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Juros de Portugal caem para novo mínimo histórico

A taxa de juro das obrigações a 10 anos tocou esta manhã nos 2,917%, abaixo do anterior valor mais baixo de sempre que foi fixado a 10 de Outubro nos 2,918%.

Miguel Baltazar/Negócios
25 de Novembro de 2014 às 10:25
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As "yields" das obrigações do Tesouro estão a recuar pela quarta sessão consecutiva, continuando a beneficiar com o compromisso do BCE em adoptar medidas para combater a baixa inflação da Zona Euro.

 

A taxa de juro dos títulos com maturidade a 10 anos recua 5 pontos base para 2,919%. Esta manhã já atingiu 2,917%, já abaixo do anterior valor mais baixo de sempre que tinha sido fixado a 10 de Outubro nos 2,918%.

 

Nas restantes maturidades a tendência também é de queda, com as "yields" a transaccionarem muito perto de mínimos históricos. No prazo a cinco anos a taxa de juro cede 2 pontos base para 1,57% e os títulos com maturidade de dois anos negoceiam com uma rendibilidade implícita ("yield") de 0,54%.

 

Nos restantes países periféricos a tendência é igualmente de queda, um comportamento que os analistas justificam com o facto de Mario Draghi manter o compromisso de combater o baixo nível de inflação na Zona Euro.

 

Esta tendência de queda dos juros das obrigações acentuou-se desde que o banco central, a 20 de Outubro, deu início às compras de "covered bonds" (obrigações sobre hipotecas e obrigações sobre crédito bancário ao sector público).

 

E é desde então que os juros da dívida soberana Europa têm vindo a recuar, com a "yield" de Portugal a 10 anos a cair mais de 50 pontos base.


"A queda dos juros da dívida não se deve às ‘covered bonds’", defende David Schnautz. Para o estratego do Commerzbank, esta medida "é boa para o mercado", mas "não é forte o suficiente". "Muito mais importante tem sido o compromisso do BCE de fazer muito mais, caso seja necessário", aponta.

 

Também Christian Schulz acredita que "o mais importante tem sido o compromisso" de Mario Draghi. Algo que o presidente do banco central reiterou já por diversas vezes e que, diz o economista do Berenberg, tem elevado a "credibilidade do BCE".

 

Mas quando?

 

A expectativa dos mercados em relação à compra de dívida soberana pelo BCE tem sido alimentada por Mario Draghi. O presidente do BCE reiterou, na passada sexta-feira, o compromisso de "aumentar a pressão e alargar ainda mais as vias de actuação pelas quais intervém, alterando em conformidade a quantia, o ritmo e a composição das compras" de activos.


"A expectativa é que terão de avançar para a compra de dívida soberana", ou a expansão do balanço em um bilião de euros, definida por Draghi, não será alcançada, afirma Lyn Graham-Taylor. Por isso, o especialista do Rabobank acredita que o BCE deverá anunciar a medida em Março, havendo "a possibilidade que o faça já em Janeiro".

 

Já Christel Aranda-Hassel, directora de economia europeia do Credit Suisse, acredita que, após as declarações de Draghi, o anúncio poderá ser ainda mais cedo. "Provavelmente na próxima reunião a 4 de Dezembro, o BCE irá anunciar explicitamente que está preparado para começar a compra" de dívida soberana", conclui.

 

 

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