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Moody's: Risco de segundo resgate a Portugal "é baixo"

A Moody's acredita que as metas orçamentais do Governo não vão ser atingidas. Mas a situação de financiamento do Estado é "confortável. O risco político é limitado. Mas há mais pressão sobre o "rating". E há críticas ao Executivo de Costa e de Passos.

Mário Centeno, ministro das Finanças, é o 16. Mais Poderoso de 2016.
13 de Setembro de 2016 às 16:00
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A Moody’s não antecipa um risco significativo de um "segundo resgate" a Portugal. Aliás, segundo a agência de classificação de risco, "o risco é baixo". 

"Vai fazer tudo o que for necessário para evitar que Portugal tenha um segundo resgate?", perguntou a CNBC em entrevista a Mário Centeno numa notícia publicada na segunda-feira. "Essa é a minha principal tarefa", respondeu o ministro das Finanças. Esta terça-feira, é a Moody’s que coloca a mesma pergunta. E dá a resposta.

 

"O risco não pode ser totalmente descartado e está reflectido no nosso ‘rating’ de não investimento para Portugal. Contudo, acreditamos que é improvável no futuro próximo", responde a nota da equipa de analistas da agência americana, liderada por Kathrin Muehlbronner, emitida esta terça-feira em que é elencado um conjunto de perguntas e respostas sobre a situação portuguesa. No resumo da nota, diz mesmo que o risco é "baixo". 

 

Segundo a Moody’s, e "apesar das preocupações sobre a perspectiva orçamental", o Governo português deverá conseguir "reduzir o défice orçamental para menos de 3% do PIB e estabilizá-lo nesse nível". Se tal acontece, relembra a agência, "será o desempenho mais forte da história" e um esforço superior ao de maiores países da Zona Euro. A Moody's espera um défice de 2,7% do PIB em 2016 e 2017, o que compara com o défice de 2,5% do PIB acordado entre Portugal e Bruxelas. O Orçamento do Estado que define o indicador tem de ser apresentado à Comissão Europeia até 15 de Outubro (um sábado, pelo que o prazo pode resvalar dois dias). 

 

Além disso, as perguntas e respostas da entidade norte-americana também relevam que a situação de liquidez do país é "confortável", com a almofada de 12 mil milhões de euros. "A posição de financiamento do Estado é muito confortável com uma almofada disponível elevada e com necessidades de financiamento limitadas até ao final do ano", diz a nota.

Mais pressão sobre ‘rating" de Portugal

 

A Moody’s continua a avaliar a dívida do país com uma classificação de Ba1, o primeiro nível em que deixa de aconselhar o investimento. Portugal tem esta avaliação desde Julho de 2014 e não alterou-a na última data marcada, que era 2 de Setembro.

 

A agência indica que a perspectiva "continua estável" mas intitula a nota com a seguinte indicação: "Enfraquecimento da economia aumenta pressões orçamentais". Portugal cresceu 0,9% no segundo trimestre. "Apesar de a perspectiva permanecer estável, o enfraquecimento da economia e os crescentes riscos em relação à trajectória da dívida estão a exercer pressão negativa sobre a capacidade creditícia do país", assinala a nota.

 

Na prática, a preocupação é: "as finanças públicas estão a melhorar" mas o ritmo a que tal está a acontecer é reduzido, impossibilitando uma eficaz redução do rácio de dívida. 

Críticas a Governo de Costa e de Passos

Na sua análise, a Moody’s deixa críticas à evolução de Portugal criticando os esforços do anterior e do actual Governo.

 

"Na nossa perspectiva, fica cada vez mais claro que as reformas estruturais, no geral, implementadas durante os três anos do programa de ajustamento do FMI/UE não levaram a uma subida do potencial de crescimento do país", indica a agência, referindo-se ao período em que esteve no poder o Executivo de Pedro Passos Coelho.

 

Depois, vem a crítica ao actual: "Não vemos ímpeto político para mais reformas".

(Notícia actualizada com mais informações às 16:30)

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