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Bundesbank: "Bancos centrais não têm uma lâmpada de Aladino para tornar reais todos os desejos"

Jens Weidmann considera que é "uma ilusão pensar" que a Zona Euro pode aumentar o crescimento ou criar empregos através da política monetária. As palavras do "falcão" do Bundesbank vão contra as declarações mais recentes de Draghi e Constâncio da necessidade de aprovar mais estímulos.

28 de Novembro de 2014 às 14:54
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A menos de uma semana da reunião mensal do Banco Central Europeu (BCE), o presidente do Bundesbank veio a público deixar um aviso: não vão ser mais medidas de estímulo a resolver os problemas de crescimento da Zona Euro.

 

Para Jens Weidmann, uma política monetária expansionista não é a solução para estimular o crescimento e o emprego e pede mais reformas estruturais aos estados-membros.


"Os bancos centrais não têm uma lâmpada de Aladino para esfregar para tornar todos os desejos reais", disse líder do banco central alemão esta sexta-feira, 28 de Novembro, em Berlim, citado pelo Wall Street Journal.

 

O "falcão" do Bundesbank considera que é "uma ilusão pensar" que a Zona Euro pode "aumentar o potencial de crescimento no longo prazo ou criar empregos de forma sustentável através dos meios de política monetária".

 

E pediu mais reformas estruturais, porque o "crescimento e o emprego ocorrem em companhias inovadoras e produtos competitivos, e trabalhadores qualificados e altamente motivados".

 

As palavras de Jens Weidmann sugerem que a próxima reunião do BCE poderá ser animada. De um lado da mesa as "pombas", os países que defendem mais medidas de estímulo; do outro os "falcões", os países que consideram que não é através da política monetária que a Zona Euro vai promover o crescimento. 

 

A cúpula do BCE tem vindo a público defender que são necessárias mais medidas de estímulo, incluindo a compra de dívida pública. O que tem provocado a queda das taxas de juro das dívidas soberanas para mínimos históricos, incluindo Portugal.

 

"Esperamos que as medidas adoptadas façam com que o balanço volte ao tamanho que tinha no início de 2012. Se não, teremos que considerar a compra de outros activos, incluindo títulos soberanos no mercado secundário, o maior e mais líquido mercado de títulos disponível", disse o vice-presidente Vítor Constâncio esta semana.

 

Também Mario Draghi reforçou ontem que "o Conselho do BCE é unânime no seu compromisso de usar novos instrumentos não convencionais dentro do seu mandato". No entanto, sublinhou que já há "indicações que este pacote de crédito está a surtir efeito, mas é preciso tempo para os efeitos positivos se materializarem por completo". 

 

Isto pode indiciar que novas medidas de estímulo por parte do BCE podem só vir a ser aprovadas no próximo ano. Mas à data das declarações de Constâncio e Draghi ainda não eram conhecidos os dados económicos mais recentes.

 

A inflação da Zona Euro regressou aos 0,3% em Novembro, com a taxa a situar-se em mínimos de cinco anos, e muito longe da meta de 2% estabelecida pelo BCE. A continuar a queda dos preços, a região poderá entrar em deflação, algo que Mario Draghi tem repetidamente prometido combater, apesar da Alemanha mostrar-se relutante a aprovar mais medidas.

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