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CNBC: Centeno diz que fará tudo para evitar segundo resgate
Em entrevista à estação de televisão, o ministro das Finanças insiste que está comprometido com a Comissão Europeia no cumprimento das metas orçamentais e sublinha os esforços do país para "estabilizar o sector financeiro".
O ministro das Finanças português admite que fará tudo o que for necessário para evitar um segundo resgate, segundo a cadeia televisiva norte-americana CNBC, que entrevistou Mário Centeno durante o fim-de-semana em Bratislava, à margem do encontro dos ministros das finanças da Zona Euro.
"Vai fazer tudo o que for necessário para evitar que Portugal tenha um segundo resgate?", perguntou a jornalista da CNBC, colocando o principal foco do político português precisamente em evitar que o país seja forçado a pedir nova assistência financeira à troika. "Essa é a minha principal tarefa. O compromisso que temos na frente orçamental e na redução da despesa pública é precisamente nessa direcção", respondeu Centeno, citado pela CNBC.
Mário Centeno assinalou ainda que é "apenas parcialmente verdade" que o Governo português esteja focado no consumo. Explica que há "um foco substancial na recuperação de rendimentos, especialmente para as famílias", mas garante que está também "a direccionar a sua política para as empresas e para o investimento". E afirmou-se "comprometido" com as metas estabelecidas com Bruxelas, dizendo que desde o início do ano tem estado a ajustar o Orçamento em função dessas expectativas.
"Temos um programa muito ambicioso que visa ajudar a recapitalizar as empresas. Estamos a fazer muitos esforços para estabilizar o nosso sector financeiro, o que é crucial para o investimento e para o crescimento da economia", assinalou o ministro, considerando "uma percepção errada" a de que o actual Governo português não está comprometido com um plano de reformas.
Na entrevista à CNBC, Centeno faz ainda a defesa do plano de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos acordado com Bruxelas, que envolve "um plano de negócios muito ambicioso e uma equipa de gestão muito profissional". Parte do plano prevê a emissão de dívida com elevado grau de subordinação, a colocar junto de investidores privados, e o ministro confia que "o mercado vai entendê-la como uma operação muito ambiciosa e orientada para o mercado".
"Estamos confiantes em levantar os 500 milhões de dívida subordinada [da primeira emissão, para perfazer mil milhões] que temos de ir buscar ao mercado", acrescentou.