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DBRS não vê necessidade de novo resgate

Em declarações à SIC, a agência de notação financeira canadiana reconhece que um pedido de ajuda financeira pode ser positivo em termos de crédito mas diz que não faz recomendações "a favor ou contra uma determinada política ou um programa específico".

Negócios 14 de Setembro de 2016 às 16:12
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A DBRS, a única das quatro maiores agências de notação financeira que atribui grau de investimento à dívida portuguesa, não antecipa a necessidade de um possível novo pedido de resgate por parte de Portugal, mas acredita que um pedido de auxílio financeiro podia ser, de forma genérica, positiva em termos de crédito.

Em resposta a questões colocadas pela SIC – e difundidas pela estação de televisão -, a agência canadiana refere que um recurso a financiamento externo pode servir como resposta a pagamentos de dívida que um país possa ter em agenda. Mas, titula a televisão, não há "necessidade de um novo programa." A agência diz ainda que não faz recomendações "a favor ou contra uma determinada política ou um programa específico".

A hipótese de um segundo resgate – depois dos 78 mil milhões de euros pedidos em 2011 à União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional – regressou à actualidade depois de o ministro das Finanças, Mário Centeno, ter no início da semana dito à cadeia de televisão norte-americana CNBC que a sua principal tarefa era evitar esse cenário.

A possibilidade foi nos últimos dias colocada de parte, desde logo pela ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, em entrevista ao Jornal de Negócios. No dia seguinte, o presidente do grupo parlamentar do PS, Carlos César, garantia que a questão não tinha qualquer "razoabilidade em ser colocada" e a Moody’s também considerou pouco provável esse cenário.

Esta quarta-feira foi a vez do primeiro-ministro, António Costa, ter considerado que o resgate não tem cabimento - "Nunca estive intranquilo, porque sempre disse que não faz o sentido, não tem qualquer cabimento, falar em qualquer tipo de resgate", disse – e de recusar um cenário negativo nas contas públicas, sugerindo ao líder do maior partido da oposição, Pedro Passos Coelho, a "caça aos pokémons." O próprio Passos diria depois que não interessa a ninguém colocar sequer a hipótese de segundo resgate.

Considerando que a execução orçamental está em linha com o previsto, a DBRS nota contudo que o crescimento da economia portuguesa é fraco e abaixo das expectativas, refere a SIC. E que o consumo privado, apesar da forma moderada, tem contribuído para o aumento do PIB.

A DBRS afirma ainda que a injecção de capital na Caixa Geral de Depósitos terá impacto na dívida mas não deverá levar a reforçar o financiamento do país ao longo de 2016.
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