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Coeure: Ainda é cedo para o BCE aprovar mais estímulos, mas pode ser preciso "fazer mais"

O membro da comissão executiva do BCE considera que é preciso analisar o efeito das actuais medidas aprovadas pela autoridade monetária. A reunião mensal de Dezembro do BCE não deverá trazer novidades.

Bloomberg
25 de Novembro de 2014 às 14:17
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Pode ainda ser cedo para o Banco Central Europeu (BCE) aprovar mais medidas, mas no médio prazo pode vir a ser necessário mais estímulos para reavivar a economia europeia e aumentar a taxa de inflação.

 

"Temos de compreender como é que está a funcionar o que já decidimos. Não vamos correr a tomar novas decisões sem saber", disse Benoit Coeure, um dos seis membros da comissão executiva do BCE, em entrevista à Bloomberg TV.

 

"Temos de olhar para os dados à nossa volta e temos de discutir aprofundadamente todas as opções possíveis quando se trata de comprar novos activos. Existe um consenso no Conselho do BCE de que podem existir situações onde temos que fazer mais", considera.

 

O banqueiro colocou de lado o cenário de deflação, mas considerou que a actual taxa de inflação de 0,4% está a prejudicar a economia. "Não estamos em deflação, mas a baixa inflação é tão má como a deflação em termos da capacidade da nossa economia crescer para sair do endividamento".

 

Na reunião mensal de Dezembro, que vai ter lugar na próxima semana, o BCE vai focar-se em "analisar o impacto da política monetária de qualquer acção adicional, em termos de criação de liquidez.

 

Os analistas consultados pela Bloomberg esperam que a taxa de juro de referência se mantenha inalterada nos 0,05%.

 

Sobre a segunda fase do programa de refinanciamento aos bancos (TLTRO), o responsável espera que haja uma maior adesão por parte dos bancos, depois da procura na primeira fase, ter ficado aquém das expectativas. "Esperamos que o interesse dos bancos se materialize em Dezembro quando vierem para a segunda fase do TLTRO. Eu certamente espero que seja mais substancial, maior do que a primeira fase".

 

Ao mesmo tempo, o Bundesbank veio alertar que a injecção de liquidez por parte de vários bancos centrais pode estar a criar bolhas na economia. "Quando mais longo for o período de baixas taxas de juro, maior o risco de exageros em certo segmentos do mercado", disse a vice-presidente Claudia Buch esta quarta-feira, 25 de Novembro, em Frankfurt.

 

A banqueira dentral prometeu assim manter a vigilância sobre os mercados. "Estamos de olho no mercado imobiliário. Assim que detectarmos riscos para o sistema financeiro, vamos agir", afirmou Claudia Buch na apresentação do relatório anual do banco central alemão sobre estabilidade financeira.

 

Neste momento, enquanto a Reserva Federal norte-americana e o Banco de Inglaterra começam a ponderar aumentar as suas taxas, o BCE aposta numa política monetária de financiamento a baixo custo para tentar reavivar a economia.

 

O Bundesbank tem criticado a política monetária por parte do BCE e a mesma pode continuar o seu trajecto expansionista depois de Mario Draghi ter dito recentemente que existe um consenso no BCE para aprovar mais medidas de estímulo.

 

O próximo passo da autoridade monetária pode ser a aprovação de um programa de compra de dívida pública, semelhante ao quantitative easing da Reserva Federal norte-americana. As notícias sobre um possível programa de compra de dívida pública - que se poderá juntar aos actuais "covered bonds" e ABS - estão a provocar a queda das taxas de juro da dívida soberana nos países do Sul da Europa, com Portugal a recuar para mínimos históricos.

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