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EDP vai avançar com um novo plano estratégico em 2025, com metas alargadas até ao final da década

O administrador Pedro Vasconcelos justificou esta decisão com as taxas de juro a descer, bons sinais da Reserva Federal e os os preços da energia a recuperar desde abril até agora. 

Duarte Roriz
12 de Setembro de 2024 às 16:46
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Depois de ter anunciado este ano uma revisão em baixa do seu plano estratégico até 2026, com menos GW a instalar e investimentos mais modestos, a EDP prepara-se agora para avançar já no início do próximo ano com novas metas para esta década. 

"Em 2023 avançámos com ambições bastante claras. Mas no final desse ano e início de 2024 começámos a sentir o pior dos dois mundos: preços da energia a cair substancialmente e taxas de juro muito altas. Na altura fez-nos sentido reduzir de 20 mil milhões para 17 mil milhões, mais ao mesmo tempo procurando investimentos com rentabilidades mais interessantes. Ou seja, reduzir 10 a 15% no número de projetos mas, exigindo mais rentabilidade. E estamos satisfeitos", disse o administrador da EDP Pedro Vasconcelos, na conferência Energy 2024 do ECO. 

No entanto, e porque no decorrer deste ano todo este contexto melhorou acima das expectativas, a elétrica prepara-se agora para apresentar um novo plano estratégico, tal como acontece de dois em dois anos. "Faremos a comunicação ao mercado de um plano até ao final da década", que será apresentado no "início de 2025".

O administrador justificou esta decisão com as taxas de juro a descer, bons sinais da Reserva Federal e os os preços da energia a recuperar desde abril até agora. 

Na mesma conferência, o administrador da EDP Pedro Vasconcelos disse também que as políticas protecionistas criam barreiras à transição energética e que não está prevista fusão entre EDP e EDP Renováveis, pois o grupo já se reorganizou para capturar vantagens da fusão dos negócios.

"Neste momento não", respondeu, explicando que houve reorganização interna e que atualmente o grupo "captura essa fusão de negócio".

Já sobre as preferências da EDP quanto às eleições presidenciais nos Estados Unidos, um mercado fundamental para o grupo, Pedro Vasconcelos adiantou que é conhecido que Donald Trump (candidato Republicano) é "contra esta lógica de transição energética" e que o setor precisa de estabilidade para atrair investimentos.

"É óbvio que alguém que suporte a transição energética, a descarbonização, está alinhado com os nossos valores", disse.

Pedro Vasconcelos afirmou ainda que movimentações em torno de maior protecionismo são sempre negativas para a transição energética e que pôr maiores barreiras a produtos da China é um problema se o objetivo é a reindustrialização da Europa.

"Somos claramente contra tarifas, claramente contra intervencionismo", vincou.

Afirmou ainda Pedro Vasconcelos que a EDP diverge de qualquer ideia que ponha a transição energética numa lógica mais protecionista a servir a reindustrialização económica, como parece indicar o 'relatório Draghi'.

Quanto aos preços da eletricidade em Portugal, Vasconcelos disse que eventuais subidas dependerão de fatores mais externos, como mercado europeu e 'commodities', mas considerou que o preço em Portugal está abaixo da média europeia e que isso deve ser aproveitado para atrair investimentos.

"Portugal tem uma janela de oportunidade única de reindustrialização, Portugal e Espanha, conseguem ter uma vantagem competitiva [no preço] e sinto que essa ficha não caiu ao nível dos nossos políticos", afirmou.

Segundo Vasconcelos, é a vantagem preço que levou a Amazon a decidir fazer um grande investimento em Aragão (Espanha).

"Podemos tornar a Península Ibérica um círculo virtuoso de reindustrialização. É absolutamente fundamental atrair novo investimento para consumo", afirmou.

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