dão hoje conta do conteúdo da oposição que os advogados da Infanta entregaram no tribunal, na sequência do processo em que Cristina surge com arguida e suspeita de crimes fiscais e de branqueamento de capitais.
Cristina, que será ouvida em tribunal no dia 8 de Março, “foi absolutamente alheia à gestão da Aizoon, empresa de reduzidas dimensões e carácter familiar”, escreve o El Pais, citando o documento elaborado pelos advogados da Infanta, Miguel Roca e Jesús Silva.
Por isso, prossegue o diário, “as supostas infracções fiscais que o juiz atribui à Aizoon seriam, sim, da responsabilidade do seu administrador, Iñaki Urdangarin”. Os advogados sustentam, desta forma, que não há razão para acreditar que a filha de Juan Carlos sabia que o seu marido “podia estar a incorrer em algum tipo de irregularidade de natureza fiscal “ e que, por isso, “os dinheiros da empresa dos quais ocasionalmente dispôs, pudessem ter origem em actos delituosos”.
Os advogados refutam, assim, que Cristina possa ter tido qualquer “participação activa” na alegada fraude e que esta terá sido cometida apenas pelo seu marido, “a titulo individual”, e como único responsável pela gestão financeira, comercial e contabilidade da empresa”.
A Aizoon “era uma empresa cuja gestão estava entregue exclusivamente ao marido”, com a “mais absoluta confiança” de Cristina. Esta, de resto, nem tem “formação específica em matérias económicas e fiscais”, pelo que não seria suposto esperar-se que “exigisse explicações ao seu marido sobre os gastos imputados à empresa”. Afinal, apesar de ser sócia da mesma desde a sua constituição, em 2003, sempre esteve “completamente à margem da administração e gestão”, concluem os advogados citados pelo El Pais.