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Espanha: Forças de esquerda pedem referendo sobre a monarquia
Após o Rei Juan Carlos ter anunciado a decisão de abdicar do trono, vários cidadãos e políticos espanhóis mostraram-se favoráveis a um referendo sobre a monarquia.
O Rei Juan Carlos abdicou ao trono numa altura em que a mornaquia espanhola vive uma grave crise de popularidade. O impacto da renúncia pode culminar na alteração da Constituição espanhola, em vigor desde 1978, avança a imprensa espanhola, que dá conta que os cidadãos e os partidos políticos estão divididos no que diz respeito à monarquia e que várias vozes estão a pedir um referendo sobre a manutenção do regime.
No Partido Socialista Espanhol (PSOE), principal partido da oposição, as Juventudes Socialistas exigem a convocação de um referendo para proclamar a República. "Abrem-se novos horizontes. Temos o dever moral de não nos mantermos em silêncio, de exigir uma profunda reforma constitucional", declarou o secretário geral da Juventude, Nino Torres. "A nossa convicção e o nosso sonho é ter um regime eleito por todos os homens e mulheres", acrescentou.
As Juventudes Socialistas explicam que compreendem que o regime monárquico seja herdeiro de uma geração que "considera a instituição como um elemento unificador e de estabilidade", mas "esse tempo já terminou". "A nossa geração está, pelo contrário, livre de cargas pesadas", explicou a organização.
Também o Isquierda Unida (IU), o Podemos, liderado por Pablo Iglesias, e o Equo pedem um referendo sobre o modelo de Estado. Entre os apelos ouvem-se críticas a um regime "antigo", que justificam a renúncia do Rei.
Nas redes sociais circula uma convocação para um encontro no centro de todas as cidades de espanholas, pelas 20h00 desta segunda-feira, com o mote "Espanha a favor da Republica".
Pior momento de popularidade da Monarquia
O Rei Juan Carlos abdicou do poder no pior momento de popularidade da Monarquia, segundo os inquéritos do Centro espanhol de Investigações Sociológicas (CIS), avança o "El Mundo". O último estudo levado a cabo pelo CIS dava à Coroa espanhola uma aprovação de 3,72 em cada 10 pessoas.
Casos como o de branqueamento de capitais por parte do marido da Infanta Cristina, Iñaki Urdangarín, e o episódio da caça de elefantes do Rei Juan Carlos em pleno resgate financeiro a Espanha, desgastaram a imagem popular do reinado de Juan Carlos.
No entanto, o sucessor do Rei, o ainda príncipe Felipe, é o membro da casa real com mais popularidade. Cerca de 66% dos espanhóis têm uma percepção positiva do Príncipe das Astúrias.