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Passos e pókemons: Declarações de Costa "falam por si"
Ex-primeiro-ministro diz que não interessa a ninguém colocar sequer a hipótese de segundo resgate. Sobre as declarações de Costa, que sugeriu que caçasse pókemons, diz que não merecem comentários.
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, recusou pronunciar-se sobre a possibilidade de um segundo resgate, sublinhando não ver que interesse a alguém na política portuguesa que essa hipótese possa sequer ser considerada.
"Não vejo sequer que interesse a alguém na política portuguesa, muito menos a quem já desempenhou lugares de responsabilidade como eu, que essas hipóteses sequer possam ser consideradas", afirmou o presidente social-democrata, quando questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, António Costa, de que não tem o menor cabimento colocar-se um cenário de segundo resgate financeiro a Portugal.
Sublinhando já se ter pronunciado de forma clara sobre a possibilidade de um segundo resgate, Passos Coelho disse esperar não ter necessidade de falar sobre esse assunto "mais vez nenhuma".
O líder do PSD, que falava aos jornalistas no final de um encontro com o primeiro-ministro, em São Bento, a propósito da cimeira de Bratislava, escusou-se também a comentar a declaração de António Costa que, numa alusão indirecta às previsões económico-financeiras do PSD, disse: "quem anda à procura de encontrar o diabo mais vale dedicar-se à caça de pokémons, porque caçar pokémons é mais fácil do que encontrar o diabo". "Não conhecia essas declarações, mas não sinto nenhuma necessidade de fazer qualquer comentário sobre elas, acho que elas falam por si", disse apenas.
Passos Coelho recusou também comentar a possibilidade de aumento dos impostos indirectos, remetendo a sua discussão para a altura em que for conhecida a posposta do Governo de Orçamento do Estado para 2017.
"Não vamos entrar no jogo de comentar intenções", sustentou, considerando "completamente prematuro" estar a fazer comentários sobre medidas a incluir no Orçamento do Estado para o próximo ano, matéria que, segundo Passos Coelho, também não esteve em cima da mesa durante o encontro desta manhã com o primeiro-ministro.
Sobre a cimeira de Bratislava, Passos Coelho notou que trata da primeira ocasião em que os chefes de Estado e de Governo da União Europeia se reunirão no arranque do novo ano político, para refletir as prioridades da União.
Recuperando algumas das propostas do PSD, nomeadamente a necessidade de completar a união bancária ou avançar para uma verdadeira união de mercados financeiros, Passos Coelho destacou ainda a questão da saída do Reino Unido da União Europeia, defendendo que o processo de separação seja "amigável e não um processo conflituoso".
"Interessa o mais possível que o processo não seja guiado com a preocupação de castigar o Reino Unido pela sua decisão", enfatizou.
No final do encontro entre o primeiro-ministro e o líder do PSD, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, explicou aos jornalistas que o objetivo da cimeira de Bratislava é "encontrar uma proposta política que responsa àquilo que são as ambições dos cidadãos relativamente à União Europeia, ou seja, preservar a sua liberdade, a sua segurança e a sua prosperidade".